A penicilina G benzatina (também conhecida como benzilpenicilina benzatina) pertence a uma classe de antibióticos chamada de penicilina, que age na eliminação de certas bactérias do corpo. Ela costuma ser indicado para lidar com casos de:
- Infecção por estreptococos (ligados a diversos quadros de faringite, pneumonia, sepse e endocardite)
- Infecções leves e moderadas do trato respiratório superior e da pele
- Infecções venéreas, como sífilis, bouba, bejel (sífilis endêmica) e pinta
- Profilaxia da glomerulonefrite aguda e doença reumática
- Profilaxia de recorrências da febre reumática
Como usar a penicilina G benzatina
Devido a seus possíveis efeitos colaterais, a penicilina G benzatina é classificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com tarja vermelha e tem obrigatoriedade de retenção de receita. Essa medida tem o objetivo de manter um maior controle sobre a circulação do produto no território brasileiro.
O remédio vem no formato de suspensão líquida, que deve ser injetada diretamente nos músculos das nádegas ou das coxas. A aplicação precisa ser conduzida por um médico ou enfermeiro treinado em um centro médico, como hospitais, unidades básicas de saúde (UBS) e unidades de pronto atendimento (UPA).
Geralmente, a injeção de penicilina G benzatina costuma ser administrada em dose única. No entanto, quando utilizada para tratar ou prevenir certas infecções mais graves e complexas, doses adicionais podem ser administradas com pelo menos sete dias de intervalo.
A aplicação da substância costuma causar dor e incômodo local, que diminuem com o passar do tempo. Em paralelo, é possível que os sintomas da infecção comecem a ficar mais fracos poucos dias após a dose. Se isso não ocorrer, deve-se procurar ajuda profissional para uma nova avaliação do quadro.
Vale lembrar ainda que, se o médico recomendou a aplicação de mais de uma dose de benzilpenicilina benzatina, elas devem ser tomadas seguindo exatamente o cronograma indicado – mesmo se já estiver se sentindo melhor. Interromper o uso do produto ou pular doses pode prejudicar o andamento do tratamento.
Efeitos colaterais
Alguns dos efeitos colaterais mais comuns à injeção de penicilina G benzatina incluem:
- Náusea;
- Vômito;
- Dor e inchaço no local da aplicação;
- Sangramento na região onde o medicamento foi injetado;
- Surgimento de hematomas nas nádegas ou coxas.
Se o medicamento for injetado acidentalmente perto de uma veia ou nervo, é possível que o indivíduo sinta:
- Sensação de dormência, formigamento ou queimação no local da aplicação;
- Pele pálida ou manchada;
- Lábios, dedos das mãos ou dos pés de cor azulada;
- Fraqueza;
- Bolhas, descamação, descoloração ou alterações dolorosas na pele.
Diante desses episódios, o mais indicado é procurar ajuda em um pronto-socorro. O mesmo vale para quem manifesta sintomas mais graves e raros, como:
- Dor de estômago intensa;
- Diarreia aquosa ou com sangue ;
- Sensação de tontura;
- Frequência cardíaca lenta ou acelerada;
- Confusão mental;
- Convulsão;
- Problemas de micção.
Caso seja necessário, acione o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo número 192.
Contraindicações
O uso de benzilpenicilina benzatina é contraindicado a pessoa com histórico de alergia a qualquer ingrediente do medicamento. Ele ainda deve ser evitado por quem apresenta sensibilidade a outros antibióticos derivados de penicilina, como cefaclor, cefadroxil, cefazolina, cefditoreno, cefepima, cefixima, cefotaxima, cefoxitina, cefpodoxima, cefprozil, ceftazidima, ceftibuteno, ceftriaxona, cefuroxima e cefalexina.
Devido à maior vulnerabilidade aos seus possíveis efeitos colaterais, indivíduos diagnosticados com asma, febre do feno, urticária ou doença renal e cardíaca devem confirmar com o médico a segurança do seu tratamento. Essa recomendação serve também para gestantes e lactantes.
Revisão técnica: Alexandre R. Marra (CRM 87712), pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).