Herpes tem cura? Esclareça 5 fatos e mitos sobre a infecção viral

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“Herpes” é o nome generalizado que se dá às infecções causadas por diferentes patógenos da família dos herpesvírus.  Existem diferentes tipos de vírus do herpes que podem afetar os seres humanos, causando diversas doenças. Entre elas estão o herpes oral, o herpes genital, a catapora, o zóster e a mononucleose. 

O herpes simples é um vírus bastante comum que pode causar pequenas feridas na pele, principalmente ao redor da boca, dos lábios, dos olhos e da região genital. Existem dois tipos principais: o herpes tipo 1 (HSV-1), mais associado às lesões na boca e rosto, e o herpes tipo 2 (HSV-2), que geralmente afeta a região genital.

Saiba mais sobre eles:

  • Herpes oral: costuma estar associada a feridas nos lábios, na boca e na face. Em algumas pessoas, a primeira infecção pode levar à gengivoestomatite herpética, que provoca feridas dentro da boca e outros sintomas. A lesões também podem surgir no nariz ou até mesmo dentro dele;
  • Herpes genital: é uma infecção sexualmente transmissível comum. Causa feridas na área genital, incluindo as partes que você pode ver (como vulva ou pênis) e aquelas que você não pode ver (como o colo do útero).

Vídeo: Herpes tem cura? Mitos e verdades sobre a infecção viral

Mesmo que essas doenças já sejam bastante conhecidas pela população geral, ainda existem muitas dúvidas sobre o que é verdadeiro a respeito delas. Pensando nisso, separamos quatro afirmações para responder, de uma vez por todas, se elas se tratam de fatos ou mitos. 

1. Beijar uma pessoa sem sinal de herpes é sempre seguro

Mito. O vírus da herpes é transmitido pelo contato direto ou indireto das lesões com a pele ou mucosa de uma pessoa não infectada. Na prática, isso significa que o vírus pode passar para outro indivíduo a partir de toques, beijos, relações sexuais ou até mesmo pelo compartilhamento de objetos, como copos e talheres.

Embora o contágio seja mais comum durante os episódios de abertura das vesículas, ele também pode ocorrer em momentos nos quais os “pontinhos” não estão visíveis ou já se encontram cicatrizados. Outros sintomas menos óbvios da doença, como a sensação de ardência e a dor no local atingido, podem ser sinais de alerta para a atividade do vírus.

2. Quem tem herpes labial também tem herpes genital

Mito. Mesmo que ambos sejam pertencentes ao grupo dos herpesvírus, os agentes responsáveis pelos herpes simples 1 e 2 são diferentes. Assim, não necessariamente quem manifesta os sintomas no rosto irá apresentar as mesmas questões nos genitais. 

Em alguns casos mais raros, é possível que os efeitos das doenças se assemelhem, e o herpes oral leve ao aparecimento de vesículas genitais, por exemplo, ou vice-versa. Por isso, o mais indicado é buscar um profissional da saúde para obter um diagnóstico preciso sobre seu quadro. Preste atenção aos sinais e evite a exposição desnecessária. 

3. O herpes pode ser contraído por meio do sexo oral

Fato. Sim, é possível contrair herpes por meio do sexo oral. O vírus do herpes simples pode ser transmitido de duas formas principais:

  • Se você fizer sexo oral em alguém que tem herpes genital, pode acabar desenvolvendo herpes na boca;
  • Se alguém com herpes labial fizer sexo oral em você, o vírus pode ser transmitido para a região genital, causando herpes genital.

Para reduzir os riscos, é importante evitar qualquer contato com a boca ou a área genital do parceiro enquanto houver feridas visíveis, pois o vírus é mais contagioso nesse período.

4. O herpes não tem cura

Fato. Por mais que o herpes seja uma doença controlável, por meio de tratamentos com antivirais tópicos, orais e endovenosos, pessoas infectadas por qualquer um dos três vírus permanecerão com ele no corpo até o final da sua vida. 

Mas isso não significa que os sintomas da contaminação, como as lesões abertas, estarão sempre visíveis. Com os cuidados corretos, é possível que a doença se manifeste apenas em alguns momentos específicos, devido a fatores como estresse ou mudanças bruscas na temperatura. 

A frequência desses episódios varia em cada organismo. Manter um estilo de vida saudável e evitar o contato direto com as feridas de alguém infectado são algumas das formas de prevenção. Se tiver dúvidas ou notar sintomas persistentes, procure um médico.

5. O herpes não é uma doença grave

Mito. Embora muitas pessoas tenham o vírus e nem sempre apresentam sintomas, ele pode voltar a se manifestar ao longo da vida, especialmente em momentos de estresse ou queda da imunidade. 

Na maioria dos casos, o herpes causa apenas desconforto, mas em situações mais graves, pode levar a complicações como infecções no cérebro (encefalite e meningite), herpes neonatal (quando transmitido da mãe para o bebê no parto) e, em pessoas com imunidade baixa, uma infecção mais ampla pelo corpo.


Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira (CRM 154.981/RQE 45120), médica Escritório de Valor em Saúde Einstein. Doutorado em Ciências Cardiovasculares UFF, título de especialista em Cardiologia SBC/AMB.

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