Pedra nas amígdalas: conheça a condição que pode causar mau hálito 

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Pedras nas amígdalas são um problema bastante comum, mas pouco conhecido e comentado. São pequenas pedrinhas de cor branca ou amarelada que se formam nas amígdalas e cujo termo médico é caseum. 

Geralmente, têm textura de massinha, mas podem se solidificar e ficar mais endurecidas, parecidas com pedras – daí a origem do nome. Felizmente, ao contrário dos cálculos na vesícula ou nos rins, as pedras nas amígdalas são inofensivas e eliminadas tratando a origem do problema.

Como estas pedras são formadas?

Ainda não se sabe exatamente o que leva à formação dessas pedrinhas, que podem ser bastante incômodas e gerar mau hálito crônico, irritação na garganta e dificuldade de engolir. 

Mas duas hipóteses ajudam a explicar: a mais antiga diz que essas pedras são formadas pelo acúmulo de alimentos triturados pela mastigação, que se alojam nas criptas (pequenos buraquinhos que existem na superfície das amígdalas). Esses alimentos sofrem ação de bactérias que levaram à fermentação do conteúdo, que endurece, causando mau cheiro na boca e dor na garganta.

A ideia mais recente, no entanto, reconhece que o caseum não é formado por alimentos acumulados. Trata-se, na verdade, de uma secreção chamada de exsudato, fabricada pelas amígdalas quando há uma inflamação crônica na garganta. Essa faringite persistente, além de provocar o surgimento das pedras nas amígdalas, também causa dor de leve intensidade, halitose, pigarro constante e sensação de ter uma “bola na garganta”.

Os principais fatores desencadeantes da faringite crônica (que vai influenciar no surgimento das pedras) são as doenças respiratórias das vias aéreas superiores, como rinite e sinusite, além da doença do refluxo gastroesofágico

E o problema não tem relação com a higienização bucal: mesmo aqueles que escovam os dentes corretamente, usam fio dental e vão ao dentista regularmente podem desenvolver pedras nas amígdalas.

Qual a recomendação ao encontrar essas massinhas na garganta?

A recomendação é sempre procurar um especialista ao observar essas “massinhas” na garganta. Para chegar ao diagnóstico correto, o médico vai pesquisar qual a causa do caseum em cada paciente: pode ser uma sinusite, um quadro de rinite, refluxo ou outra doença. Para isso, podem ser necessários exames como tomografia, endoscopia nasal ou endoscopia digestiva. 

O tratamento será direcionado à doença de base que levou à formação das pedras. Em alguns casos, pode ser necessária a cirurgia de retirada das amígdalas, principalmente em quadros mais avançados, onde ocorre uma alteração estrutural da superfície das amígdalas e grandes depressões se formam, favorecendo a permanência do caseum.

E atenção: tentar remover as pedrinhas manualmente, com o auxílio de objetos como cotonetes ou palitos, não é recomendável. Além de não resolver o problema, pode causar ferimentos e levar a alterações nas criptas amigdalianas.


Fonte consultada: Hugo Valter Lisboa Ramos, otorrinolaringologista do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia

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