Os métodos contraceptivos representam uma verdadeira revolução para a saúde e para a sociedade como um todo. Além de prevenir doenças e a gravidez, eles ajudam na promoção da autonomia para pessoas de todos os sexos, que podem planejar melhor a própria jornada. Hoje, falaremos sobre o DIU de cobre, um dos métodos mais procurados atualmente.
O DIU de cobre faz parte dos métodos contraceptivos de barreira, ou seja, ele tem a função de impedir o encontro entre óvulos e espermatozoides de maneira física. Aqui, não há a participação de qualquer elemento hormonal para promover a contracepção.
Está pensando em fazer uso desse método e gostaria de mais informações? Não faz ideia do que seja o DIU de cobre? Não tem problema! Em ambos os casos, você veio ao lugar certo. Continue a leitura e saiba mais!
O que é o DIU de cobre?
O DIU de cobre é um dispositivo bem pequeno, em formato de T, que serve para evitar a ocorrência de uma gravidez. Ele é um método reversível, mas que deve ser colocado em ambulatórios ou hospitais, apenas por um médico especialista em Ginecologia.
Pode até parecer que o principal componente do DIU de cobre é o cobre, certo? Mas não! O corpo do dispositivo é confeccionado em polietileno, um tipo de plástico biocompatível. Ou seja: não há grandes riscos de ele ser rejeitado pelo seu organismo.
O cobre, na verdade, está no fio e nos cilindros do DIU, estruturas que auxiliam na promoção da contracepção.
Como ele funciona?
O funcionamento do DIU é algo combinado. Além de impedir a passagem de alguns espermatozoides, ele limita a sua movimentação por meio da emissão de íons no organismo da mulher.
Isso só é possível graças à adição do cobre, que reage com o corpo do espermatozoide e faz com que ele fique “travado” — consequentemente, prejudicando a sua corrida rumo à fecundação.
Vale lembrar que o DIU de cobre tem uma eficácia de cerca de 99%. No entanto, o 1% ainda existe — afinal, nenhum método é 100% eficaz. Sendo assim, a recomendação é a de que ele seja combinado com outras práticas, como o uso de preservativos — que também ajudam a prevenir infecções sexualmente transmissíveis.
Quanto tempo ele dura?
A duração do DIU de cobre vai depender do fabricante e de outros fatores. Em alguns casos, ele pode ficar no corpo por até 10 anos, sem causar qualquer tipo de problema à paciente.
No entanto, há modelos que têm uma vida útil inferior, variando entre 3 a 5 anos até que precise ser trocado. Ainda assim, é um bom tempo, não é mesmo?
Quem pode usar o DIU de cobre?
Praticamente qualquer mulher pode usar esse método, inclusive:
- após o parto (cerca de 40 dias depois);
- por aquelas que já tiveram filhos;
- por aquelas que nunca tiveram filhos;
- por quem tem mais de 14 anos e não é mais virgem;
- por quem está amamentando.
Há poucos casos de pessoas que não podem utilizá-los. Um exemplo são as mulheres que lidam com a doença inflamatória pélvica. Na dúvida, converse com o seu médico ginecologista e veja se ele é indicado para você!
Como ele é colocado?
A colocação do DIU é bem rápida e pode ser feita no consultório do ginecologista. Lá, o médico poderá oferecer anestesia para a paciente, ainda que isso não seja necessário em todos os casos.
Com a ajuda de um espéculo para favorecer a visibilidade, o médico vai inserir o dispositivo dentro do útero, a partir da abertura do canal no colo uterino. É possível que você, nesse momento, sinta uma pressão e uma certa cólica. Por isso, pode pedir a prescrição de medicamentos para serem usados antes da inserção.
Quais são as vantagens e desvantagens do DIU de cobre?
A principal vantagem do DIU de cobre está em sua versatilidade. Como vimos, ele pode ser usado por praticamente todas as mulheres, sendo um método de contracepção bem democrático.
No entanto, isso não é tudo: ele é bem seguro, raramente causando qualquer tipo de complicação. Por fim, é um método sem hormônios, o que faz com que efeitos colaterais como o ganho de peso, dores nas mamas e alterações na libido não sejam sentidos por quem o utiliza.
Complicações com o uso do DIU são muito incomuns, sendo um método bem seguro para a saúde da mulher. Exemplos de problemas são infecções — ainda que raras — e a expulsão do dispositivo.
Qual é a diferença entre os tipos de DIU?
Há um outro tipo de DIU, o hormonal. Ele é bem parecido com o de cobre, com a diferença de que libera hormônios (como um anticoncepcional oral) na corrente sanguínea da paciente.
Ele é indicado para um grupo seleto de mulheres, especialmente aquelas que precisam do tratamento hormonal para outras questões. Na dúvida, converse com um endocrinologista e com o seu ginecologista para ver qual deles é o mais indicado para você!
Como colocar o DIU de cobre?
O DIU de cobre é colocado, como vimos, por um profissional da área da ginecologia — ou seja, ele também deve ser prescrito por esse médico. Dessa forma, o primeiro passo para a sua colocação é agendar uma consulta com o especialista.
Na consulta, ele vai fazer uma série de perguntas e verificar se você está ou não apta a colocar o DIU. É possível, também, que ele solicite um check up para avaliar como está a sua saúde e, com isso, fazer um acompanhamento mais adequado do seu caso.
Se tudo estiver certo, é só agendar o seu procedimento! Ele pode ser feito de maneira particular, mas alguns planos de saúde também cobrem o DIU de cobre. Além disso, é possível consegui-lo pelo SUS (Sistema Único de Saúde), caso você se enquadre em alguns requisitos.
Gostou de saber mais sobre o DIU de cobre? Agora, não deixe de tirar as suas dúvidas com o seu ginecologista e, claro, de avaliar se esse é um bom método contraceptivo para a sua realidade.
Se quiser ficar por dentro de mais dicas para manter a sua saúde em dia, confira o podcast do Hospital Israelita Albert Einstein!
Revisão técnica: Marcelo Costa Batista, pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein e professor associado livre-docente da disciplina de nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).