A ciclobenzaprina pertence à classe dos relaxantes musculares esqueléticos, que atuam no cérebro e no sistema nervoso para permitir o repouso e a distensão dos músculos. Ela costuma ser indicada para o tratamento de espasmos musculares associados a condições musculoesqueléticas agudas e dolorosas, como:
- Lombalgia;
- Torcicolo;
- Periartrite escapuloumeral;
- Cervicobraquialgia;
- Fibromialgia.
Em alguns casos, o medicamento também pode ser utilizado como agente coadjuvante na fisioterapia e no repouso após certos procedimentos. Ele serve para aliviar os sintomas, como dor, sensibilidade e limitação de movimento.
Como usar a ciclobenzaprina
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica a ciclobenzaprina com tarja vermelha, portanto, sua comercialização no país depende da apresentação de uma receita médica assinada. Essa obrigatoriedade tem o objetivo de promover um maior controle sobre a circulação do remédio, já que o uso indiscriminado pode aumentar o risco de efeitos colaterais graves.
O produto está disponível como comprimido ou cápsula de liberação prolongada, ambos para administração oral, com ou sem alimentos. Enquanto o primeiro é geralmente tomado três vezes ao dia, o segundo, que apresenta uma dose maior do princípio ativo, costuma ser ingerido uma única vez ao dia.
A automedicação não é uma prática recomendada. Por isso, siga à risca todas as instruções dadas pelo médico.
Efeitos colaterais
No geral, os efeitos colaterais mais comuns da ciclobenzaprina incluem:
- Sonolência;
- Cansaço;
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Boca seca;
- Dor de estômago;
- Náusea;
- Constipação.
Embora seja raro, também é possível que o usuário apresente sintomas mais graves, como:
- Erupção cutânea;
- Urticária;
- Inchaço no rosto ou na língua;
- Dificuldade para respirar ou engolir;
- Frequência cardíaca irregular;
- Dor no peito.
Nesses casos, busque ajuda em um pronto-socorro. Se necessário, acione o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo número 192.
Contraindicações
A ciclobenzaprina é contraindicada a pessoas alérgicas a qualquer um de seus componentes. Devido ao risco de interação química, que pode afetar a eficácia do tratamento, ela deve ser evitada por quem já está utilizando certos remédios, como:
- Antidepressivos (como isocarboxazida, bupropiona e tranilcipromina);
- Opioides (como meperidina e tramadol);
- Antiparkinsonianos;
- Medicamentos para tratar excesso de ácido estomacal, úlcera estomacal, enjoo ou síndrome do intestino irritável;
- Remédios para tratar bexiga hiperativa;
- Broncodilatadores para asma.
Para garantir sua segurança, antes de iniciar tratamento, informe seu médico caso você tenha histórico de:
- Ataque cardíaco;
- Hipertireoidismo;
- Insuficiência cardíaca;
- Batimentos cardíacos irregulares;
- Bloqueio cardíaco;
- Glaucoma;
- Dificuldade para urinar;
- Doença hepática;
Uso em idosos
A ciclobenzaprina, embora amplamente utilizada como relaxante muscular, apresenta riscos relevantes em pacientes idosos devido ao seu perfil de efeitos adversos. Essa faixa etária é mais suscetível a sonolência, tontura, visão turva e lentificação dos reflexos, fatores que comprometem a percepção sensorial e a coordenação motora. Tais alterações aumentam a probabilidade de quedas e acidentes, além de tornarem contraindicadas atividades que demandam atenção plena, como dirigir veículos ou operar máquinas.
A prescrição da ciclobenzaprina em idosos deve ser criteriosa, considerando alternativas terapêuticas mais seguras e garantindo a devida orientação ao paciente e seus cuidadores sobre as limitações funcionais decorrentes do uso do fármaco.
Revisão técnica: Mariana Jancis Unelo Rigolo (CRM 198725), membro do corpo clínico e da unidade de pronto-atendimento do Einstein Hospital Israelita. Residência em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina do ABC e especialização em Geriatria pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.