Câncer de próstata: 5 dúvidas sobre como funciona a vigilância ativa

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No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (ficando atrás apenas do de pele não melanoma). É considerado um câncer da terceira idade, pois cerca de 75% dos casos acontecem em homens com mais de 65 anos. 

O aumento na incidência da doença ocorre justamente pela melhora e evolução dos métodos diagnósticos e também pela maior expectativa de vida da população. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos, mas a maioria cresce tão lentamente, que não chega a dar sinais durante a vida e nem ameaça a saúde do homem.

Por isso, é cada vez maior o número de homens diagnosticados com câncer de próstata de baixo risco (clinicamente localizado) que optam pela vigilância ativa do tumor. Isso significa que eles preferem não ser submetidos imediatamente aos tratamentos convencionais — que incluem a retirada total da próstata (prostatectomia) e a radioterapia, por exemplo.

A seguir, entenda como funciona esse processo:

1 – O que é vigilância ativa?

É uma opção de seguimento para pacientes com tumores de próstata de baixo risco. Durante o monitoramento, há a necessidade de acompanhar periodicamente os níveis de PSA (antígeno prostático específico), além de realizar ressonância magnética da próstata e biópsias seriadas para avaliar possíveis sinais de que o câncer esteja progredindo. Sua importância é endossada por vários estudos clínicos, embora ela não seja tão usada na prática clínica.

2 – Qual o objetivo?

A vigilância ativa evita o tratamento imediato naqueles casos em que o tumor demora a evoluir ou até mesmo não vai progredir ao longo do tempo.

Em boa parte dos casos, ela possibilita a identificação dos casos em que a doença progride e o paciente realmente deve ser encaminhado para o tratamento curativo, ainda em tempo hábil, sem prejuízo pela espera.

3 – Ela elimina o acompanhamento médico?

Não. É importante ressaltar que a vigilância ativa não é um abandono de acompanhamento com o urologista. Ao contrário: nos casos em que a doença não progride, os pacientes devem manter o seguimento. 

4 – Todo paciente pode se beneficiar?

Estima-se que cerca de 30 a 35% dos pacientes diagnosticados com câncer de próstata possuem doença com comportamento classificado como “baixo risco”, portanto passível de vigilância ativa. 

Outros cerca de 50% têm a doença de risco intermediário, e também teriam possibilidade de receber a vigilância ativa como possibilidade inicial de abordagem da doença.

Apesar dos benefícios, cerca de 35% dos pacientes abandonam a vigilância ativa em cinco anos e, em 10 anos, até 50% o fazem. Entre os motivos de abandono da vigilância e migração para o tratamento curativo estão desde a progressão da doença até questões psicológicas, pois muitas vezes o paciente sofre com tanto tempo de diagnóstico e com a “ausência” de tratamento. 

5 – Como optar pela vigilância?

A decisão pela vigilância ativa deve ser tomada em comum acordo entre médico, paciente e familiares, com base em vários exames e critérios clínicos. 

O bom relacionamento e contato constante com o urologista é essencial para mudança de abordagem imediata assim que se percebe alguma alteração de comportamento ou agressividade do tumor. 

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