Picada de cobra: um sinal de alerta?

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Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que entre 81 mil e 138 mil pessoas morrem todos os anos, no mundo todo, por causa de mordidas de cobra. Outras 400 mil ficam incapacitadas e com sequelas permanentes, em decorrência de amputações ou perda definitiva da visão, por exemplo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, em 2020, foram registrados 31.395 acidentes ofídicos e 121 óbitos.

Qual a espécie campeã de acidentes?

Segundo o Instituto Butantan, o grupo das jararacas responde por 70% dos acidentes ofídicos registrados no Brasil. 

Chamados de acidentes botrópicos, em referência ao grupo a que as jararacas pertencem (Bothrops), há também ocorrências causadas por serpentes de outros grupos – caso da surucucu (acidente laquético), da coral-verdadeira (acidente elapídico) e da cascavel (acidente crotálico).

O Butantan, de São Paulo, é responsável pela produção do soro antiofídico utilizado no país, ao lado de instituições como Fundação Ezequiel Dias, que fica em Belo Horizonte (MG), e Instituto Vital Brazil, do Rio de Janeiro. 

Quais os sinais de alerta para picada de cobra?

Em caso de mordidas de cobra, as complicações se agravam quando o atendimento não é feito com rapidez. Nas ocorrências com jararacas, além de dor e inchaço no local, que aparecem de 30 a 60 minutos depois da mordida, há outras complicações:

  • hematomas e retesamento na região afetada;
  • sangramento nas mucosas (gengivas, por exemplo);
  • infecção e necrose no local;
  • e insuficiência renal.

Quais os primeiros socorros para picadas de cobra?

Uma boa notícia é que nem sempre as serpentes peçonhentas conseguem inocular veneno no momento do ataque. Em todo caso, para evitar complicações que, algumas vezes, levam à morte, qualquer acidente ofídico deve sempre ser tratado como emergência médica. 

Aqui, algumas providências importantes que devem ser tomadas até que a vítima seja removida para um hospital: 

  • Manter o local do ferimento elevado;
  • Não cortar, furar, fazer compressas ou torniquetes no local da mordida para não agravar o problema;
  • Não usar nenhum medicamento local ou por via oral na tentativa de aliviar os sintomas;
  • Não tentar capturar o animal que provocou o acidente. 

Como é o tratamento para picadas de cobra?

O mais importante é procurar atendimento médico de emergência. Lá, o médico verifica se o ataque foi de uma serpente peçonhenta. 

Pessoas feridas por animais não venenosos não precisam ser tratadas com soro antiofídico – nesse caso, a medicação é para aliviar os sintomas e deixar o paciente mais confortável.

No caso de acidentes com cobras venenosas, o soro antiofídico é administrado por via intravenosa. Quanto antes for iniciada a aplicação, menores serão as possibilidades de haver complicações. 


Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira, médica da Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), mestrado e doutorado em Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal Fluminense.

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