A catapora é uma doença de natureza infecciosa, ocasionada pelo vírus denominado Varicela-Zóster. Esse problema é frequentemente observado em crianças, podendo ser transmitido com facilidade entre indivíduos. No entanto, é possível prevenir essa doença por meio da vacinação e tratá-la através do alívio dos sintomas da infecção cutânea. Isso ocorre devido à sua natureza de curta duração, uma vez que os casos de catapora geralmente resolvem-se em questão de dias ou semanas. A seguir, apresentamos mitos e verdades relacionados a essa doença!
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1. A catapora é transmitida por uma bactéria
Mito. A catapora é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus chamado Varicela-Zóster. A incidência aumenta no início da primavera e no fim do inverno. A estimativa do Ministério da Saúde é de cerca de 3 milhões de casos por ano.
2. Catapora e varicela são a mesma coisa
Verdade. “Varicela” é um termo sinônimo para “catapora”.
3. Só criança pega catapora
Mito. Apesar de ser mais comum em crianças de 1 a 10 anos, os adultos que não tiveram contato com o vírus na infância também podem desenvolver a catapora.
4. A doença é contagiosa
Verdade. A catapora é uma doença altamente contagiosa. A transmissão ocorre via gotículas de saliva, tosse e espirros, e pelo contato direto com o líquido das vesículas que a doença provoca na pele. Mas, raramente, pode haver contágio pelo contato com objetos recentemente contaminados.
5. Catapora deixa cicatrizes na pele
Verdade. Isso ocorre porque as lesões, que surgem no rosto, tronco e até mesmo no couro cabeludo, provocam uma coceira intensa e podem se tornar infectadas, geralmente devido às bactérias presentes nas unhas.
Essas lesões inicialmente se manifestam como manchas avermelhadas (máculas) que evoluem rapidamente, passando por diferentes estágios: pápula, vesícula (bolha), pústula (bolha com pus) e, por fim, crosta. Uma característica típica da catapora é a presença de lesões em diferentes estágios na mesma área do corpo. A recuperação costuma ocorrer dentro de sete a dez dias após a infecção.
6. Catapora não traz complicações
Mito. A infecção das lesões cutâneas por bactérias é a complicação mais comum, especialmente em indivíduos com menos de 14 anos, e requer tratamento com antibióticos. A encefalite, pneumonia e infecções no ouvido são três complicações associadas a casos mais graves ou que não foram tratados adequadamente.
A encefalite é uma inflamação do cérebro que, se não for tratada a tempo, pode resultar em óbito. Crianças geralmente tendem a manifestar sintomas mais leves. Já os casos mais graves costumam ser mais frequentes em adultos e em pessoas com sistema imunológico enfraquecido.
7. Febre é um dos sintomas
Verdade. Além da elevação da temperatura, os sintomas incluem manchas vermelhas e bolhas no corpo, mal-estar, cansaço, dor de cabeça e perda de apetite. Esses sinais começam entre dez e 21 dias após o contágio pelo vírus.
8. Só se tem catapora uma vez na vida
Verdade. Uma vez que a pessoa tenha se contaminado, se torna imune à reinfecção. Mas o Varicela-Zóster permanece no corpo a vida toda (em estado latente) e pode ser reativado, causando o herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro.
9. O tratamento inclui medicamentos e isolamento social
Verdade. Para evitar a transmissão, é importante que a pessoa fique em casa até que as lesões estejam cicatrizadas. Entre os medicamentos prescritos pelo médico, estão antitérmicos para controlar a febre e aliviar a prostração, e anti-histamínicos para a coceira.
Em casos mais graves, podem ser utilizados antivirais — principalmente para indivíduos imunossuprimidos, como pessoas que vivem com HIV ou que estejam passando por tratamento quimioterápico.
10. Ácido acetilsalicílico não deve ser administrado em crianças com catapora
Verdade. O uso de remédios com esse princípio ativo, na presença da catapora, está associado ao aparecimento da síndrome de Reye, doença grave que afeta cérebro e fígado e que pode levar à morte.
11. A vacina da catapora não funciona
Mito. É verdade que mesmo pessoas vacinadas podem ter catapora, principalmente após receber apenas 1 dose da vacina. No entanto, essas pessoas têm uma forma bem mais leve da doença, com menos lesões (bolhas), menos febre e principalmente muito raramente desenvolvem complicações.
A vacina também ajuda a diminuir a propagação do vírus, diminuindo os surtos. Ela está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e integra o Calendário Nacional de Vacinação desde 2013 (2 doses).
Revisão técnica: Erica M. Zeni, médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.