Ansiedade em crianças: como identificar e ajudar os pequenos

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O desenvolvimento infantil é formado por várias adversidades que podem desencadear uma série de sentimentos, como a angústia e a ansiedade. O primeiro dia de aula, o primeiro beijo e a busca por aceitação social na escola são bons exemplos disso.

Nesse ambiente, eleva-se a probabilidade de desenvolvimento de transtornos comportamentais. Contudo, são eventos importantes para o desenvolvimento social da criança e fazem parte do crescimento e do aprendizado. Mas como saber até que ponto essas sensações são normais e quando estão virando um sério problema de saúde?

Neste artigo, você vai entender o que causa a ansiedade em crianças, como saber se seu filho está ansioso e qual a melhor forma de ajudá-lo a sair dessa situação. Continue a leitura e descubra!

Como é feito o diagnóstico da ansiedade em crianças?

Os sintomas da ansiedade podem surgir em sequências alternadas, com períodos mais ou menos frequentes e de maior ou menor intensidade e duração. É importante estar atento ao grau de prejuízo funcional que eles estejam causando.

O diagnóstico do “Transtorno de Ansiedade Generalizada” é feito quando esses sintomas causam sofrimento significativo para a criança ou prejudicam seu funcionamento social ou acadêmico, além de a criança apresentar mais de um sintoma específico: inquietação, agitação, sensação de nervosismo ou tensão.

Além disso, estudos demonstram que a ansiedade na infância é um fator de risco aumentado para o desenvolvimento de outros transtornos comportamentais na vida adulta.

Segundo a revista Veja, cerca de 10% dos pequenos sofrem desse mal e 5 a cada dez crianças podem sofrer algum episódio depressivo por conta da ansiedade. Portanto, é recomendado sempre observar o comportamento dos seus filhos para analisar se ele está sofrendo com algum transtorno e encontrar meios para melhorar a saúde mental e física da criança. 

Quais são os sinais de que você tem uma criança ansiosa em casa?

Estado de constante vigilância, medo de situações banais, transtornos e fobias específicas, como medo de animais, aviões ou tempestades são sinais de que a criança está ansiosa e precisando de ajuda. Além do mais, sensibilidade exacerbada a estímulos de reprovação e autocrítica exagerada também podem desencadear um quadro grave desse problema.

Existem sinais para ficar atento e observar se seu filho está passando por problemas. Listamos aqui os principais sintomas e prejuízos funcionais:

  • alterações no apetite;
  • dificuldades no sono;
  • queda no rendimento escolar;
  • falta de motivação;
  • preocupações excessivas;
  • dores de cabeça;
  • tonturas;
  • isolamento social;
  • pesadelos recorrentes;
  • irritabilidade ou apatia.

Vale lembrar que os jovens podem ter diferentes comportamentos face à ansiedade dependendo da situação, características e personalidade de cada um. É possível que a reação seja de medo, agressividade ou até mesmo o desenvolvimento de tiques perante determinados episódios estressantes.

Qual a relação entre a pandemia e a ansiedade em crianças?

A pandemia trouxe diversas incertezas quanto ao futuro. Com isso, sensações de angústia e preocupação passaram a estar mais presentes dentro de casa, principalmente no âmbito familiar. Como consequência, as crianças percebem esse sentimento nos pais e se sentem fragilizadas, pois não aguentam a pressão de ser o porto seguro para a família.

Estratégias de como diminuir o estresse devem ser usadas para melhorar a convivência dentro de casa nesses tempos difíceis. Dentre elas, podemos destacar a meditação, a boa alimentação, a prática de exercícios físicos e sempre procurar um bom profissional para te ajudar quando surgirem sinais e sintomas que estejam prejudicando sua saúde física, mental ou rotina. 

Qual especialista procurar para tratar ansiedade infantil?

Quando esse transtorno traz sofrimentos psíquicos e prejuízos para o dia a dia dos pequenos, como desmotivação, nervosismo extremo frente a situações consideradas normais, oscilações de humor e diminuição da autoestima, é preciso buscar auxílio médico para ajudá-los a superar esses desafios. 

É recomendado, principalmente, o uso da terapia cognitiva comportamental, pois a conversa com um terapeuta pode ser muito benéfica para o entendimento dos sentimentos da criança e ajudá-la, com os pais, a resolver seus problemas da melhor forma possível.

Qual a importância do diagnóstico e tratamento para a ansiedade em crianças?

Os pais têm um papel fundamental na hora de ajudar os pequenos a se desenvolver e se virar sozinhos no mundo. Para isso, uma boa saúde mental, tanto dos pais quanto dos filhos, é primordial para manter a harmonia dentro de casa e criar filhos saudáveis e preparados para enfrentar todas as adversidades da vida.

Uma boa dica para perceber se seu filho está com transtorno de ansiedade é observar os seus comportamentos e analisar os que possam ser considerados fora do habitual. É importante o diagnóstico precoce dessa doença, pois, quanto mais cedo são conhecidas as causas, mais rápido, fácil e eficaz será o tratamento. 

Além disso, as crianças veem seus pais como heróis indestrutíveis, por isso devem ser exemplos para seus filhos. O controle de emoções negativas, como o estresse e a ansiedade, uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos são bons exemplos que podem ser ensinados aos pequenos.

Em resumo, a infância é repleta de situações desafiadoras que nos fazem crescer e aprender com nossos erros. Contudo, a ansiedade exacerbada e a depressão em crianças não são naturais e estão associadas a fatores do dia a dia e que merecem a atenção dos pais. 

Nesse contexto, é dever dos responsáveis observar e buscar o tratamento adequado para tratar desse problema tão recorrente entre os pequenos. Com isso, as práticas de psicoterapia associadas a medicamentos indicados pelo terapeuta têm se mostrado eficazes no tratamento de ansiedade infantil.

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Revisão técnica: João Gabriel Pagliuso, médico da Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein.

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