O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor maligno mais frequente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com a última estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), referente ao triênio de 2023 a 2025, espera-se que 72 mil novos casos da doença sejam diagnosticados por ano no Brasil.
Essa condição afeta a glândula prostática, que está localizada logo abaixo da bexiga. O órgão faz parte do sistema reprodutivo masculino e desempenha um papel essencial na produção do sêmen, fluido que contém os espermatozoides e é liberado durante a atividade sexual.
Vídeo: Qual a chance de cura do câncer de próstata?
Causas
Todo câncer é caracterizado pelo crescimento anormal de células. Isso pode acontecer em decorrência de uma hereditariedade genética ou ainda por mutações ao longo da vida.
Especificamente no caso do câncer de próstata, o desenvolvimento da condição pode estar associado a alguns fatores de risco, como a idade avançada.
A idade média dos homens diagnosticados com a doença é de 60 anos.
Manter hábitos de vida prejudiciais também pode favorecer o surgimento do câncer, como ser sedentário, ter obesidade e fumar.
Sintomas
O câncer de próstata costuma ser silencioso na fase inicial de sua evolução. Dentre os sintomas, estão:
- Dor ao urinar ou ejacular;
- Presença de sangue na urina ou no sêmen;
- Dor na região pélvica, nas costas ou nos quadris;
- Disfunção erétil.
Em alguns casos, também é possível que o indivíduo tenha necessidade de urinar com maior frequência durante o dia ou a noite, embora, na maioria das vezes, essa maior vontade de ir ao banheiro seja decorrente de uma outra condição: a hiperplasia prostática benigna.
Hiperplasia prostática benigna
Assim como o câncer, a hiperplasia da próstata tende a se desenvolver conforme os homens envelhecem. Porém, ao contrário da condição maligna, que afeta a região externa do órgão (zona periférica), ela age sobre a parte interna (zona de transição).
Mesmo que não estejam relacionados, muitas vezes são os sintomas urinários da hiperplasia que levam os homens a agendar consultas médicas, o que, consequentemente, pode favorecer o diagnóstico precoce do câncer.
Diagnóstico
Dado que justamente o câncer de próstata em seus estágios iniciais não costuma apresentar sintomas típicos, a chave para combater a doença está no seu diagnóstico precoce.
Em casos nos quais a doença é identificada rapidamente, as chances de cura podem chegar a 90%.
O exame de toque retal é uma das principais ferramentas de investigação. O teste, realizado em consultório, busca avaliar o tamanho, o volume, a textura e o formato da próstata – propriedades físicas que são alteradas pela presença de um tumor.
Alinhada ao exame de toque, está a coleta de sangue para detecção do antígeno prostático específico (PSA), enzima que é produzida pelo corpo e está elevada na presença de células cancerígenas na próstata.
Alguns exames complementares de imagem também podem ser solicitados.
Tratamento
O tratamento do câncer de próstata varia conforme o estágio da doença e as características individuais do paciente.
Quando o câncer está localizado, as opções de tratamento comuns incluem a cirurgia de prostatectomia radical para remoção do tecido contaminado, radioterapia e vigilância ativa (acompanhamento regular pelos médicos para prevenir progressões).
Nos quadros mais agressivos da doença, os cuidados podem incluir terapia hormonal e quimioterapia. Isso é mais comum nos casos em que as células cancerígenas já sofreram metástase e se encontram em diferentes partes do corpo.
Prevenção
A melhor forma de prevenir o câncer é levar uma vida saudável. Praticar exercícios físicos, manter o peso adequado, cuidar da saúde mental, evitar o tabagismo e diminuir o consumo de álcool são alguns dos comportamentos recomendados.
Para além disso, deve-se realizar exames de rotina e consultas médicas periódicas com o urologista a partir dos 50 anos. Já indivíduos com histórico familiar de câncer prostático podem iniciar os cuidados já aos 45 anos.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes (CRM-SP 203006/RQE 91325), médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.