Mieloma múltiplo: entenda as manifestações desse tipo de câncer

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O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que se origina na medula óssea, onde são produzidas as plaquetas e os glóbulos brancos e vermelhos do sangue. Quando as células dessa região sofrem mutações, elas passam a se multiplicar descontroladamente e dão origem a células cancerígenas.

Geralmente, essas alterações genéticas acontecem ao longo da vida de forma isolada em determinadas células da medula; os casos hereditários são raros. 

Embora seja considerado um câncer de difícil tratamento, avanços recentes têm permitido maior controle sobre o mieloma.

Vídeo: Fraturas ósseas são sinais de mieloma?

A seguir, saiba mais sobre a doença e como ela se manifesta:

Sintomas

Por se tratar de um câncer que afeta o sistema imunológico, as pessoas podem ter sintomas em diversas partes do corpo.

Um dos mais comuns é a dor nas costas ou nas costelas, que se trata de uma consequência direta das lesões causadas no tecido ósseo. Em casos mais graves, a pessoa pode desenvolver fraturas espontâneas, mesmo sem traumas aparentes.

Outro sinal recorrente é a anemia, que se desenvolve à medida que a produção normal de células do sangue é prejudicada pela proliferação do tumor. Isso pode causar cansaço excessivo, fraqueza e falta de ar.

Em alguns casos, o mieloma múltiplo pode gerar insuficiência renal devido ao acúmulo de proteínas anormais produzidas pelas células tumorais. 

Também é possível que o indivíduo apresente infecções frequentes, pelo comprometimento do sistema imunológico, e altos níveis de cálcio no sangue, o que provoca náusea, sede excessiva, constipação e confusão mental.

Diagnóstico

O diagnóstico do mieloma pode ser um processo complexo, já que os sinais iniciais podem ser facilmente confundidos com outras condições. Por isso, um dos primeiros passos para identificar esse câncer é a realização de exames de sangue, que revelam a presença de imunoglobulina monoclonal, um tipo de proteína que costuma ser produzida pelas células cancerígenas.

A análise da função renal e os níveis de cálcio também são importantes aliados na identificação das anormalidades associadas à doença. Mas o diagnóstico definitivo só pode ser confirmado com a biópsia da medula óssea. Esse procedimento coleta uma amostra para análise microscópica e indica a quantidade de células tumorais presentes no corpo.

Com a identificação do tumor, é comum que o médico solicite ainda exames de imagem, como raio-X ou ressonância magnética. Esses testes ajudam a avaliar a extensão das lesões ósseas.

Tratamento 

Os tratamentos variam de acordo com a gravidade da doença e as condições de cada pessoa. Embora não seja completamente curável na maioria dos casos, os tratamentos disponíveis atualmente permitem controlar a progressão do mieloma e, com isso, melhorar o estado de saúde e bem-estar geral do paciente.

A quimioterapia é um dos tratamentos mais comuns nesses casos. As substâncias químicas podem ser introduzidas no corpo pela corrente sanguínea ou por meio da ingestão oral de comprimidos que destroem e inibem a proliferação das células tumorais. 

Também é possível o uso de remédios que ajudam a reduzir inflamações e controlar o crescimento do câncer. Em situações mais avançadas, o transplante de medula óssea pode ser recomendado. Nesse procedimento, os plasmócitos cancerígenos do paciente são substituídos por células-tronco saudáveis transplantadas.

Esse transplante pode ser autólogo, com células saudáveis do próprio indivíduo que será transplantado, ou alogênico, em que as células são retiradas de um doador compatível, que pode ou não ser parente da pessoa transplantada.

O objetivo por trás da terapia é estimular a repovoação da medula óssea do receptor a partir das novas células recebidas. Se tiver sucesso, o procedimento pode causar a regeneração do tecido comprometido pelo mieloma. 

Prevenção

Embora não existam medidas específicas para prevenir o mieloma múltiplo, manter um estilo de vida equilibrado pode ajudar a reduzir os fatores de risco para essa doença. Esses hábitos saudáveis incluem:

  • Ter uma alimentação equilibrada; 
  • Praticar exercícios físicos regularmente; 
  • Evitar o tabagismo;
  • Controlar o consumo de álcool;
  • Realizar exames de rotina.

Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein. 

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