Herpes labial, genital ou zóster? Como identificar e tratar cada caso 

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O herpes é um tipo de infecção viral que tem como principal característica o aparecimento de lesões na pele. Normalmente, elas surgem no formato de pequenas vesículas (“bolhinhas”) vermelhas, que contêm líquido em seu interior.  

Existem vários vírus que compõem a família dos herpesvírus. Entre eles, três têm maior destaque em infecções nos seres humanos:

Herpes simples 1 

Causada pelo vírus HSV-1, geralmente está associada a feridas ou lesões nos lábios, na boca e na face. Por isso, frequentemente é chamada de “herpes labial” ou “herpes oral”. Seus sintomas incluem coceira, formigamento ou queimação na região do rosto, sobretudo ao redor dos lábios.  

Herpes simples 2 

Também conhecida como “herpes genital”, a herpes simples 2 é decorrente de uma infecção viral causada pelo agente HSV-2. O patógeno atinge principalmente a região genital, o que implica a abertura de lesões, coceira, queimação e inchaço no pênis, na vagina e/ou no ânus.  

Herpes zóster 

O vírus Varicella-Zoster (VVZ) faz parte da família dos herpesvírus e recebe o nome de herpes vírus tipo 3. Na primeira vez em que ele infecta uma pessoa, causa a catapora, mais comum na infância. Contudo, na reincidência desse agente, desenvolve-se um quadro de herpes zóster. 

Nesse caso, as vesículas tendem a aparecer ao longo de uma terminação nervosa, sendo a região do tórax ou logo abaixo das axilas as áreas mais comuns, causando além das típicas lesões avermelhadas, um quadro álgico que pode persistir até mesmo depois do desaparecimento das lesões. 

Vídeo: Quais são os tipos de herpes? 

Recorrência dos casos 

O primeiro contágio pelos vírus da herpes costuma ocorrer durante a infância. Esse episódio é conhecido como “primo-infecção”, que pode ou não ser sintomático, com o aparecimento das vesículas, possibilidade de febre e sensação de mal-estar.  

Independentemente do desenvolvimento dos sintomas, os vírus se instalam por meio dessas infecções e permanecem latentes no organismo pelo resto da vida do indivíduo, de forma crônica e recidivante. Isso quer dizer que, em momentos de baixa imunidade, o quadro sintomático pode voltar a aparecer com episódios temporários.  

Como acontece a transmissão 

O contágio do vírus acontece durante episódios de atividade da doença, ou seja, quando as vesículas aparecem. A transmissão se dá por meio do contato direto ou indireto com as lesões. Isso pode ocorrer a partir de toque, beijo, relação sexual ou compartilhamento de objetos, como copos e talheres. 

Diagnóstico 

Diferentes médicos são aptos a diagnosticar quadros de herpes: de clínicos gerais a pediatras, infectologistas e ginecologistas. Contudo, os profissionais mais especializados na saúde da pele são os dermatologistas, que poderão indicar o melhor tratamento para cada caso. 

Na grande maioria das vezes, o diagnóstico pode ser dado apenas a partir de uma avaliação clínica. Em quadros mais complexos, exames auxiliares podem ser solicitados, com a raspagem e a análise do conteúdo das vesículas. A sorologia serve para confirmar o diagnóstico e verificar a concentração de anticorpos contra os vírus no sangue.  

Tratamento 

Como é uma doença de causa viral, o melhor tratamento é a partir do uso de medicamentos antivirais. Dependendo do tipo da infecção e do local, poderão ser indicados tratamentos tópicos, orais e até mesmo endovenosos. Consulte seu médico.

Para o herpes zóster, além do antiviral, podem ser indicados analgésicos. Eles servem tanto para diminuir a dor sentida durante o episódio de infecção quanto para evitar sua persistência após o desaparecimento das lesões. 

Algumas pessoas chegam a desenvolver uma dor neuropática crônica, com necessidade de tratamento contínuo depois de um episódio de herpes zóster.

Prevenção 

No caso dos herpes simples, a chave da prevenção é o cuidado de evitar o contato com as lesões abertas. Isso é especialmente importante para quem convive com episódios sintomáticos dos vírus ou tem familiares e parceiros com a condição.  

Nesse sentido, a adoção de algumas práticas pode ser benéfica: 

  • Sexo (seja ele oral, vaginal ou anal) sempre com uso de preservativo; 
  • Não beijar quando as vesículas estiverem visíveis; 
  • Deixar de compartilhar objetos (utensílios de cozinha, roupas, toalhas, etc.); 
  • Usar protetor solar labial para evitar lesões quando exposto ao sol. 

Já a vacinação contra o vírus da Varicella-Zoster pode evitar o desenvolvimento da catapora e, posteriormente, do herpes zóster. A população com mais de 50 anos e pessoas mais jovens que tenham indicação médica podem tomar a vacina específica contra o VVZ, disponível apenas na rede privada. 


Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein. 

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