Qual a relação entre adenite mesentérica e Covid-19?

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Estudos indicam que a adenite ou linfadenite mesentérica pode ser desencadeada após contágio pelo Sars-Cov-2, agente causador do coronavírus (Covid-19) — principalmente em crianças e adolescentes.

A doença é caracterizada pela inflamação dos nódulos linfáticos do mesentério, membrana que conecta o intestino à parede abdominal, a adenite mesentérica provoca sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômito, diarreia e dores no lado inferior direito do abdome, semelhante aos casos de apendicite aguda.

Mas, diferente da apendicite, a adenite mesentérica não requer cirurgia, uma vez que seu tratamento é sintomático. Desde o início da pandemia, diversos quadros inflamatórios têm sido observados em pacientes infectados pelo vírus, sendo alguns deles mais persistentes ou de gravidade elevada.

Isso acontece porque o vírus, ao ingressar no organismo do paciente, gera uma resposta do sistema imunológico. Nesse processo, os anticorpos produzidos para atacar o coronavírus acabam por desencadear uma cascata inflamatória no organismo.

Quando essa resposta imunológica acontece de forma exacerbada, ela pode resultar na chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica, geralmente detectada entre duas a quatro semanas após o
contágio pelo vírus.

No entanto, quando o paciente é acometido no trato digestivo, podem surgir quadros graves. A adenite mesentérica é um deles, e nesses casos o paciente recebe tratamento sintomático.

Quais as principais causas da Adenite Mesentérica?

Além da Covid-19, a adenite mesentérica pode ser desencadeada após infecções por outros tipos de vírus ou por infecções bacterianas, sendo os microrganismos mais comumente detectados a Yersinia pseudotuberculosis e a Yersinia enterocolítica. Portanto, no caso da Covid-19, o Sars-Cov-2 torna-se mais um agente causador.

Quais sintomas a Adenite Mesentérica causa?

Embora seja uma inflamação de baixa gravidade, é necessário investigar e ter acompanhamento médico para descartar rapidamente outras enfermidades mais graves. As dores intensas costumam ser o sintoma mais relevante da adenite mesentérica, sendo que o incômodo atinge o lado inferior direito do abdome. Mas, ainda assim, o paciente ainda pode se queixar de:

  • Febre;
  • Vômito;
  • Diarreia;
  • Sensação de mal-estar generalizado;
  • Perda de peso;
  • Desidratação;

Por outro lado, existem também casos onde a adenite mesentérica não causa sintomas. Nessas situações, a doença será identificada em exames como a ultrassonografia abdominal.

Como é realizado o diagnóstico?

Diante dos sintomas, o primeiro passo é procurar atendimento médico. Para adenite mesentérica, é recomendado marcar atendimento com um clínico geral, gastroenterologista ou pediatra. No momento da consulta é importante o paciente relatar se teve outros sintomas recentes, como sintomas gripais e de inflamação do trato respiratório. Isso pode favorecer a precisão do diagnóstico de adenite mesentérica desencadeada por vírus.

Além disso, o médico poderá solicitar exames complementares, como ultrassonografia e tomografia computadorizada. Também podem ser necessários exames de sangue, de urina e de fezes para excluir a possibilidade de outras enfermidades, assim como identificar o tipo de bactéria, no caso de infecções bacterianas, para a prescrição adequada de antibiótico.

Tratamento para Adenite Mesentérica

O primeiro passo do tratamento da adenite mesentérica é amenizar o desconforto do paciente. Por isso, são ministrados medicamentos para os sintomas. Eles aliviam as dores, controlam a febre e restauram o bom funcionamento do aparelho digestivo.

Se for uma infecção bacteriana, a adenite mesentérica será tratada com o uso de antibióticos, sempre com indicação de um médico.

Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira, médica da Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), mestrado e doutorado em Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal Fluminense.

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