Minoxidil: como age o medicamento que ajuda a combater a calvície

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Na década de 1970, o minoxidil foi introduzido no mercado farmacológico como um medicamento oral para o tratamento de hipertensão. No entanto, após testes apontarem que ele trazia como efeito colateral o estímulo do crescimento capilar, o remédio foi adaptado para uma formulação tópica, pensada especificamente para os cuidados com o cabelo.

A ação do minoxidil está ligada a uma interação enzimática do produto com as células foliculares do corpo. Esse processo prolonga o tempo em que os fios estão em sua fase de crescimento (anágena), aumentando assim seu comprimento e sua espessura. Da mesma forma, ele também leva a um encurtamento da fase de queda (telógena), o que significa que estimula os folículos a transitarem mais rapidamente para sua fase de crescimento.

Esse medicamento costuma ser indicado para combater casos de afinamento de cabelo ou queda gradual em mulheres, bem como para a reversão do progresso da alopecia androgenética (mais conhecida como “calvície”) nos homens. Off-label, o minoxidil também tem sido usado para preenchimento de barba e sobrancelhas, além do tratamento de alopecia areata e alopecia cicatricial.

Como usar o minoxidil

A utilização do minoxidil idealmente deve ocorrer a partir de uma avaliação e indicação prévia, conduzida por um médico.

Embora o medicamento esteja disponível no Brasil tanto como cápsula quanto em spray, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda evitar sua ingestão oral, pois essa abordagem está mais associada ao surgimento de efeitos colaterais. Mas os dermatologistas têm liberdade para avaliar cada caso e decidir pela prescrição ou não do produto.

No geral, o minoxidil começa a fazer efeito depois de dois a quatro meses, com efeitos visíveis a partir de quatro a seis meses desde o início do tratamento. Vale lembrar que, para manter o crescimento capilar regular, os cuidados precisam ser contínuos e seguir à risca as orientações dadas pelo médico.

Efeitos colaterais

Quando utilizado de maneira tópica, o minoxidil não costuma desencadear efeitos colaterais graves. Normalmente, a pessoa pode enfrentar episódios de coceira no couro cabeludo, ressecamento, descamação, irritação ou sensação de queimação. 

Porém, caso a substância entre em contato com a corrente sanguínea, podem aparecer sintomas como dor no peito, batimentos cardíacos acelerados, inchaço nas mãos ou pés, tontura ou confusão. A recomendação é interromper imediatamente o uso do medicamento e buscar atendimento médico.

Contraindicações

O minoxidil é contraindicado a pessoas com histórico de alergia a qualquer ingrediente de sua formulação ou de doenças cardíaca, renal, hepática ou do couro cabeludo. Antes de consumir o produto, é importante informar ao seu médico se você estiver grávida, amamentando ou planejando engravidar.

Vale destacar que o medicamento não deve ser utilizado caso a pele do couro cabeludo esteja vermelha, inchada, irritada ou infeccionada. Isso pode permitir que o medicamento seja absorvido pela corrente sanguínea, aumentando o risco de efeitos colaterais graves.


Revisão técnica: Luiz Antônio Vasconcelos (CRM 124.634/RQE 75628), especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.

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