Baixa adesão à vacinação e o abandono do uso de máscaras são fatores que contribuem com o aumento de casos da nova cepa da Influenza. Isso porque um dos desafios do “novo normal” após a pandemia de Covid-19 é aprendermos a lidar com doenças que sempre estiveram por aí, principalmente, aquelas que são muito similares à Covid-19.
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Quando falamos em sintomas e no potencial de disseminação de pessoa para pessoa, o vírus da gripe (influenza) é uma das doenças mais “comuns” e tem causado um aumento de casos.
O que é a gripe?
De modo simplificado, a gripe é uma doença causada por um vírus do tipo Influenza. Esses vírus são transmitidos a partir do contato com as secreções das vias aéreas superiores de pessoas contaminadas.
Sendo assim, formas de contágio são espirros, tosse, beijos e qualquer contato com a saliva ou a secreção nasal de quem está com o vírus da gripe naquele momento. Além disso, os médicos alertam que sua transmissão também pode ocorrer ao compartilhar copos e talheres.
Em dezembro de 2021 e durante o ano de 2022, houve um aumento no número de casos de Darwin por conta de dois motivos: baixa taxa de adesão à campanha de vacinação daquele ano e a chegada de uma cepa (Darwin) que não estava presente na composição do imunizante aplicado.
O que são variantes e por que elas surgem?
As variantes de vírus (um assunto que está muito em alta por conta das diversas cepas de coronavírus encontradas nos últimos anos) são ocasionadas por mutações. Essas alterações são “erros” aleatórios que acontecem no processo de multiplicação do vírus.
Ou seja, quando o vírus se multiplica, algo pode fazer com que ele não fique exatamente igual ao que era antes, gerando diferenças em sua estrutura genética. Sendo assim, as variantes acontecem a partir da disseminação dos vírus.
Quanto mais pessoas contaminadas, maior o risco de eles se desenvolverem e de ocorrer a mutação no organismo dos hospedeiros.
Quais são os tipos de vírus influenza?
Existem três tipos: A, B e C. Em humanos os vírus Influenza, que tem importância são dos tipos A e B. Os vírus Influenza do tipo A são classificados de acordo com as suas principais proteínas: hemaglutinina e neuraminidase.
Em humanos, existem 3 tipos de hemaglutinina (H1, H2 e H3) e dois tipos de neuraminidase (N1 e N2). Dos tipos A são mais comuns os vírus Influenza A H1N1 e AH3N2. Os vírus Influenza B são classificados em 2 linhagens: Victoria e Yamagata.
Quais são os sintomas da gripe?
- Dores no corpo;
- Dores de garganta e a sensação de que a região está “arranhada”;
- Dores de cabeça, que podem ou não estar associadas com a exposição à luz;
- Espirros;
- Secreção nasal (coriza);
- Calafrios;
- Febre;
- Cansaço;
- Fraqueza;
No entanto, um dos destaques dessa variante (H3N2) é a presença de sintomas gastrointestinais, como vômitos, náuseas e diarreia. Ainda que sejam mais frequentes entre as crianças, também podem aparecer em adultos.
Quais riscos a influenza traz para a saúde?
De modo geral, a maioria dos casos de gripe são inofensivos para a saúde. Essa doença traz sintomas bem desagradáveis e nos causa mal estar, mas costuma se resolver em apenas alguns dias, e a vida retorna ao ritmo normal. No entanto, nem sempre a situação é assim.
Alguns grupos de pessoas — como os idosos e imunossuprimidos, por exemplo, portadores do vírus HIV e transplantados — têm riscos de desenvolver condições mais graves a partir da gripe. O exemplo mais comum é a pneumonia, caracterizada por um grave acometimento dos pulmões. Se não for tratada, ela pode levar o paciente a óbito.
Esses sintomas são parecidos com os de Covid-19?
Sim. Eles são bem similares, especialmente quando falamos sobre algumas variantes do novo coronavírus — por exemplo, a Ômicron. A grande diferença está na velocidade dos sintomas apresentados.
