Proteger sem sufocar: 6 dicas para criar relações saudáveis com seus filhos

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Uma das tarefas mais difíceis da parentalidade é encontrar um equilíbrio na forma de educar e zelar pela saúde dos filhos. Desde o momento em que eles nascem até o final da adolescência, eles mudam radicalmente e, como consequência disso, os desafios envolvidos no processo de criação também sofrem alterações constantemente. 

Daí a importância do acompanhamento profissional logo cedo. Para além de tratar eventuais emergências, solicitar exames clínicos de check-up e precaver possíveis doenças ou outras condições prejudiciais, as visitas regulares ao consultório pediátrico também servem para amparar e dar suporte aos pais e responsáveis legais. 

O que te trouxe aqui? Vida em família: como promover relações saudáveis na era digital?

Papel da medicina na infância e adolescência

Mais do que uma medicina focada exclusivamente na saúde física das crianças, a pediatria promove um olhar aguçado para a família como um todo. Na prática, isso significa que cabe ao médico avaliar de que forma as dinâmicas e os hábitos reforçados dentro de casa impactam no desenvolvimento social do jovem.

Vale lembrar que, pela classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), são consideradas “crianças” indivíduos com até 10 anos. A partir dessa idade, a OMS já entende o sujeito como adolescente, fase que se alonga até os 19 anos. No entanto, isso não quer dizer que seja necessário dar adeus ao consultório pediátrico e buscar um clínico geral. 

Existe uma especialidade médica centrada especificamente na saúde dos adolescentes: a hebiatria. Esses profissionais mantêm um olhar global para a vida, tomando cuidado particular com as mudanças físicas e os picos hormonais, além de prestar atenção aos movimentos psicológicos de busca pela própria personalidade, ganho de autonomia e vontade de independência. 

Nessas consultas, geralmente há momentos em que a presença dos responsáveis é indicada, e outros nos quais a conversa fica apenas entre o adolescente e o médico. Isso ocorre justamente para incentivar o jovem, que naturalmente passa por um período de afastamento da família, a se abrir com o profissional e compartilhar suas dores, frustrações e desejos. 

Impactos da internet no desenvolvimento 

Para além dos desafios tradicionalmente associados à educação de jovens e adolescentes, atualmente, os pais e responsáveis ainda precisam lidar com um cenário de mundo digital que se faz muito presente. Diversos estudos já apontaram que a exposição prolongada às telas pode afetar negativamente o desenvolvimento cognitivo e emocional da população mais nova.

É possível que o excesso de atividades superestimulantes, como assistir à televisão, jogar videogame ou “scrollar” o smartphone, cause prejuízos. Entre eles:

  • Distúrbios no sono;
  • Sedentarismo;
  • Obesidade infantil;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Dependência digital;
  • Ansiedade;
  • Baixa autoestima;
  • Problemas de socialização;
  • Dificuldade na resolução de conflitos.

Relacionamento saudável entre pais e filhos

Com todos esses desafios em vista, como é possível formar boas relações com as crianças e os adolescentes? E como fazer isso em meio a um mundo com tamanha disponibilidade de telas? Conheça, a seguir, seis dicas de como zelar pelos seus filhos, sem sufocá-los.

1. Dê o exemplo

É comum que as crianças copiem as ações e as falas das pessoas com quem elas convivem diariamente. Assim, antes de exigir que certos comportamentos ou regras sejam seguidos, dê o exemplo. Isso pode ser mais eficiente do que só falar com elas.

Não quer que a criança entre em casa com o tênis sujo? Tire o seu antes de passar pela porta. Quer evitar que ela aprenda palavrões? Deixe-os fora do seu vocabulário. 

2. Crie memórias afetivas

Passear, jogar um jogo e mesmo assistir a um filme juntos cria memórias especiais, que podem permanecer vivas na mente dos pequenos por anos a fio. Os sentimentos positivos atrelados a essas situações ajudam a criar e manter as conexões familiares.

3. Construa hábitos de convivência e troca

Estimular a convivência diária é essencial para fortalecer os vínculos com os filhos e, assim, criar espaços seguros para trocas. Mesmo se as rotinas de trabalho e estudo dificultarem os encontros, tente organizar pelo menos o jantar em família. Conte sobre seu dia e pergunte à criança ou ao adolescente como foi o dele. 

4. Demonstre interesse 

Sobretudo durante a adolescência, quando os jovens tendem a tentar construir sua personalidade para além dos seus responsáveis, incentive-os a ter seus próprios gostos e referências. E quando seu filho compartilhar seus novos interesses, dê apoio. Julgamentos podem levá-lo a se fechar.

5. Estabeleça regras com diálogo 

Regras são necessárias durante o processo de criação de uma criança, mas sua aplicação não deve ser autoritária. Quando se faz necessário criar um novo acordo, é interessante que o jovem seja apresentado com uma justificativa de por que deve seguir aquilo. 

Vale lembrar que a adolescência é um período no qual naturalmente os jovens testam limites. Na prática, isso significa que, vez ou outra, algumas regras podem ser desobedecidas. Nesses casos, mais do que a punição, o diálogo deve prevalecer para entender as motivações que levaram ao desacordo.

6. Atribua tarefas domésticas

Criar uma rotina em casa ajuda crianças e adolescentes a se desprenderem dos aparelhos eletrônicos e criarem autonomia. As tarefas podem variar de acordo com a idade — guardar brinquedos, passar pano molhado sobre os móveis ou mesmo lavar louça são exemplos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), crianças de até 2 anos não devem ter nenhum contato com telas. Dos 2 aos 5 anos, o contato deve ser limitado a uma hora por dia, enquanto dos 6 aos 10 anos isso pode aumentar para até duas horas diárias. 

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