Apendicite — esse é um termo que, com certeza, você já ouviu falar! Esse problema de saúde é um dos mais populares de todos. Mas, ainda assim, há muitas dúvidas envolvendo esse assunto.
Afinal, o que é o apêndice? Qual é a função desse órgão? E como é feita essa cirurgia? Será que é possível tratar o problema sem operar? São muitos questionamentos — e se você tem esse tipo de dúvida, veio ao lugar certo!
Continue a leitura para descobrir alguns detalhes sobre a apendicite e ficar preparado(a) para identificar qualquer tipo de alteração que sirva como um sinal de alerta para esse problema. Vamos lá!
O que é o apêndice?
Dizem por aí que o apêndice só existe para dar problema. Será que é verdade? Logo de cara, vamos desmistificar esse assunto: não, não é bem assim. Ele é um órgão que serve como “lar” para bactérias do trato gastrointestinal e células de defesa, mostrando que tem uma participação na digestão e na imunidade do organismo.
O apêndice é uma espécie de bolsa que fica localizada no lado direito do abdômen, na porção mais para baixo. Ele tem cerca de 10 centímetros de comprimento e não é fundamental para a vida.
Ou seja: ele tem, sim, uma função — mas ficará tudo bem se você precisar removê-lo. Nada mudará em sua vida e será possível seguir tranquilamente após a recuperação da cirurgia, certo?
Quando a apendicite ocorre?
Essa é uma lesão do tipo inflamatória. As causas de apendicite ainda não foram muito bem definidas, mas há hipóteses que são bem aceitas pela comunidade científica.
A principal delas é a de obstrução por fezes. Como essa é uma vesícula — nome dado às “bolsas” do nosso corpo — conectada ao intestino, é possível que as fezes se desviem e acabem entupindo esse canal.
Por conta disso, há uma obstrução e, depois, a inflamação da região. Toda inflamação é gerada por uma resposta do próprio organismo, que tenta lidar com o problema enviando células de defesa e outras a fim de corrigir a situação.
Por que é preciso operar?
O tratamento da apendicite é apenas cirúrgico. A remoção do órgão é fundamental para que o paciente fique bem e se recupere sem qualquer tipo de dano à sua saúde.
A cirurgia é recomendada pois o órgão pode se romper, fazendo com que o conteúdo fecal se espalhe na cavidade abdominal. Assim, há um grande risco de desenvolvimento de infecção generalizada.
Apendicite é perigoso?
De modo geral, sim. Como vimos anteriormente, há o risco de rompimento do apêndice e a consequente ocorrência de um quadro infeccioso generalizado no paciente.
No entanto, o problema em si não é tão complexo. Quando diagnosticado rapidamente, a cirurgia é feita e o paciente se recupera sem grandes problemas. É um procedimento relativamente simples, que pode ser feito com o uso de técnicas variadas.
Quais são os sintomas de apendicite?
Os sinais da apendicite nem sempre aparecem de uma só vez. Normalmente, tudo começa com um desconforto generalizado na barriga, que pode ser confundido com cólicas ou qualquer outro tipo de dor.
No entanto, à medida que o tempo passa — e, normalmente, o problema se agrava em até 72 horas, ou seja, 3 dias —, a dor passa a ficar mais localizada no lado direito do abdome. E é uma dor bem intensa, sendo considerada uma das mais fortes que alguém pode sentir.
Além disso, outros sintomas que podem acompanhar a dor são:
- febre;
- aumento do volume abdominal;
- enjoos e náuseas;
- vômitos;
- falta de energia;
- falta de apetite.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da apendicite é feito com base em seus sinais clínicos e em alguns exames complementares. Com as queixas de dor na região abdominal, é provável que o profissional que atende o paciente já se sinta seguro do que está à sua frente.
No entanto, é preciso confirmar o diagnóstico. Aí entram os exames de imagem, que podem ser a ultrassonografia abdominal ou uma tomografia computadorizada. Com essas técnicas, é possível ver o órgão inflamado e encaminhar o paciente para a sala de cirurgia.
Como é feita a cirurgia?
Agora é hora de falarmos sobre um assunto que pode assustar muita gente: a cirurgia. O procedimento de remoção do apêndice é chamado de apendicectomia, e é uma das operações mais recorrentes na Medicina.
Ela é bem rápida — dura cerca de 1 hora — e pode ser feita de três formas. A primeira é a cirurgia tradicional, realizada a partir de uma incisão (corte) feita no abdômen para que o médico acesse a região afetada.
Os outros métodos — mais modernos, menos invasivos e com uma recuperação mais rápida para o paciente — são a laparoscopia (que utiliza câmeras e cortes mínimos para acesso) e a robótica, a mais inovadora de todas.
No entanto, não se preocupe. Qualquer uma das cirurgias é muito eficaz e certamente trará bons resultados para o seu tratamento, com um pós-operatório tranquilo e bom prognóstico.
Como podemos ver, a apendicite não é brincadeira! Esse problema deve ser tratado o quanto antes para evitar uma série de complicações que podem colocar a vida do paciente em risco. Então, está na dúvida? Corra para um médico!
Já que estamos falando sobre casos que precisam ser atendidos rapidinho, aproveite para conferir a diferença entre urgência e emergência, e parar de confundir esses termos de uma vez por todas!
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).