Há muitas causas possíveis para a dor no abdômen. Dentre elas, a gastrite (nome dado à inflamação na região do estômago) é uma das mais comuns. Por isso, é bem importante que você saiba o que é esse problema!
Ela pode ser do tipo agudo ou crônico, além de ser influenciada pelo estado emocional do paciente. Mas, afinal, o que causa esse tipo de situação? Como é feito o tratamento? Quais são as possíveis consequências de não tratá-la da forma certa?
Continue a leitura e tire todas as suas dúvidas sobre o tema, descobrindo o que é gastrite e conhecendo várias informações sobre esse assunto. Sua saúde agradece!
O que é a gastrite?
O estômago é um dos órgãos que fazem parte do sistema digestivo. Ele tem a função de armazenar certa quantidade de alimento e de, nesse meio tempo, fazer boa parte da digestão do conteúdo, antes de enviá-lo para o intestino. Por dentro, é revestido por uma camada que, quando inflamada, dá origem à gastrite.
Sendo assim, gastrite é um termo usado para falar sobre a inflamação do estômago ou, mais precisamente, da sua camada interna. Ela pode ser dividida em dois tipos: aguda, quando aparece de repente, ou crônica, quando vai se desenvolvendo pouco a pouco.
Além disso, nem sempre toda a camada de revestimento estomacal é afetada. É possível que algumas pessoas tenham inflamações em apenas algumas porções dela, fazendo com que os sintomas sejam mais inconstantes.
Outro ponto que deve ser salientado é a relação entre a gastrite e o emocional. Muito se fala sobre “gastrite nervosa” mas, na verdade, o estresse não tem a capacidade de causar esse problema. O que acontece é que o nervosismo afeta a nossa produção de ácidos (utilizados para a digestão) e faz com que o mal-estar se intensifique, agravando os sintomas.
Quais são os sintomas da gastrite?
Agora, é hora de falarmos sobre os sintomas envolvidos na gastrite. O mais comum de todos eles é a dor de estômago, que se localiza no lado esquerdo do corpo, na porção mais acima do abdômen. No entanto, o incômodo pode “irradiar”, ou seja, se espalhar pela barriga.
Além disso, outros sintomas frequentes são:
- Azia (que piora após refeições pesadas e ricas em gorduras, ou assim que o indivíduo se deita);
- Problemas com a digestão (sensação de estar sempre cheio);
- Estufamento abdominal;
- Perda de apetite;
- Emagrecimento;
- Náuseas;
- Vômitos.
Em casos mais graves, o paciente também pode apresentar sangue nas fezes ou vômitos. Esse pode ser um indicativo da presença de uma úlcera e, por isso, é preciso buscar auxílio médico imediatamente.
Quais são as causas da gastrite?
Há muitas possíveis razões para o desenvolvimento de uma gastrite. Uma das mais comuns é a infecção pela bactéria Helicobacter pylori, que pode causar diversos prejuízos para o organismo.
No entanto, há outras causas. Algumas são:
- Consumo exagerado de bebidas alcoólicas;
- Tabagismo;
- Problemas autoimunes, nos quais o próprio organismo produz anticorpos que lesiona a parede do intestino.
Como é feito o diagnóstico desse problema?
O diagnóstico da gastrite pode variar bastante. Em alguns casos, o médico pode apenas fazer o exame físico e solicitar alguns exames, como os raios-x, a ultrassonografia abdominal e um hemograma, para fechar a sua hipótese.
No entanto, outros casos podem exigir exames mais aprofundados, como a endoscopia e, até mesmo, a biópsia. Nela, são removidos (por via endoscópica) pequenos pedaços do seu estômago para que eles sejam analisados por um patologista.
As causas da sua gastrite vão ser determinadas, também, a partir de exames ou da experiência do médico. Por isso, nem sempre será necessário fazer testes mais complexos, como a biópsia.
Quais são os tratamentos para gastrite?
O tratamento do problema vai depender da sua causa. No caso de infecções bacterianas, por exemplo, o paciente precisa fazer um tratamento com antibióticos. Em outras situações, apenas a mudança de alimentação e o uso de alguns medicamentos de suporte (como os antiácidos) pode ser mais do que o suficiente para tratar as lesões.
Lembrando que outra forma de tratar a gastrite é eliminar o seu agente causador. Por exemplo, se você tem o hábito de beber ou fumar, reduzir ou, preferencialmente, parar são ótimas estratégias para evitar que o problema se agrave.
Se eu não tratar a gastrite, algo pode acontecer?
Infelizmente, sim. Caso os sintomas da gastrite sejam ignorados e um tratamento adequado não seja feito, é possível que o problema se agrave e, até mesmo, transforme-se em uma situação completamente nova — e bem mais complexa.
A inflamação progressiva na mucosa estomacal pode fazer com que o paciente desenvolva úlceras, ou seja, feridas na parede. Elas podem sangrar e causar grandes estragos na saúde do indivíduo, muitas vezes, demandando tratamento cirúrgico para a sua correção.
Isso não é tudo. Ainda que seja bem raro, é possível que essa inflamação faça com que as células da região sofram mutações, fazendo com que um câncer se desenvolva. Ou seja, é sempre muito importante seguir as recomendações médicas e tratar o problema direitinho.
Como evitar a gastrite ou recaídas do problema?
Os meios de prevenir a gastrite são, basicamente, os mesmos utilizados para evitar que ela volte após ser tratada. Confira algumas dicas:
- Evite passar muito tempo sem se alimentar;
- Faça refeições menores ao longo do dia, em vez de comer muito de uma vez só;
- Tome cuidado com a mastigação, evitando comer rápido demais;
- Evite a automedicação, já que alguns fármacos podem prejudicar a mucosa do intestino;
- Tenha uma alimentação saudável, sem tantos ultraprocessados.
Como podemos ver, saber o que é gastrite e entender os seus detalhes é algo fundamental para a nossa saúde. Caso você tenha algum dos sintomas citados ou conheça alguém que lide com eles no dia a dia, considere uma ida ao médico. O diagnóstico precoce, como sempre, faz toda a diferença!
Antes de você ir, que tal aproveitar e se informar ainda mais sobre um tema importantíssimo para a sua saúde? Saiba como se alimentar bem e aprenda algumas dicas extras para prevenir e tratar não só a gastrite, mas várias outras alterações que podem estar relacionadas com a nossa alimentação. Boa leitura!
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituo Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).