A acetilcisteína (também conhecida como N-acetilcisteína ou N-acetil-cisteína) é um medicamento produzido a partir do aminoácido L-cisteína. No organismo humano, ela promove a liquefação e a eliminação do muco naturalmente produzido pelo corpo.
O remédio costuma ser recomendado para tratar secreção densa e viscosa nas doenças respiratórias crônicas, como bronquite crônica, enfisema, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose cística. Habitualmente, também é usado como nebulização em pacientes com doença broncopulmonar aguda (pneumonia, bronquite aguda, traqueobronquite).
Além disso, em ambiente hospitalar, os médicos podem indicá-lo para prevenir ou diminuir os danos no fígado causados pela ingestão exagerada de paracetamol, uma vez que a acetilcisteína interage com ele e anula seus efeitos no corpo.
Vale lembrar que, apesar de seus benefícios analgésicos e antipiréticos, quando utilizado de forma indiscriminada ou diferente das instruções médicas, o paracetamol pode ser tóxico. Isso pode desencadear quadros de insuficiência hepática e, nos casos mais graves, levar à morte.
Como usar a acetilcisteína
Embora a acetilcisteína seja comercializada de forma livre nas farmácias brasileiras, podendo ser comprada sem a necessidade de apresentação de uma receita médica, é importante lembrar que se automedicar nunca é recomendado. Antes de iniciar o tratamento, procure a orientação de um médico.
Além de confirmar a necessidade do remédio, cabe também a esse profissional sugerir a melhor abordagem de uso. Inclusive no que diz respeito a formato (comprimido efervescente e granulado, solução líquida para inalação ou injeção), dosagem e número de dias do tratamento.
Efeitos colaterais
No geral, os efeitos colaterais da acetilcisteína tendem a ser leves, desaparecendo conforme o tratamento progride e o corpo se ajusta ao princípio ativo. Eles incluem:
- Náusea;
- Dor de estômago;
- Vômito;
- Febre;
- Coceira;
- Cansaço ou fraqueza incomuns.
No entanto, embora incomum, em alguns casos esse medicamento pode causar reações alérgicas graves, incluindo angioedema.
Contraindicações
A acetilcisteína é contraindicada a pessoas alérgicas a qualquer um de seus componentes de formulação. Ela também deve ser evitada por pessoas com histórico de úlcera gástrica e sangramento digestivo, pois pode aumentar o risco de hemorragia no esôfago e no estômago. Assim como em pacientes com pressão alta, insuficiência cardíaca congestiva e doença renal, já que contém sódio, o que pode piorar essas condições.
Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira (CRM 154.981/RQE 45120), médica Escritório de Valor em Saúde Einstein. Doutorado em Ciências Cardiovasculares UFF, título de especialista em Cardiologia SBC/AMB.