Existe um equívoco bastante comum entre as pessoas de que o transtorno alimentar é uma escolha ou um estilo de vida. Esses distúrbios são, na verdade, doenças de caráter mental (muitas vezes, fatais) que estão associadas a perturbações graves nos comportamentos alimentares das pessoas — e nos pensamentos e emoções relacionados.
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A doença é caracterizada por hábitos alimentares bastante irregulares, que levam ao prejuízo da saúde. Isso traz muito desconforto, não apenas em seu aspecto físico, mas também, emocional.
Você sabe como identificar o problema? Continue a leitura do post e conheça o que é o transtorno alimentar e quais são os seus sinais!
O que é transtorno alimentar?
O transtorno alimentar retrata o total descompasso ao ingerir alimentos ou, então, a perturbação psicológica de não comer. Trata-se de uma condição que é consideravelmente grave e que causa impacto grave na saúde de quem sofre da doença. Cabe ressaltar que apresenta, inclusive, código de doença (CID 10 · F50 — transtornos da alimentação).
O transtorno alimentar é marcado pelos comportamentos alimentares temerários. Ou a pessoa deixa de comer, por estar complexada em relação ao seu peso, ou acaba ingerindo muitos alimentos por conta de um descontrole emocional.
Sendo assim, a questão emocional é muito presente no distúrbio. Normalmente, essa instabilidade decorre de traumas desenvolvidos na adolescência (porque é um momento de descobertas). Mas é possível que se apresente em outras idades.
Quais são os tipos de transtorno alimentar mais comuns?
Existem alguns tipos mais habituais. Por isso, selecionamos os principais para que você aprenda a reconhecer e ajudar, caso alguém esteja passando por essa situação.
Anorexia nervosa
A anorexia nervosa é manifesta pelo medo compulsivo de ganhar peso, então, a pessoa se recusa a comer. Basicamente, o enfermo distorce a sua própria imagem e se enxerga muito acima do peso. Mas na verdade, essas pessoas estão anoréxicas e doentes.
Bulimia nervosa
Outro tipo conhecido é a bulimia nervosa. Nesse caso, o doente come de forma desordenada por uma compulsão alimentar. Logo após a ingestão, tem atitudes para compensar, tais como provocar vômitos, exercitar-se em excesso ou usar laxantes com frequência.
É comum que esses indivíduos iniciem o uso de remédios para perder peso, mas não sabem quais os riscos de automedicação para emagrecer. Esses comportamentos são tipicamente realizados em segredo e, por essa razão, geram um sentimento de culpa e falta de controle. A pessoa se sente frustrada e envergonhada, além de sofrer prejuízos no bem-estar.
Transtorno de compulsão alimentar periódica
Existe, também, o transtorno de compulsão alimentar periódica, que se qualifica pelo consumo desmoderado de alimentos. Diferentemente do que ocorre na bulimia, o paciente não tem comportamentos compensatórios. Por essa razão, tem um aumento de peso considerável e pode ficar obeso.
Quais os sintomas dos transtornos alimentares?
Os sintomas variam, a depender de cada tipo de transtorno. Na anorexia nervosa (caracterizada pela privação de alimentos), os sintomas são bastante graves. Cabe citar anemia, inibição menstrual (no caso de mulheres), hipotermia, dentre outros. Certamente, o mais marcante é a questão psicológica envolvida: preocupação em não engordar e, consequentemente, a distorção da própria imagem.
Já a bulimia gera sintomas como problemas gastrointestinais, desidratação e agravos nas glândulas salivares. É, de fato, uma doença que precisa ser tratada com atenção. Cuide de sua vida e preserve sua vitalidade.
Qual médico procurar quando notar algum sintoma de transtorno alimentar?
Caso você perceba alterações nos seus comportamentos alimentares, busque ajuda. Os traços do transtorno alimentar são perceptíveis. É normal se sentir fora de forma ou ter episódios de ansiedade, e comer mais que o habitual. Mas não deve se tornar uma prática normal em sua vida.
Procure um bom psicólogo para expor e ajudar a entender o fundo emocional envolvido. Faça terapias e entenda melhor como se livrar dos sentimentos ruins e como diminuir o estresse. Também é de suma importância fazer tratamento com nutricionista, pois ele, certamente, vai adequar e orientar uma alimentação equilibrada.
Como o diagnóstico de transtorno alimentar é feito?
O transtorno alimentar tem fundo essencialmente emocional. Então, é perceptível que as pessoas que têm a doença mostrem comportamentos de compulsão. É possível diagnosticar pelas seguintes sintomas: comer rápido demais, alimentar-se até passar mal ou até fazer as refeições sozinho, por vergonha.
Em um caso de anorexia, o indivíduo fica horas sem comer, sente-se deprimido e ansioso. A desordem mental que leva a esse tipo de doença, no entanto, não é difícil de averiguar.
Quais são os tratamentos para transtorno alimentar?
Se você está passando por transtornos alimentares, é essencial dar início ao tratamento o quanto antes. Dificilmente a própria pessoa compreende que precisa de ajuda, por isso, é importante que os conviventes e amigos estejam atentos ao cenário.
O tratamento é feito por uma investigação realizada individualmente. Varia de acordo com a gravidade do caso e com o histórico clínico do paciente. Normalmente, é realizado de forma multidisciplinar. Psicólogos, psiquiatras e nutricionistas precisam estar nessa rede de tratamento.
A parte psicológica tem que ser trabalhada para que os hábitos alimentares sejam reeducados. Os profissionais da saúde mental ajudam o paciente a ressignificar a sua relação com o próprio corpo e colocar a mente em ordem.
O nutricionista e/ou nutrólogo também tem um papel fundamental de apoio e orientação. Esse profissional auxilia na qualidade e na quantidade da alimentação, ajudando a controlar as compulsões. É uma verdadeira superação vencer o transtorno alimentar, pois envolve a análise de uma série de fatores que desencadeiam o problema.
Sem o acompanhamento de profissionais qualificados, fica ainda mais difícil curar a doença. Mesmo porque, muitos não aceitam que estão doentes ou não reconhecem que precisam de ajuda. É uma questão muito preocupante e que precisa ser bem cuidada.
A família e os amigos têm um papel muito relevante nesse aspecto. Isso porque a compreensão faz com que a pessoa se sinta acolhida e cuidada. Com certeza, ter essa rede de apoio faz diferença nos resultados do tratamento!
O transtorno alimentar pode levar alguém a uma vida muito conturbada. Tenha atenção às pessoas ao seu redor quando perceber algum comportamento compulsivo. Observe seus comportamentos também, pois se trata de uma doença séria e que precisa ser devidamente tratada.
Gostou de entender mais sobre o assunto? Consegue identificar melhor as peculiaridades dos transtornos alimentares? Acompanhe nosso blog e fique por dentro de nossas melhores dicas para ter hábitos mais saudáveis em sua rotina.
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituo Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).