Os infectados pela gripe começam a apresentar sinais mais rapidamente, por volta de um ou dois dias após o contato com alguém doente. Esse prazo sobe para cerca de cinco dias em casos de Covid-19. Além disso, a melhora dos sintomas de gripe é mais rápida.
O que fazer caso apresente sintomas gripais?
O protocolo em casos de suspeita de gripe ou de Covid-19 é fazer o teste para detectar essas doenças sempre que os sintomas surgirem. Assim, você evita a proliferação dos vírus por aí.
Enquanto o resultado não sai, a orientação é se isolar. Você tem direito a atestados médicos em caso de suspeita de Covid-19 e pode se ausentar sem problemas do trabalho, da escola ou da faculdade.
Como é feito o tratamento?
Após o diagnóstico adequado, dependendo do quadro clínico e fase da doença, existe a possibilidade de prescrição, pelo seu médico, de medicamentos antivirais, como o fosfato de oseltamivir (Tamiflu) ou o zanamivir (Relenza), independentemente do tipo de influenza envolvido na infecção.
Outros medicamentos que fazem parte desse tratamento são:
- Analgésicos para amenizar a dor no corpo;
- Antitérmicos para controlar a febre;
- Anti-inflamatórios quando há, por exemplo, infecções de garganta;
- Xaropes para a tosse ou para ajudar na eliminação de secreções.
Em alguns casos mais graves, o paciente pode precisar de hospitalização para a administração de antibióticos (para tratar infecções oportunistas) ou suplementação de oxigênio. Por isso, cada situação é única e deve ser avaliada por um médico.
Na maioria dos pacientes o tratamento pode ser feito em casa. Uma boa dica é caprichar na ingestão de líquidos, que hidratam o corpo e melhoram o metabolismo, fazendo com que tudo isso passe mais rápido.
Importância de manter a vacinação em dia
A vacinação contra influenza é a melhor estratégia de prevenção. Vale lembrar que as vacinas são seguras, eficazes e não causam a doença. Isso porque todas as vacinas disponíveis no Brasil são de vírus inativados e fracionados, ou seja, não há vírus vivo. Caso alguém desenvolva sintomas após a aplicação, provavelmente o vírus já estava no organismo em período de incubação.
Este ano, na Clínica de Imunizações do Einstein teremos uma novidade importante: foi aprovada no Brasil uma vacina para Influenza de alta dosagem, especialmente indicada para todos os adultos acima de 60 anos de idade.
Esta vacina também é de vírus inativo e fracionado e contém uma dosagem maior de cada um dos 4 tipos de vírus que compõem a vacina. Sendo assim, trata-se de uma vacina mais eficaz para prevenção de formas graves e de pneumonia nesta faixa etária.
A prevenção deve ser anual pois os anticorpos produzidos duram, em média, de seis a 12 meses, e novas variantes surgem todos os anos. Inclusive, a cada ano, a composição dos imunizantes é reavaliada de acordo com os tipos mais circulantes no mundo.
Para isso, redes sentinelas, designadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), vigiam quais são as cepas em circulação em cada região do planeta. Uma vez determinada a cepa mais predominante, eles orientam para a composição mais adequada da vacina a ser aplicada naquele ano.
Quais são as maneiras de prevenir a gripe?
A prevenção da gripe se dá pelas mesmas medidas de prevenção contra a Covid-19:
- Evite aglomerações;
- Use máscaras cobrindo a boca e o nariz;
- Evite compartilhar copos, talheres e outros objetos;
- Quando tossir e espirrar, cubra a boca e o nariz;
- Higienize frequentemente as mãos com álcool em gel 70% quando estiverem limpas, ou água e sabonete quando estiverem sujas;
- Mantenha a vacinação em dia.
Como podemos ver, a gripe é uma doença que pode se agravar e trazer consequências bem negativas para a nossa saúde. Sendo assim, o melhor a fazer é se prevenir e evitar que esse vírus se espalhe por aí!