Fascite plantar: todo corredor pode ter? Entenda

4 minutos para ler

A fascite plantar é um processo inflamatório que atinge a estrutura da fáscia plantar, um tecido que se estende do osso do calcanhar até perto dos dedos, bem rente à pele. É uma condição comum entre pessoas que praticam corrida, caminhadas intensas ou outras atividades físicas em que os pés sofrem muito impacto.

Não se sabe ao certo o que desencadeia a fascite plantar, mas especialistas indicam que, na maioria dos casos, a dor está associada a um estiramento repetitivo e excessivo do tecido. Essa é a razão pela qual a condição é tão prevalente entre atletas.

Vídeo: Todo corredor pode ter fascite plantar?

Sintomas

O principal sintoma da fascite plantar é a dor na região embaixo dos calcanhares e na palma dos pés. Normalmente, o incômodo é mais intenso pela manhã, logo após o indivíduo despertar depois do repouso da noite. 

Essa dor característica é o que torna a identificação da fascite plantar tão rápida. Em um exame físico, o médico consegue fazer o diagnóstico.

Fascite plantar ou esporão do calcâneo?

Embora ocorram em regiões próximas – o que leva muitas pessoas a acreditarem que são a mesma coisa –, a fascite plantar é um quadro completamente diferente do esporão do calcâneo. Enquanto a primeira é uma inflamação, a segunda é uma condição ortopédica caracterizada pelo crescimento anormal do calcâneo, um osso na região do calcanhar.

Apesar disso, em alguns casos, quando a fascite plantar está muito espessa, o tecido pode ficar grosso o suficiente para tocar o esporão. Essas “cutucadas” provocam dor na planta do pé, que se soma à dor no próprio calcâneo.

Tratamento

O tratamento precoce da fascite plantar consiste na diminuição das atividades físicas que envolvem a tensão excessiva da fáscia plantar. Assim, a recomendação é de que atletas deem prioridade a outros tipos de exercícios, tais como bicicleta, transport, natação ou musculação.

Caso a inflamação e dor persistam, outras medidas podem ser tomadas. Na fisioterapia, por exemplo, o paciente será submetido a técnicas de controle por meio de alongamentos e exercícios de reequilíbrio muscular. Em quadros mais graves, o médico também pode indicar uma terapia por onda de choque, que é usada frequentemente em quadros ortopédicos.

O que pode acontecer se não for tratada?

Se a fascite plantar não for tratada, o processo inflamatório pode provocar alterações significativas na natureza do tecido afetado. O tecido normal, que é elástico, começa a ser substituído por um tecido cicatricial, fibroso, que não possui a mesma resistência ou elasticidade de antes.

A tensão nesse novo tecido, que é feito apenas para suportar tração, pode falhar. Isso pode gerar lesões graves e perpetuar o processo inflamatório. A longo prazo, essa condição pode evoluir para uma fascite crônica, em que o tecido se encontra degenerado.

Prevenção

O alongamento é uma das principais formas de prevenção à fascite plantar. Logo pela manhã, antes mesmo de sair da cama, esticar as pernas e puxar os pés ajuda a alongar os tecidos, mitigando as dores decorrentes do estiramento excessivo.

Outra indicação é ficar atento à qualidade dos calçados utilizados, sobretudo durante as práticas físicas que exigem muito das fáscias plantares. Solados pouco flexíveis e com amortecimento absorvem o impacto do solo e garantem apoio adequado aos pés.

Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

Posts relacionados