Cuidados com a pele: veja 8 dicas para manter a sua saudável

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Os cuidados com a pele são um assunto que merece atenção redobrada. Isso porque é fácil encontrar, principalmente na internet, dicas e receitas mirabolantes para o aumento da saúde e o rejuvenescimento dela. Porém, embora sejam tentadoras pela praticidade e os supostos resultados milagrosos, a maioria não tem aprovação médica.

Para completar, existem diferentes tipos de pele, cada uma com características e necessidades diferentes. Logo, se isso não é considerado, fica difícil observar mudanças positivas na pele. Em alguns casos pode haver até mesmo efeitos colaterais indesejados, desde irritações alérgicas até o desenvolvimento de doenças.

Diante disso, fica a dúvida: como cuidar de maneira realmente eficiente e segura da pele? Para responder a essa questão, preparamos este artigo. Continue lendo e saiba o que fazer!

A importância de cuidar da pele 

Por ser a principal parte externa do corpo, muita gente não leva em conta que a pele é um órgão humano (e o maior de todos). Ela é crucial para as pessoas porque molda a aparência e, consequentemente, a autoestima de todos. Isso sem falar, é claro, que ela desempenha o papel de barreira natural para os tecidos, sistemas e demais órgãos que são internos.

Para se ter ideia, ela nos protege da radiação solar, da poluição tóxica, dos mais diferentes micro-organismos, das variações climáticas, de lesões e acidentes externos e muito mais. Portanto, cuidar dela é assegurar a nossa saúde.

Cuidados específicos para cada tipo de situação e de pele

No dia a dia, a pele já precisa de cuidados especiais. Porém, é preciso ficar atento, pois haverá situações em que ela vai demandar também algumas ações específicas para ter mais proteção e saúde. Confira!

Tipos de pele e diferentes cuidados

Ao todo, existem quatro padrões de pele com características diferentes. São elas: a normal, a seca, a oleosa e a mista. Veja os detalhes de cada uma!

Normal

A pele normal, como é possível imaginar, se trata daquela que tem níveis equilibrados tanto de hidratação quanto da produção de sebo nas glândulas sebáceas. Ela tende a ter um toque macio, maior resistência a mudanças climáticas e aceita melhor o uso de diferentes produtos de higiene, maquiagem e cosméticos.

Os cuidados aqui não são muito específicos como acontece nos outros tipos. Na verdade, envolvem medidas do cotidiano, como fazer uma limpeza diária, evitar exposição solar excessiva e se manter bem hidratado.

Seca

A pele seca recebe esse nome por conta da desidratação do órgão que é acentuada. Como resultado, ela se torna mais sensível que os outros tipos, tendo mais facilidade para ficar irritada, sofrer lesões e adquirir um escurecimento em diferentes áreas (como o caso dos joelhos e cotovelos).

O principal cuidado aqui diz respeito a garantir a hidratação da pele. Evitando, dessa forma, um agravamento do estado dela — que pode passar de seca a ressecada. Afinal, isso é capaz de acelerar o envelhecimento precoce.

Oleosa

A oleosa, como o nome já entrega, é aquela onde as glândulas sebáceas são mais ativas. Com isso, há uma maior produção de sebo que deixa a cútis, ao longo do dia, mais brilhante.

Essa mesma característica também acarreta numa maior predisposição à acne, uma vez que o sebo em excesso pode obstruir a saída dos folículos onde se formam os pelos do corpo. Surgindo, assim, cravos e espinhas (internas ou externas).

O principal cuidado aqui envolve a higienização facial para controlar a oleosidade, além de desobstruir os poros e remover as impurezas que se tornam foco de bactérias — que, por sua vez, aumentam a inflamação das acnes. A esfoliação também ajuda na limpeza, podendo ser feita uma vez por semana em peles oleosas.

Mista

A mista é um padrão de pele bem peculiar. Isso porque uma parte do rosto tem um aspecto seco, sendo mais sensível e irritada, enquanto a outra parte é oleosa. Ou seja, tem um aspecto mais gorduroso e com maior facilidade para concentrar acne.

