Recuperação muscular no esporte: como é feita?

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Para falarmos de recuperação muscular, precisamos, primeiro, entender os benefícios do exercício e da prática de esportes. Nesse sentido, toda vez que um jogador de futebol treina, joga ou faz musculação, suas fibras musculares sofrem microlesões e logo se recuperam.

Sendo assim, esse atleta consegue ter um melhor condicionamento físico, com fortalecimento e ganho de força e volume musculares, e melhor habilidade na prática esportiva. No entanto, toda vez que ele pratica ou treina, o ideal é que recupere sua condição física e esteja bem e disposto para voltar a jogar ou treinar.

Reposição de nutrientes e terapias de recuperação muscular

Para trabalharmos recuperação muscular, precisamos olhar para o atleta como um todo. Primeiro: ele se desidratou? Se sim, precisa repor a água, os sais minerais, as vitaminas e os micronutrientes. Afinal, a hidratação é essencial, principalmente em ambientes mais quentes, e deve ser realizada antes, durante e depois da prática esportiva.

Todavia, em alimentação, podemos focar no pós-treino, que consiste em repor a proteína, a massa muscular que ele pode ter perdido e os estoques de glicogênio (sendo o açúcar/o estoque de energia que fica no músculo). Sendo assim, indicamos que ele consuma carboidratos de rápida absorção (de alto índice glicêmico) e proteínas.

Os alimentos que possibilitam isso são derivados de leite, como iogurte, combinados com uma fruta ou mel. Ainda, para essa reposição pós-treino, pode ser feita uma refeição normal contendo carboidratos e proteínas como arroz, feijão, filé de frango, ovos, salada etc.

Além disso, existem terapias de “recovery (ou recuperação) que utilizamos para recuperação muscular mais efetiva, a fim de que o atleta esteja bem no dia seguinte para um novo treino e/ou partida. Por exemplo:

  • uso de botas de compressão de gelo: o atleta de futebol as coloca para que o ajudem no processo anti-inflamatório – o gelo é o melhor anti-inflamatório, é uma terapia de recuperação simples e acessível;
  • uso de botas de compressão: elas realizam uma drenagem linfática das pernas, por assim dizer, e o jogador tende a ter uma melhora da circulação sanguínea, o que acelera a recuperação;
  • soltura e relaxamento de pontos de musculatura com dor: técnica utilizada após grande contração muscular. Esse método de recovery combina massagem, acupuntura, exercícios de fisioterapia e exercícios com equipamentos específicos.

Existem, também, exercícios para soltura muscular e recuperação: depois de um treino ou jogo, o atleta pode fazer um treino adicional para liberar as estruturas musculares e relacionadas que sofreram lesões. Por exemplo, um pequeno trote para recuperar o metabolismo aeróbico.

Sendo assim, geralmente combinamos: exercícios, gelo, compressão, descanso, nutrição, hidratação e reposição pós-treino.

Abordagem fisioterápica para recuperação muscular após lesão

1. Inicialmente realizamos uma avaliação fisioterápica incluindo: história do paciente; palpação das estruturas musculares, ligamentares e articulares para identificação do nível de intensidade da dor, das áreas dolorosas e compreensão da amplitude de movimento; dinamometria (avaliação de força muscular) e avaliação da marcha. 

2. Com equipe médica, fisioterápica e preparadores físicos, e com base na avaliação, levantamos os objetivos a serem alcançados com o paciente. Com estratégias e ações, promoveremos o alívio das dores e melhorar o condicionamento e a preparação muscular o suficiente para reintroduzir o atleta à prática esportiva.

3. Etapas de médio e longo prazos com priorização do ganho de fortalecimento, propriocepção (com exercícios específicos para equilíbrio corporal), controle motor e prática esportiva de maneira gradual e consistente, para o atleta obter a recuperação segura e retornar à competição.

Ao longo do processo de tratamento, para acelerar a recuperação muscular são utilizadas a fototermoterapia e a fotobiomodulação. Com equipamentos próprios, são aplicadas luzes artificiais em forma de onda (como LEDs e lasers) diretamente no local a ser tratado. Essas luzes estimulam ou inibem a atividade celular e promovem a regeneração das células. Em outras palavras, sua ação serve para reparar danos causados ​​por doença ou lesão.

Existem exercícios específicos para cada parte do corpo?

Sim. Tratando-se de lesões e consequente afastamento, existem exercícios específicos para cada músculo e cada movimento que se deseja trabalhar. A escolha dos exercícios é baseada em etapas de tratamento, e são aplicados seguramente conforme as possibilidades físicas do momento e evoluindo de acordo com a resposta do atleta.

Dá para fazer e jogar?

Sim. Costuma-se prever que um jogador de ponta terá danos musculares, mas estará melhor no dia seguinte — desde que não haja lesões ou que o grau destas não comprometa seu estado de saúde e desempenho. Então, utilizando-se as técnicas já citadas, ele deverá estar próximo à sua plena forma física e performance no dia a dia, na temporada.

Ainda, um ponto importante é que, quando falamos de grandes campeonatos e jogadores profissionais, a medicina esportiva, o técnico e a equipe como um todo já sabem que esses jogadores virão de uma temporada que soma jogos no exterior e no Brasil e seguirão para o maior mundial de futebol, por exemplo.

Para enfrentar isso, são utilizados a periodização (divisão estratégica da preparação em períodos alternados de tempo) e o controle de carga de treinamento, junto à recuperação muscular, que formam uma boa tríade para o jogador ter a melhor performance.

Revisão técnica por: Dra. Karina Hatano, médica do esporte; Alan Leite e Vitória Milioni, fisioterapeutas ortopédicos e esportivos do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação.

Saúde em Campo é um projeto que esclarece dúvidas e traz curiosidades relacionadas à saúde e ao futebol, publicado durante o maior torneio do esporte no mundo em 2022. Você pode acompanhar novas postagens e conteúdos nas redes sociais do Einstein ou acessar: www.einstein.br/saudeemcampo

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