Hipospádias: anomalia genital masculina é corrigida com cirurgia

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Hipospádias é o termo usado para descrever possíveis anomalias na formação do trato urogenital externo masculino, que podem ser identificadas logo após o nascimento do menino. Durante o exame clínico, o médico procura delimitar a extensão da deformidade e determinar a melhor abordagem cirúrgica.

O que são hipospádias?

Fala-se em hipospádias, no plural, porque a deformidade se apresenta em diferentes configurações anatômicas. Nas hipospádias mais comuns, a abertura urinária do pênis está localizada na parte inferior, e não na ponta.

Meninos com hipospádias às vezes podem apresentar um pênis curvo. Em outros casos, o testículo não desceu completamente para o escroto. As hipospádias afetam a função urinária e, se não forem corrigidas por meio de cirurgia, também podem impactar a função sexual.

Essa é a anomalia genital mais comum no sexo masculino. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a média é de um caso para cada 300 nascidos vivos. Nos Estados Unidos, o Center for Disease Control and Prevention (CDC) estima um caso para cada 200 nascidos vivos.

Que problemas as hipospádias acarretam para o menino?

Conforme as alterações anatômicas, pode ocorrer:

  • Desvio do fluxo urinário;
  • Incapacidade de urinar de pé;
  • Disfunção erétil devido à curvatura peniana;
  • Risco de problemas de fertilidade devido a dificuldades de deposição de esperma.

Primeiros cuidados de um bebê com hipospádias

O primeiro cuidado é o exame feito pelo médico logo após o nascimento ou, no máximo, nas primeiras semanas de vida. Ele vai identificar as anomalias e os órgãos afetados. A avaliação clínica deve ser repetida ao longo do primeiro ano de vida para definir a necessidade de cirurgia.

Conforme a extensão da malformação, o médico vai investigar a possibilidade de que as alterações do trato genital estejam relacionadas a um distúrbio de diferenciação sexual.

O que causa hipospádias?

Segundo uma publicação da Sociedade Brasileira de Pediatria, na maioria dos casos, não há uma etiologia (origem) bem definida. Entende-se que as hipospádias têm origem em um conjunto de fatores, em que questões genéticas se associam a fatores ambientais.

Qual é o tratamento para hipospádias? 

O tratamento é cirúrgico. Geralmente, o procedimento inclui a correção da curvatura do pênis e o reposicionamento da abertura urinária. No entanto, a abordagem cirúrgica a ser adotada depende da gravidade das hipospádias. Um cirurgião experiente saberá escolher o caminho mais seguro a ser seguido.

Quando é feita a cirurgia corretiva?

É recomendável que a cirurgia seja realizada a partir dos 6 meses de vida e não depois dos 2 anos. 

Aspectos psicológicos

Por se tratar de uma malformação, as hipospádias podem causar ansiedade, insegurança e dúvidas na família, o que pode ser amenizado com as informações e orientações recebidas do médico. Em relação à criança, é importante evitar que a correção seja feita tardiamente a fim de se evitar o seu sofrimento e prejuízo no seu desenvolvimento psicossocial.

Revisão técnica: Luiz Antônio Vasconcelos, especialista em clínica médica, medicina interna, cardiologia e ecocardiografia. Ele é cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.

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