Se a sua pele é assim, você deve reforçar a hidratação de toda a face. Cremes e máscaras faciais podem ajudar nessa tarefa. Além disso, é preciso evitar o uso de produtos que contenham óleo na composição deles, em especial nas áreas com mais sebo — que costumam ser a testa, o queixo e o nariz.

A influência das estações do ano nos cuidados

É muito importante entender que as estações do ano influenciam os cuidados com a pele, principalmente quando você mora em um local em que elas são bem definidas.

Por exemplo, no verão, há uma maior radiação solar, além do aumento nas temperaturas. Nesse cenário, peles oleosas e mistas acabam sendo mais afetadas, tendo um aumento na produção diária de sebo — que, como já falamos, pode trazer diferentes complicações.

Já no extremo oposto, o inverno, as temperaturas caem, o clima fica seco e, frequentemente, as pessoas deixam a hidratação de lado (por não estarem com calor). Quem tem pele seca e passa por esse ciclo comumente acaba sofrendo com a intensidade do ressecamento dela.

Muitas vezes, a cútis fica mais repuxada, hipersensível, avermelhada e descamando. Até mesmo os lábios ficam com aquele aspecto rachado pela falta de água.

Como o clima regional afeta a pele e seus cuidados

Para além das estações do ano e as particularidades de cada uma delas, você ainda deve se atentar ao clima do local onde mora ou que vai visitar, seja a trabalho, seja de férias.

Por exemplo, alguém que vive em Fortaleza, capital do Ceará, lida diariamente com um clima quente e com sol quase o ano todo. Afinal, a cidade fica próximo da Linha do Equador e é uma região litorânea. Nesse caso, é preciso redobrar a atenção com o protetor solar.

Já quem mora em São Paulo, no estado paulista, encara um inverno que, frequentemente, surpreende pelas baixas temperaturas causadas pelas massas de ar frio comuns entre abril e setembro. Isso sem falar que o clima também fica bastante seco nesse período. Ou seja, a pele precisa de uma hidratação reforçada para não ser prejudicada.

Quais as vantagens de manter a pele bem cuidada 

As vantagens estão em evitar problemas a curto, médio e longo prazo. Afinal, o cuidado com o corpo é tanto interno quanto externo. Abaixo, você vê alguns desses benefícios:

  • Reduzir o desenvolvimento de queimaduras solares;
  • Diminuir as chances de ter rachaduras nos pés e descamação nas mãos;
  • Evitar o surgimento de marcas na cútis, o que inclui rugas e estrias;
  • Impedir o acúmulo de impurezas e germes (como fungos e bactérias) que causam inflamação e infecção na pele;
  • Diminuir as possibilidades de se desenvolver micoses, dermatites, acne e outras doenças de pele;
  • Reduzir o surgimento de manchas pontuais ou crônicas (como o melasma).

8 dicas para cuidar da pele

Já mostramos a importância de cuidar da pele e os benefícios que isso traz para a sua saúde e autoestima. Porém, você deve estar se perguntando como fazer isso na prática, não é mesmo? Portanto, fique atento a nossa lista de sugestões!

1. Mantenha a hidratação

Quando a pele não está hidratada é fácil notar: o toque se torna mais áspero, ela perde o viço, qualquer lesão pode desencadear marcas e cicatrizes por conta da hipersensibilidade local e ela fica suscetível a queimaduras.

Como se tudo isso não fosse o bastante, a desidratação diminui a capacidade da cútis de proteger o nosso corpo de poluentes e microorganismos (vírus, bactérias, fungos etc.).

Porém, dá para resolver essa questão de duas maneiras simples. A primeira é beber cerca de 2L de água diariamente para manter equilibrada a quantidade de água corporal.

A segunda é utilizando cosméticos que reforçam a hidratação de forma externa, os chamados hidratantes. Elas são muito úteis principalmente em regiões do corpo que costumam ser mais secas (como joelhos e cotovelos) e áreas de constante fricção (como axilas e virilha).

2. Pratique a limpeza diária 

A limpeza da pele precisa ser diária. Afinal, ela acumula impurezas, oleosidade e suor. Em especial, quando você passa o dia fora de casa, pratica atividade física ou se expõe a locais com poluição. Esse combo contribui para que bactérias, fungos e outros germes se proliferem na cútis e causem mau odor, coceira e até mesmo doenças de pele.

