Hipertensão pulmonar: 12 perguntas e respostas sobre a condição

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Hipertensão pulmonar é uma condição rara e grave, sem causas definidas, que eleva a pressão sanguínea nos pulmões. Ainda que ela não tenha cura, é possível tratá-la com medicamentos e mudanças no estilo de vida. Nesta matéria, confira 12 perguntas e respostas! 

1. O que é hipertensão arterial pulmonar (HAP)?

É uma doença rara e progressiva provocada pela elevação anormal da pressão nas artérias pulmonares, que transportam sangue pobre em oxigênio do coração para os pulmões.    

2. Como ela aparece?

O problema surge quando, por alguma razão, as paredes da artéria pulmonar se tornam estreitas e rígidas, dificultando o fluxo sanguíneo. Com isso, o lado direito do coração (ventrículo direito) é obrigado a fazer mais força para compensar a situação.  

Com o tempo, o ventrículo direito pode aumentar devido ao trabalho extra. Esta condição (hipertrofia ventricular direita) pode levar à insuficiência cardíaca direita.  

3. Por que a sobrecarga é apenas do lado direito do coração?

Por uma questão anatômica, já que a artéria pulmonar sai do ventrículo direito em direção ao pulmão — é ela que transporta o sangue do coração para ser oxigenado novamente nos pulmões.  

4. Hipertensão arterial pulmonar e hipertensão arterial são a mesma coisa?

Não. A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) ou popularmente chamada de “pressão alta” é uma doença crônica e prevalente na população caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias Já na Hipertensão arterial pulmonar (HAP) este aumento de pressão está diretamente relacionado aos vasos pulmonares. 

5. Quais são as causas?

A hipertensão pulmonar tem muitas causas diferentes. Geralmente é uma complicação de doença cardíaca ou doença pulmonar. Mas muitas outras doenças e fatores ambientais podem aumentar o seu risco.  

Pode ser dividida em 5 grupos de causas:  

  • Hipertensão arterial pulmonar (HAP) — causa desconhecida (hipertensão arterial pulmonar idiopática), causas genéticas, uso de certas drogas ou substâncias ilegais, doença cardíaca congênita, HIV, cirrose, lúpus, entre outros;   
  • Hipertensão pulmonar causada por cardiopatia do lado esquerdo como doenças nas válvulas cardíacas e a insuficiência cardíaca; 
  • Hipertensão pulmonar causada por doença pulmonar — como a doença pulmonar obstrutiva crônica, a apneia obstrutiva do sono e a fibrose pulmonar; 
  • Hipertensão pulmonar causada por coágulos sanguíneos crônicos — como a embolia pulmonar; 
  • Hipertensão pulmonar desencadeada por outras condições de saúde como distúrbios do sangue, sarcoidose, vasculite, doença renal, tumores pressionando as artérias pulmonares.  

6. O estilo de vida tem influência no aparecimento da HAP?

Sim. Algumas situações em que isso pode acontecer: morar em regiões de altitude elevada; expor-se ao amianto; abusar de medicamentos para emagrecer e drogas como cocaína ou metanfetamina, fazer uso contínuo de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), que são receitados para tratar depressão e ansiedade.  

7. Quem pode ter HAP? 

A incidência aumenta com a idade, mas a doença pode aparecer em crianças. Ela é mais comum entre mulheres, negros que não tenham ascendência hispânica e em pessoas com mais de 75 anos de idade.  

8. Tem sintomas? 

No início, a HAP não dá sinais – o que atrasa o diagnóstico. Os sintomas aparecem lentamente e pioram à medida que a doença progride. Alguns deles são:  

  • cansaço excessivo e progressivo;  
  • falta de ar, inicialmente durante a prática de exercícios e, em alguns, em repouso;  
  • inchaço nos tornozelos, pernas e, eventualmente, no abdome;  
  • tom azulado nos lábios e na pele (cianose);  
  • sensação de pressão ou dor no peito;  
  • batimentos cardíacos acelerados;  
  • tontura e desmaios.  

  9. Como é feito o diagnóstico?

A confirmação diagnóstica é feita por meio de cateterismo cardíaco direito. Geralmente, o médico também solicita, entre outros exames: raio-x do tórax; ecocardiografia torácica; polissonografia noturna, para avaliar a presença de apneia ou hipopneia obstrutiva do sono; e exames laboratoriais.  

10. A HAP causa complicações?

Sim – e todas graves, pois podem levar a óbito:  

  • risco aumentado para a formação de coágulos no pulmão;  
  • batimentos cardíacos irregulares;  
  • sangramento nos pulmões e tosse com sangue;  
  • complicações na gravidez que representam risco de morte da mãe no final da gestação e no pós-parto. Por isso, a gestação é contraindicada em mulheres que têm HAP.  

11. Como é feito o tratamento? 

As recomendações médicas visam a evitar ou retardar a piora da função ventricular direita e eventos tromboembólicos. A orientação é limitar a atividade física de acordo com os sintomas, evitar altitudes elevadas, até mesmo cabines de avião não pressurizadas.   

O tratamento depende do tipo da HAP e sua causa e pode incluir medicamentos anticoagulantes, vasodilatadores e diuréticos, controle da disfunção ventricular direita e, em alguns casos, uso de oxigênio domiciliar.  

Alguns procedimentos também podem ser indicados, de acordo com a causa da doença. Uma opção de último recurso para algumas pessoas com hipertensão pulmonar grave é um transplante de pulmão.  

12. O problema tem cura?

Infelizmente, não. Uma vez que a HAP se instala, ela não é revertida, mas pode ser controlada com medicamentos que ajudam a reduzir os sintomas e a melhorar a qualidade de vida do paciente. 


Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira, Médica da Economia da Saúde Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em Cardiologia pela SBC; doutorado em Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal Fluminense. 

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