Existe um tecido que reveste internamente o útero chamado endométrio. Ele sofre alterações normais e rotineiras durante o ciclo menstrual devido aos hormônios estrogênio e progesterona, produzidos pelos ovários. Ao longo do ciclo menstrual, o endométrio se torna mais espesso para preparar o útero para uma gravidez. Se a mulher não engravida, ela menstrua, o que significa a descamação desse revestimento.
Quando o endométrio fica muito espesso, ocorre a hiperplasia endometrial. Apesar de ser uma doença considerada benigna, há risco de câncer de útero, de acordo com o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia. Entre as causas da hiperplasia endometrial estão uma grande quantidade de estrogênio sem progesterona.
Mas como ela surge? Em resposta ao estrogênio, o endométrio continua em crescimento, levando à aglomeração de células que compõem esse revestimento interno do útero. Isso é a hiperplasia do endométrio.
Tipos de hiperplasia endometrial
Existe mais de um tipo de hiperplasia endometrial. A simples se define pelo espessamento por igual do tecido que reveste internamente o útero. Já a hiperplasia endometrial polipoide (ou focal) acontece quando a cavidade uterina tem pólipos. Por fim, a hiperplasia cística tem como principal característica a presença de pequenos cistos nas paredes internas do útero, que, em casos mais graves, podem indicar um câncer de endométrio.
As mulheres que não ovulam todos os meses e que fazem terapia de reposição hormonal apenas com estrogênio (principalmente entre 40 e 60 anos de idade) estão mais propensas a esse quadro clínico. Outros fatores de risco para as mulheres são idade acima de 35 anos, nenhuma gravidez, ter menstruado em idade precoce, obesidade, tabagismo e histórico familiar de câncer de útero ou ovário.
Quais os sintomas e a forma de diagnóstico?
Entre os principais sintomas da hiperplasia endometrial estão cólicas fortes, sangramento uterino anormal, ciclos menstruais com menos de 21 dias, sangramento após a menopausa e aumento do útero – identificado em exames de ultrassonografia. O diagnóstico é realizado por meio da ultrassonografia transvaginal, um exame que mede a espessura do endométrio.
Tratamento da hiperplasia endometrial
Uma vez confirmada a hiperplasia endometrial, o tratamento será definido de acordo com a gravidade e a idade da mulher. A maioria dos casos é tratada com medicamentos à base de progesterona. Em situações mais críticas, como o risco de câncer uterino, a histerectomia – a retirada do útero – pode ser considerada como conduta terapêutica. O médico, em conjunto com a paciente, irá definir a melhor abordagem e explicar detalhadamente cada opção.
Revisão Técnica: Luiz Antônio Vasconcelos, especialista em clínica médica, medicina interna, cardiologia e ecocardiografia. É cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.