A sinusite, também conhecida como rinossinusite, é um quadro caracterizado pela inflamação dos seios da face. Essas cavidades, localizadas ao redor do nariz, dos olhos e da testa, são normalmente preenchidas por ar e revestidas por uma mucosa que ajuda a filtrar e umidificar o ar que respiramos. Mas, quando ocorre um bloqueio na drenagem desse muco, ele se acumula e cria um ambiente propício à proliferação de patógenos, causando dor facial, congestão nasal e secreção espessa.
Essa doença pode se apresentar de forma aguda (com duração menor que 30 dias), subaguda (30 a 90 dias), recorrente (quatro ou mais episódios por ano) e crônica (com sintomas persistentes por mais de 90 dias). Seu tratamento depende da natureza da infecção, bem como da intensidade dos sintomas.
Na maior parte dos casos, a infecção é viral e desaparece espontaneamente em até duas semanas. Portanto, o foco nos cuidados está em aliviar os sintomas e melhorar a drenagem dos seios da face. Dessa forma, costumam ser recomendados:
- Analgésicos e antitérmicos, como paracetamol e ibuprofeno, que reduzem dor facial, dor de cabeça e febre;
- Spray ou gotas nasais descongestionantes, como oximetazolina e fenilefrina, que ajudam a desobstruir o nariz;
- Soluções salinas (soro fisiológico) para limpar as vias nasais e facilitar sua drenagem;
- Corticoides nasais, como budesonida, mometasona ou fluticasona, que reduzem a inflamação e são especialmente indicados em casos de sinusite alérgica ou recorrente;
- Anti-histamínicos, mais recomendados quando há alergias associadas.
Nos casos em que há sinais de infecção bacteriana, com sintomas de febre alta, secreção purulenta e ausência de melhora após dez dias, o médico pode sugerir o uso de antibióticos. O tempo de uso geralmente varia entre cinco e dez dias, conforme a gravidade e a resposta ao tratamento.
É importante lembrar, porém, que os cuidados com antibióticos e qualquer outro medicamento devem ser feitos apenas com orientação médica. A automedicação pode diminuir a eficácia do produto, aumentar o risco de efeitos adversos e estimular a resistência bacteriana.
Cuidados e medidas complementares
Além dos medicamentos, algumas medidas simples podem ajudar na recuperação de um quadro de sinusite. Entre elas:
- Beber bastante água para fluidificar o muco;
- Fazer inalações de vapor e aplicar compressas mornas sobre o rosto para aliviar a pressão;
- Manter o ambiente úmido, utilizando umidificador;
- Evitar fumar ou permanecer em locais com fumaça;
- Dormir com a cabeça levemente elevada, para facilitar a drenagem nasal.
Em casos de sinusite crônica ou quando o tratamento medicamentoso não é suficiente, o médico ainda pode indicar a realização de uma cirurgia endoscópica dos seios da face. O procedimento remove as obstruções das vias aéreas e melhora a ventilação das cavidades nasais.
Prevenção e fatores de risco
Algumas condições aumentam o risco de desenvolver sinusite, como alergias respiratórias, desvio de septo, pólipos nasais, fumo, poluição, imunossupressão (por diabetes ou infecção por HIV, por exemplo) e infecções respiratórias frequentes.
Assim, para prevenir a doença, recomenda-se a adoção de algumas boas práticas:
- Lavar regularmente o nariz com solução salina;
- Controlar alergias e evitar exposição a poeira, mofo e pólen;
- Manter boa hidratação e alimentação equilibrada;
- Evitar o cigarro;
- Tomar a vacina contra gripe anualmente;
- Dormir bem e reduzir o estresse, fortalecendo o sistema imunológico.
Revisão técnica: Alexandre R. Marra (CRM 87712), pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE)


