O crescimento exagerado da mandíbula (arcada inferior) em relação ao maxilar (arcada superior) faz com que o queixo se projete para frente e prejudique o equilíbrio da face. Esta condição chama-se prognatismo. Nesta matéria, confira respostas para as principais dúvidas sobre a condição!
- Neuralgia: dor de origem neurológica afeta a qualidade de vida
- Emocional pode “colaborar” com a disfunção temporomandibular
1. Quais as consequências do prognatismo?
Do ponto de vista estético, o prognatismo gera um desequilíbrio no conjunto da face. Quanto à saúde da boca, esta característica é problemática se estiver acompanhada pela mordida cruzada, o que é frequente. Em casos assim, pode haver dificuldade na mastigação e na deglutição, distúrbios da fala e um pouco de inabilidade para fechar a boca.
2. Qual a origem do problema?
A causa mais comum do prognatismo é uma alteração genética hereditária. No Brasil, o imperador D. Pedro II foi um exemplo de prognatismo hereditário. O monarca tinha essa característica facial, verificada também em muitos de seus ancestrais e em alguns de seus descendentes. Historiadores suspeitam que o imperador usou barba desde a adolescência e até o fim da vida para esconder o prognatismo.
Na infância, certos hábitos realizados com frequência e inconscientemente, como chupar o dedo ou a chupeta muitas horas por dia, podem modificar o padrão de crescimento facial. O prognatismo é uma das alterações relatadas na literatura médica, embora a origem genética para este desequilíbrio seja mais frequente e marcante.
3. Prognatismo real ou problema de oclusão?
Quando os dentes da arcada superior e os da arcada inferior não estão alinhados de forma a permitir um encaixe e uma mordida natural, fala-se em problema de oclusão. Uma pessoa pode ter um problema de oclusão dentária que projeta um pouco sua mandíbula para frente sem que haja anormalidade no crescimento do osso do queixo.
Já as pessoas com prognatismo geralmente têm também o problema de oclusão, devido ao desequilíbrio gerado pelo avanço do osso. Conforme o diagnóstico feito pelo profissional de odontologia ou pelo médico, o tratamento para esta condição tomará rumos diferentes.
4. Existe tratamento?
Sim. O tratamento pode ser feito com o uso, durante a infância, de aparelhos ortodônticos, quando se trata de reposicionar os dentes, ou de aparelhos ortopédicos-faciais, que ajudam também na reestruturação óssea.
Enquanto os aparelhos ortodônticos trabalham sobre a posição dos dentes, os aparelhos ortopédicos-faciais são expansores, contentores e dispositivos de tração que ajustam o desenvolvimento do osso.
Quando o prognatismo é avantajado, pode ser necessária a cirurgia ortognática. Trata-se de um procedimento feito em hospitais sob anestesia geral por cirurgiões buco-maxilo ou cirurgiões plásticos com especialidade em cirurgia bucomaxilofacial.
O procedimento consiste no reposicionamento da mandíbula, o que pode incluir a remoção de um pouco de osso. A correção pode ser realizada na mandíbula, maxila ou em ambos os ossos, dependendo do diagnóstico do paciente.
5. Qual a melhor idade para tratar o prognatismo?
Enquanto o tratamento ortodôntico é feito preferencialmente na infância, a intervenção cirúrgica depende do potencial de crescimento que a mandíbula ainda apresenta. Para evitar o retorno do prognatismo (que pode ocorrer se os ossos ainda estiverem crescendo), a correção cirúrgica só deve ser feita quando terminar o crescimento da face, que tende a acontecer a partir dos 16 anos.
Revisão Técnica: Sabrina Bernardez Pereira – Médica Economia da Saúde Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em Cardiologia pela SBC/AMB, doutorado em Ciências Cardiovasculares Universidade Federal Fluminense (UFF).