Revisão técnica: Leonardo Borges, uro-oncologista e coordenador da Pós-Graduação de Robótica em Urologia no Hospital Israelita Albert Einstein
A tecnologia é uma grande aliada da medicina, uma vez que proporciona opções de diagnóstico e tratamento mais eficientes e menos invasivas. Nesse sentido, a cirurgia robótica na urologia facilita os procedimentos de câncer de próstata e rim, garantindo que o cirurgião tenha a sua visão ampliada e faça movimentos mais precisos.
O acompanhamento médico de rotina possibilita ao público masculino a descoberta de doenças de forma precoce e a adoção de tratamentos o mais rápido possível. Com a cirurgia robótica, pode-se reduzir o tempo de recuperação do paciente, de modo que ele possa voltar à sua vida normal em poucos dias.
Quer saber mais sobre o assunto? Neste post, vamos explicar como funciona a cirurgia robótica na urologia. Confira!
Como funciona a cirurgia robótica na urologia?
Ela é conhecida por muitos como cirurgia laparoscópica assistida por robótica, devido ao fato de ser uma evolução da laparoscopia — procedimento cirúrgico com uma incisão no abdômen e a introdução do aparelho laparoscópio para visualizar e tratar a área doente. A cirurgia robótica é minimamente invasiva.
Esse procedimento é classificado como a forma mais moderna de tratar câncer de próstata, problemas de rim e bexiga. Ao contrário do que muita gente pensa, não se trata de programar um robô para fazer a cirurgia de modo autônomo. Na prática, o equipamento cumpre a função de segurar a câmera e os instrumentos cirúrgicos, mas é o médico cirurgião quem se responsabiliza por controlar e operar o paciente.
Para isso, são feitos de três a cinco cortes, com aproximadamente 0,5 centímetro, na região abdominal. É inserida uma câmera extremamente fina, mas que apresenta uma grande capacidade de aumento, com imagem em 3D, e que conta com pinças cirúrgicas bem delicadas.
O médico cirurgião fica na sala cirúrgica comandando o robô, que repete todos os movimentos realizados pelas mãos do profissional. É possível fazer incisões, reconstruções e resseções.
Quais doenças podem ser tratadas?
A possibilidade de utilizar robôs para realizar procedimentos cirúrgicos representa um grande avanço para a área da saúde. Com a cirurgia robótica, é possível agregar agilidade, eficiência e precisão para o tratamento de doenças comuns entre o público masculino.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer, são registrados mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata, por ano, no Brasil. A prostatecmia radical, ou seja, o tratamento para retirar o câncer da próstata, é um dos procedimentos em que mais se utiliza robô, contribuindo para que o cirurgião tenha uma melhor visibilidade em locais de difícil acesso.
Outra enfermidade que pode ser tratada por meio dessa técnica é o câncer de rim. Nesse caso, é feita a nefrectomia parcial, que se caracteriza por retirar apenas o tumor que está localizado no rim, a fim de preservar o restante da estrutura do órgão e, consequentemente, o seu bom funcionamento.
Além disso, a cirurgia robótica pode ser aplicada para a extração e reconstrução da bexiga, que é realizada para tratar o câncer da bexiga musculoinvasivo. O equipamento ainda possibilita a construção de uma nova bexiga com tecido do intestino.
De modo geral, a cirurgia robótica é indicada para os procedimentos que requerem máxima atenção aos detalhes e que são em locais em que o cirurgião pode ter dificuldade para acessar manualmente. Sendo assim, ela é ideal para cirurgias consideradas complexas e que necessitam de movimentos precisos para que sejam bem-sucedidas.
Quais os benefícios dessa cirurgia?
Mais do que ser uma alternativa moderna para cirurgias mais complexas, a cirurgia robótica se tornou popular na área de urologia por trazer uma série de vantagens, tanto para o médico cirurgião quanto para o próprio paciente. Saiba, abaixo, quais são os principais benefícios associados a esse procedimento.
Aumenta a precisão do médico cirurgião
A alta tecnologia empregada na cirurgia robótica aumenta a precisão do médico cirurgião. Isso porque a câmera utilizada no procedimento amplia o campo de visão cirúrgico, gerando imagens em 3D do órgão a ser operado, que podem ser ampliadas até 15 vezes.
O robô é composto por quatro braços articulados, dos quais dois funcionam como as mãos esquerdas e direitas do cirurgião, enquanto o terceiro atua como a mão do auxiliar do profissional. Em cada braço, há pinças cirúrgicas cuja função é efetuar as incisões, movimentando-se em 360 graus, e com a capacidade de entrar em áreas estreitas e angulosas, que limitam os movimentos humanos em procedimentos convencionais.
Faz incisões menores
As incisões necessárias para a introdução da câmera no corpo do paciente são bem menores na cirurgia robótica do que os cortes feitos nos procedimentos tradicionais. Diante disso, o sangramento também é menor, além de o processo de recuperação pós-cirúrgico do paciente ser mais rápido e gerar menos dor.
Reduz os riscos de complicação
Como há menos sangramento, as cirurgias robóticas diminuem as chances de o paciente necessitar de transfusão, assim como são reduzidos os riscos de infecção. Sem falar que a técnica contribui para a recuperação rápida da potência sexual e continência urinária da pessoa.
Vale ressaltar que, como se trata de um procedimento cirúrgico pouco invasivo e com baixo risco de complicação, a alta hospitalar se dá rapidamente. Inclusive, é bastante comum que o paciente seja liberado no mesmo dia em que a cirurgia é feita.
Quais as orientações pré-operatórias gerais para a cirurgia robótica na urologia?
Assim como acontece com todo o procedimento do tipo, a cirurgia robótica também requer que o paciente tome alguns cuidados pré-operatórios. Em primeiro lugar, é necessário fazer jejum de oito horas antes do horário determinado para a cirurgia. É liberado beber água até quatro horas antes do procedimento.
No período de jejum, você pode ingerir medicamentos que são de uso contínuo com um pequeno gole de água. Caso você tome remédios anticoagulantes, é recomendado checar com o seu médico se é necessário parar o consumo da substância antecipadamente. Quanto aos medicamentos para hipertensão, o paciente pode usar, até mesmo, no dia do procedimento.
Quem toma medicações para diabetes deve buscar orientação com o endocrinologista. Normalmente, pode-se tomar o medicamento oral, enquanto a insulina deve ser aplicada com a metade da dose no dia da cirurgia.
Segura e eficiente, a cirurgia robótica na urologia torna o trabalho do médico cirurgião muito mais preciso. Isso acontece porque a técnica simplifica procedimentos complexos, uma vez que melhora a visibilidade e dá mais controle para o profissional, eliminando qualquer risco para o paciente, que poderá se recuperar prontamente.
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