O ano de 2022 foi muito importante para a representatividade das pessoas com vitiligo. A modelo Natália Deodato, natural de Minas Gerais, conquistou uma vaga no reality show Big Brother Brasil, e desmistificou essa condição, mostrando um pouco mais sobre ela em rede nacional.
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Outros exemplos de famosos com vitiligo são o cantor estadunidense Michael Jackson e a modelo canadense Winnie Harlow. Ainda assim, há muitas dúvidas sobre a condição, as suas causas e muito mais.
Quer conhecer melhor o vitiligo? Então, continue a leitura e saiba mais sobre essa alteração de pele, suas características e os principais tratamentos existentes no momento. Vamos lá!
O que é vitiligo?
Vitiligo é uma condição cutânea, ou seja, que afeta a pele. A sua principal característica é a perda de pigmentação da mesma, fazendo com que ela fique mais clara em várias regiões do corpo.
Isso acontece por conta da alteração na quantidade de melanócitos, células que produzem a melanina. Essa proteína é a responsável pela pigmentação da pele e, em sua ausência, temos uma descoloração da mesma.
Importante ressaltar que o vitiligo não é contagioso, ou seja, não passa de uma pessoa para a outra. Essa é uma condição que afeta exclusivamente a pessoa que tem a alteração em seus melanócitos.
Quais são as suas possíveis causas?
Ainda há muito para se descobrir sobre as causas do vitiligo. Como visto, ele é ocasionado por uma falha na produção de melanina, acarretada pela ausência de melanócitos.
Os motivos para esses melanócitos deixarem de ser suficientes são:
- Alterações de origem autoimune, no qual as células de defesa atacam o próprio organismo;
- Eventos traumáticos, tanto emocionais quanto físicos (queimaduras, por exemplo);
- Contato com substâncias químicas que possam levar à morte dos melanócitos.
Lembrando que o estresse pode fazer com que as manchas progridam com mais rapidez. Sendo assim, lidar com esse problema é indispensável para quem tem vitiligo.
Como se manifesta?
O vitiligo pode se manifestar de diferentes formas em pessoas distintas. No entanto, os seus principais sintomas são:
- Perda da coloração da pele, que acontece de maneira irregular;
- Possível clareamento dos pelos do corpo e cabelos, incluindo cílios e barba;
- Alteração no tom das mucosas (tecido que reveste áreas como o interior da boca e os genitais).
No vitiligo, não há presença de dor, coceira ou qualquer outra alteração cutânea. No entanto, pode ser que a área afetada fique mais sensível, o que exige um cuidado maior com a região.
Como o vitiligo começa?
Não há uma forma única de o problema se manifestar. Normalmente, ele inicia antes dos 30 anos, mas também pode dar os primeiros sinais após essa faixa etária. Outro detalhe é o fato de que os sintomas, na maioria das vezes, se iniciam pelas mãos. No entanto, isso também não é uma regra.
Há tratamento para o vitiligo?
Claro que sim! Ainda que não exista uma cura, há tratamentos muito eficientes para cessar o avanço das lesões, ou seja, evitar que as manchinhas continuem a crescer.
Eles incluem:
- Fototerapia;
- Laser;
- Transplantes de melanócitos;
- Medicações variadas.
Há, ainda, o tratamento de repigmentação, que promete devolver a coloração natural da pele afetada. Lembrando que cada caso é único. Portanto, o tratamento deve ser discutido com o seu dermatologista, que vai analisar a sua situação, o seu quadro geral de saúde e outros detalhes, a fim de identificar as estratégias mais adequadas.
Não podemos deixar de mencionar a importância do protetor solar nesse tratamento. Ainda que o vitiligo não evolua para quadros de câncer de pele, essas pessoas têm uma maior probabilidade de desenvolvê-los, graças à ausência da proteção cutânea, conferida pela melanina. Então, tenha cuidado e capriche no filtro solar!
O vitiligo tem complicações?
O vitiligo é uma condição completamente benigna, que não se transforma em câncer, não causa qualquer tipo de dor e tampouco gera problemas para a saúde da pessoa que lida com ele. No entanto, os prejuízos e complicações da doença costumam ser emocionais.
A autoestima das pessoas com vitiligo costuma ser bem afetada, o que pode gerar situações de ansiedade, episódios de depressão e muitos outros problemas psicológicos. Falaremos melhor sobre isso, no próximo tópico!
Qual é a sua relação com autoestima?
Belas mulheres, como Natália e Winnie, mencionadas no início da nossa conversa, são um ponto fora da curva quando o assunto são pessoas com vitiligo. Ainda que elas tenham conquistado locais de destaque na mídia, a realidade para esse grupo ainda é muito dura, por conta de preconceitos da população.
Assim, o vitiligo ainda gera graves consequências para a autoestima. A maioria das pessoas não está acostumada com a diversidade e, por isso, aponta, faz comentários e trata esses indivíduos de forma diferente, apenas por causa da característica de suas peles.
Além disso, há muita desinformação sobre essa condição. Não é incomum encontrarmos pessoas que acham que o vitiligo é contagioso. Felizmente, você não faz mais parte desse grupo!
Por que acompanhar movimentos de aceitação?
Acompanhar os movimentos de aceitação é algo imprescindível, seja para quem não tem qualquer relação com o vitiligo, seja para as pessoas que já lidam com a doença em seu dia a dia. Esse tipo de estratégia ajuda no autoconhecimento, e a identificar, no próximo, características que fazem parte de nós mesmos. Empatia e informação andam lado a lado!
Isso não é válido só para o vitiligo. Buscar informação sobre tudo que é “diferente” é uma maneira de nos tornamos não só mais humanos, mas também, de exercemos a nossa cidadania de forma mais plena e completa. Vamos trabalhar a inclusão começando por nós mesmos!
Agora que você já sabe bastante sobre o vitiligo, que tal espalhar essas informações? Caso você tenha percebido as primeiras manchinhas em sua pele, não se preocupe. Busque o apoio de um médico e comece o tratamento o quanto antes.
Já que o assunto é pele, que tal conhecer um pouco mais sobre o câncer de pele? Essa é uma das neoplasias mais comuns no mundo e, claro, no Brasil. Tire as suas dúvidas sobre o tema!
Revisão técnica: Marcelo Costa Batista, pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein e professor associado livre-docente da disciplina de nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).