Leptospirose: tudo o que você precisa saber sobre a doença

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Leptospirose é uma doença infecciosa, aguda, grave, adquirida quando a pessoa é contaminada pela exposição direta ou indireta à urina de ratos que estejam infectados pela bactéria Leptospira.

O contágio ocorre através do contato da pele com água de enxurradas, alagamentos, caixas de esgoto, lama e barro de enchentes. Nesta matéria, você vai conhecer os sintomas e aprender como tratar a doença!

Quais são os sintomas da Leptospirose?

Os principais sintomas da leptospirose, que costumam se manifestar entre sete e 14 dias após a contaminação, podem ser leves ou graves, mas nem sempre todos estão presentes. Os principais são:

  • Dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas;
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Náuseas ou vômitos;
  • Perda de apetite;
  • Olhos vermelhos (sem a secreção que costuma ser observada nas conjuntivites);
  • Coloração amarelada na pele e nos olhos.

Em algumas situações, a doença dá sinais de forma tardia, conhecida como imunológica, que além dos sintomas de dor de cabeça, febre, dor articular, náusea, vômitos e dor abdominal, também pode apresentar meningite e uveíte (um tipo específico de inflamação nos olhos).

Síndrome de Weil


A síndrome de Weil é a forma mais grave da doença, ocorrendo em cerca de 5 a 10% dos casos. Ela se manifesta com icterícia (pele e olhos amarelos), insuficiência renal e hemorragias. Além disso, nessa apresentação, pode ocorrer a síndrome de hemorragia pulmonar, que envolve lesões pulmonares agudas e sangramento. Os pulmões podem ser afetados com sintomas como tosse seca, dispneia (falta de ar) e expectoração.

Como é realizado o diagnostico?

Aos primeiros sinais, é necessário procurar um serviço médico para que seja feito o diagnóstico e assim iniciar o tratamento o mais rapidamente possível. Para isso, são feitos exames de sangue.

O tratamento pode evitar a morte

Geralmente, a leptospirose é tratada com o uso de antibióticos. Em alguns casos, a internação hospitalar é necessária. É importante seguir o tratamento corretamente, uma vez que a doença pode levar a complicações nos rins, fígado, pulmões e até mesmo resultar em óbito.

A letalidade, que é a proporção do número de mortes em relação à quantidade de pessoas que têm a doença ativa, pode chegar a 40% nos casos mais graves da doença.

Como é feita a prevenção da Leptospirose?

A prevenção da doença está diretamente ligada à melhoria das condições sanitárias e de higiene, visando reduzir a presença e a proliferação de ratos. Isso inclui:

  • Vedar a caixa d’água, fechar frestas em portas e paredes;
  • Manter a cozinha limpa e sem restos de alimentos;
  • Consumir água potável, filtrada ou fervida;
  • Não deixar animais domésticos, como cães e gatos, caçarem os roedores nem trazê-los para dentro de casa;
  • Evitar o contato com água ou lama de enchentes.

Além disso, os trabalhadores que atuam na limpeza de lama, retirada de entulhos e desentupimento de esgoto precisam utilizar equipamentos de proteção individual, como luvas de borracha e botas.

Em caso de enchente, a remoção da lama presente em móveis, paredes e chão requer cuidados especiais. Recomenda-se o uso contínuo de luvas e botas de borracha para evitar o contato direto com os resíduos. É importante realizar a lavagem minuciosa da área afetada e, em seguida, desinfetar utilizando uma solução de hipoclorito de sódio a 2,5%.

Para realizar a limpeza adequada, você pode seguir os seguintes passos: adicione 400 mililitros de hipoclorito de sódio a 2,5% em 20 litros de água. Aplique essa solução nas áreas contaminadas e deixe agir por aproximadamente 15 minutos. Posteriormente, enxágue abundantemente com água limpa para finalizar o processo.

Quanto tempo a leptospirose fica no organismo?

O intervalo entre a transmissão até o início dos sintomas da leptospirose pode variar de 1 a 30 dias, mas normalmente ocorre entre uma e duas semanas.

Revisão técnica: Erica M. Zeni, médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.

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