A L-carnitina é um composto produzido naturalmente pelo organismo a partir de dois aminoácidos: lisina e metionina. Ela desempenha um papel crucial no metabolismo energético, transportando ácidos graxos para dentro das mitocôndrias — as organelas das células que produzem energia.
A L-carnitina atua na produção de energia por meio da oxidação de gordura. Além daquela proveniente do nosso organismo, ela também pode ser encontrada em alimentos, principalmente naqueles de origem animal, e está disponível como suplemento nas versões em pó, líquida e em cápsulas.
Geralmente, as versões líquidas são saborizadas artificialmente, mas é possível encontrar a versão em pó sem sabor.
Para que serve?
A principal função da L-carnitina endógena — aquela produzida no nosso corpo — é auxiliar na queima de gordura, transformando-a em energia. Por isso, ela se tornou popular entre aqueles que querem perder peso.
Mas não há comprovação científica de que a suplementação promova melhora no desempenho do exercício em pessoas saudáveis ou atletas.
Quem deve usar?
Não há diretrizes para indicação do uso da suplementação de L-carnitina e não existe um consenso sobre a eficácia dessa prática.
Alguns estudos encontraram benefícios para a redução do peso e índice de massa corporal (IMC) em indivíduos com obesidade e diabetes tipo 2, além de relacionar a suplementação com a redução de alguns marcadores inflamatórios.
No entanto, mais pesquisas são necessárias para que se possa recomendar a suplementação com base em um benefício efetivo e seguro.
Efeitos adversos
A L-carnitina é segura para a maioria das pessoas, mas em grande quantidade pode causar efeitos colaterais como náusea, cólicas abdominais, diarreia e, em casos raros, um odor corporal característico.
Altas doses também podem causar riscos à saúde, pois seu metabolismo produz uma substância denominada TMAO, reconhecida por aumentar o risco cardiovascular.
O uso de suplemento deve ser sempre avaliado por um profissional da saúde, médico ou nutricionista, e indicado apenas quando necessário e nas dosagens corretas. Mulheres grávidas, lactantes e portadores de condições médicas preexistentes, como epilepsia ou problemas renais, devem ter ainda mais cuidado antes da ingestão de qualquer suplemento.
Revisão técnica: Gabriela Mieko, nutricionista esportiva do Espaço Einstein de Reabilitação e Esporte do Hospital Israelita Albert Einstein.
João Roberto Resende Fernandes (CRM-SP 203006/RQE 91325), médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.