Bilirrubina alta: entenda a relação entre bilirrubina e icterícia

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A coloração amarelada na pele, nas mucosas e na parte branca do olho pode ser sinal de concentração acima da média de bilirrubina no sangue  

A bilirrubina é um subproduto da hemoglobina, que é o pigmento vermelho do sangue. Quando o sangue é filtrado pelo fígado, as moléculas de bilirrubina são retidas. Então, ela é metabolizada e, em seguida, excretada, ou seja, eliminada junto com fezes e urina. 

Se esse processo não estiver funcionando corretamente, a concentração de bilirrubina sobe. Quando a concentração de bilirrubina se eleva acima das médias normais para cada faixa etária, é sinal de que algum desequilíbrio está acontecendo nos órgãos envolvidos com seu metabolismo, como rins e fígado.  

O sinal mais evidente de que o nível de bilirrubina está elevado é a icterícia, que é a coloração amarelada na pele, mucosas e esclerótica (parte branca do olho).   

A bilirrubina era considerada até recentemente apenas um resíduo do sangue, mas se descobriu que ela atua como modulador de várias funções biológicas no corpo humano. Estudos recentes sugerem que ela pode atuar como um antioxidante que ajuda a proteger contra doenças cardiovasculares.  

O que significa estar com a taxa de bilirrubina alta?

Nos adultos, a presença elevada de bilirrubina no sangue pode indicar mau funcionamento do fígado (como em casos de hepatite ou cirrose), deficiência do fluxo de bile na vesícula biliar ou ainda a presença de lesões hepáticas. 

Quais as consequências da bilirrubina alta nas crianças?

Há diversas condições associadas a níveis anormais de bilirrubina. Entre elas estão:  

  • Síndrome de Gilbert – Trata-se de distúrbio genético do fígado caracterizado por aumento nos níveis de bilirrubina. Os portadores da síndrome de Gilbert têm deficiência da enzima do fígado, órgão que metaboliza essa molécula. Ainda assim, a maioria deles nunca apresenta qualquer sintoma ao longo da vida. Não é considerada uma doença grave. A síndrome de Gilbert ocorre em 5% a 7% da população, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, e geralmente se manifesta durante a adolescência ou no início da idade adulta.  
  • Icterícia nos bebês – A icterícia é uma ocorrência clínica que acontece aproximadamente em 60% dos recém-nascidos a termo e em 80% dos prematuros tardios na primeira semana de vida, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. Na maioria das vezes a icterícia reflete uma adaptação do recém-nascido ao metabolismo da bilirrubina e é denominada “fisiológica”, ou seja, não representa uma condição anormal. A icterícia fisiológica tem seu pico por volta de sete dias após o seu aparecimento; depois disso começa a regredir. 

Em alguns casos, a icterícia nos primeiros dias de vida resulta de um processo patológico, podendo alcançar concentrações elevadas e ser lesiva ao cérebro. É a chamada encefalopatia bilirrubínica, que representa risco para o desenvolvimento e até para a sobrevivência da criança. Essa condição pode ser revertida, desde que haja uma intervenção médica imediata. Como a icterícia é comum em bebês, ela é um sinal clínico que muitas vezes é negligenciado.  

  • Encefalopatia bilirrubínica – Decorre da hiperbilirrubinemia e acomete bebês. Pode ter várias origens, sendo as mais frequentes a oferta inadequada de leite materno, desidratação, as doenças hemolíticas por incompatibilidade de Rh (fator que indica se o sangue é positivo ou negativo) ou por incompatibilidade de ABO (ocorre principalmente quando a mãe é O e o bebê é A ou B).  

Cuidados com o recém-nascido

No Brasil, a Fiocruz recomenda que a alta hospitalar da mãe e do bebê ocorra somente após 48 horas de vida, para que haja o manejo da icterícia neonatal pela equipe de saúde. Para saber mais sobre os cuidados com a saúde do recém-nascido que apresenta icterícia: Icterícia no recém-nascido: o que é? Causas e tratamento. 


Revisão Técnica:  Sabrina Bernardez Pereira – Médica Economia da Saúde Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em Cardiologia pela SBC/AMB, doutorado em Ciências Cardiovasculares Universidade Federal Fluminense (UFF).  

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