Você sabe o que é tireoide e qual é a sua função dentro do organismo humano? Por mais que nunca tenha entendido muito bem o papel dessa glândula no desempenho de funções básicas do nosso corpo, é provável que você já tenha se deparado com pessoas com problemas ou alguma disfunção nela.
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Por isso, aproveitando o Dia Internacional da Tireoide e a Semana Internacional de Conscientização em torno dessa glândula, vale entender melhor qual é o papel da tireoide, quais são os problemas mais comuns que podem atingi-la e os sinais que tais alterações podem causar no corpo. Boa leitura!
O que é a tireoide e qual é a sua função no organismo?
A tireoide é uma glândula localizada na altura no pescoço, debaixo da pele e próximo ao chamado pomo-de-adão — que, nos homens, forma uma pequena cartilagem sobressaltada. Em geral, ela costuma ter, no máximo, 5 centímetros e dois lobos, fazendo com que seu formato lembre uma borboleta. Seu peso não costuma ultrapassar 25 gramas.
Em comparação com outros órgãos e estruturas do corpo, a tireoide é realmente bem pequena. Mas isso não reflete em sua importância para o funcionamento adequado do organismo.
Entre os órgãos afetados por ela, estão:
- coração;
- rins;
- cérebro;
- fígado.
Além disso, a partir da secreção de uma série de hormônios (os mais importantes são denominados T3 e T4), a tireoide estimula o trabalho de praticamente todos os tecidos do organismo para a produção de proteínas, elevando o consumo de oxigênio em uma série de processos metabólicos.
Além disso, sua atuação influencia no desenvolvimento do organismo desde a infância, interfere no humor, regula o ciclo menstrual em mulheres em idade fértil e afeta a fertilidade como um todo, impactando a capacidade de reprodução de homens e mulheres.
Diante de todos esses efeitos da ação da tireoide sobre o corpo, é natural que o organismo conte com uma série de mecanismo complexos para regular o nível dos hormônios produzidos e liberados por ela.
De forma resumida, isso ocorre a partir da liberação do TRH (hormônio liberador de tireotrofina), que induz o TSH (hormônio estimulante da tireoide), indicando à glândula que ela deve produzir os devidos hormônios.
Quais são os problemas de tireoide mais comuns?
Em geral, os principais sintomas da tireoide ocorrem pela produção em excesso de hormônios (hipertireoidismo) ou pelo déficit na liberação dessas substâncias (denominado hipotireoidismo). Seja como for, ambas as condições indicam uma disfunção da atuação da glândula, com reflexo em todo o organismo.
A partir do momento em que o corpo passa a sofrer com o hipotireoidismo, a tendência é que o metabolismo do corpo desacelere, até o ponto em que o crescimento natural pode ficar comprometido. Em paralelo, pode haver ganho de peso, elevação do nível de colesterol e, até mesmo, sintomas depressivos.
No sentido oposto, no hipertireoidismo, o organismo acelera e o metabolismo faz com que várias funções aconteçam mais rápido do que o normal. As pessoas com esse problema podem sofrer com uma maior inquietação, ao mesmo tempo em que têm dificuldade para se concentrar — ou, ainda, se sentem mais cansadas.
Em ambos os casos, não é raro que a pessoa experimente um crescimento no volume da tireoide, o chamado bócio. Ele é perceptível por meio de um exame físico (inclusive pelo próprio paciente).
No mais, a tireoide pode apresentar nódulos, que, em geral, são benignos. Porém, em uma fatia menor, eles podem indicar a presença de um câncer, o que merece uma investigação adequada conduzida pelo médico.
Seja como for, os problemas de tireoide podem atingir pessoas em todas as fases da vida e de qualquer sexo. Distúrbios autoimunes, inflamações, exposição à radiação e deficiência em determinados nutrientes (como o iodo) são as causas mais comuns de alterações da função dessa glândula.
Quais sintomas eles podem causar?
As alterações na tireoide nem sempre geram sintomas claros. Muitas vezes, eles são inespecíficos (ou seja, podem ser também explicados por outras condições de saúde).
De qualquer forma, entre os sinais mais comuns do hipertireoidismo, estão:
- problemas para dormir;
- batimento cardíaco acelerado;
- disfunção intestinal — aumentando o número de idas ao banheiro;
- sensação de excesso de energia — embora acompanhado de cansaço;
- sensação de calor e sudorese;
- alterações no ciclo menstrual.
Quem sofre com o hipotireoidismo, por sua vez, pode experimentar sintomas como:
- depressão;
- batimentos cardíacos mais lentos;
- prisão de ventre;
- alterações no ciclo menstrual;
- problemas de memória;
- cansaço e sono excessivos;
- pele seca e queda de cabelo;
- ganho de peso;
- elevação nos níveis de colesterol.
Quando procurar ajuda e como é feito o tratamento desse tipo de problema?
O endocrinologista é o responsável por diagnosticar e tratar os problemas da tireoide. Ele deve ser procurado sempre que alterações do organismo tiverem, como suspeita, uma disfunção hormonal.
Além disso, ele pode ser procurado diante de qualquer percepção de uma alteração física na glândula, bem como para exames de rotina — em especial, a partir dos 40 anos ou em quem tem histórico familiar desse tipo de problema.
Em geral, os exames mais utilizados para identificar problemas na tireoide são aqueles capazes de medir a quantidade dos hormônios produzidos pela glândula e do receptor THS. No mais, o médico pode solicitar ultrassonografias da tireoide, em especial quando um nódulo aparece. Em último caso, pode ser necessário remover um pequeno fragmento para biopsia, para confirmar ou não um possível câncer na região.
Confirmado o diagnóstico de hiper ou hipotireoidismo, os tratamentos envolvem a reposição do hormônio, suplementação de iodo e, em alguns casos, cirurgia para remover parte ou toda a tireoide.
De qualquer forma, o diagnosticado adequado e o devido tratamento podem devolver a qualidade de vida ao paciente e evitar eventuais complicações associadas a esses quadros.
Agora que você sabe o que é tireoide e quais são os problemas mais comuns nessa parte do organismo, não negligencie a forma como as alterações em seu funcionamento são capazes de prejudicar a saúde como um todo. Felizmente, existem alternativas de tratamento disponíveis que, como sempre, dependem da devida avaliação e orientação profissional.
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Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).