Portanto, tome banho, no mínimo, uma vez todos os dias. O rosto, por sua vez, pode ser lavado duas vezes: uma pela manhã, ao acordar, e uma à noite, antes de dormir. Quem usa produtos de maquiagem, como base, corretivo e pó, deve reforçar ainda mais o momento da higienização da face, ok?

É que deitar sem retirá-los pode fazer com que os seus poros acabem obstruídos e haja um acúmulo maior de sebo e germes na região. Como resultado, isso pode levar ao surgimento de cravos e espinhas, foliculite, dermatites entre muitos outros problemas.

3. Não exagere na esfoliação

Esfoliar a pele é uma atividade que contribui para a renovação celular, ajudando ela a adquirir uma aparência e um relevo mais jovem. Por isso, é algo que deve ser feito, no mínimo, uma vez por mês.

No entanto, evite usar buchas para o corpo com tecido muito abrasivo. Em vez de apenas retirar as células mortas e impurezas, você pode machucar e irritar a cútis.

No rosto, por exemplo, não é indicado o uso de acessórios para esfoliação. Há sabonetes e máscaras faciais próprios para esse objetivo, pois contam com partículas esfoliantes que não agridem a pele da face — que é muito mais sensível e delicada.

4. Use proteção solar

O protetor solar não pode faltar no seu dia a dia — e isso vale tanto para o corpo quanto para o rosto. Ele é indispensável para proteger a pele da radiação emitida pela luz natural (do sol) e também pela luz artificial (de lâmpadas e aparelhos eletrônicos).

Afinal, sem esse cuidado, você pode desenvolver vários problemas. É o caso de marcas de sol (nos braços, nas pernas e nos pés), melasma (na região da face), manchas senis (no colo, nas mãos, nos braços etc.), queimaduras e irritações.

Além disso, exposições excessivas aos raios ultravioleta (UVA e UVB) contribuem para o envelhecimento precoce e acelerado da pele. Ela perde a elasticidade, a firmeza, a maciez, o viço e a sustentação, ficando com desenvolvendo (e acentuando com o tempo) linhas de expressão e rugas, além da perda de contorno do rosto e o afundamento dos sulcos faciais.

Outro motivo significativo para o uso do protetor solar é reduzir as chances de se ter câncer de pele. Isso porque, como aponta estudo da Revista Diagnóstico & Tratamento, a radiação solar é o principal fator desencadeante dessa doença.

Inclusive, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por meio de nota oficial, mostra que entre 2009 e 2019 houve 394.770 casos de pessoas diagnosticadas com câncer de pele que precisaram de internação.

Para completar, nesse mesmo período de tempo, 33.339 brasileiros faleceram por conta do avanço dessa neoplasia. Estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais foram os que concentraram a maior parte desses números. Sendo, apenas os quatro, responsáveis por cerca de 17.043 mortes — o que dá 51,12% do total.

5. Evite exposição solar em horários de alta radiação

A quinta dica está bastante relacionada à anterior. Trata-se de evitar a exposição solar em horários de alta radiação por conta dos problemas que isso pode trazer — dos quais falamos há pouco. Ou seja, entre 10h e 16h.

Isso é ainda mais importante durante o verão, quando as temperaturas estão mais elevadas e as pessoas tendem a aumentar a ida às praias, aos clubes com piscinas e aos parques aquáticos. “Então quer dizer que se eu não for para esses locais posso relaxar os cuidados com a pele?”, você pode estar pensando. Porém, a resposta é não.

Isso porque essa exposição à luz natural é inevitável. Logo, é preciso estar atento ao fazer atividades físicas ao ar livre, ao sair na rua para os compromissos cotidianos, ao ir para o trabalho de bicicleta, moto etc. Para tanto, além do uso do protetor solar, vale a pena investir em peças de roupa que criem uma barreira extra contra a radiação. Por exemplo:

  • Para o rosto: bonés e viseiras;
  • Para as pernas: calças no lugar de bermudas e shorts;
  • Para o dorso e os braços: camisas (com mangas longas) de proteção UVA e UVB; e
  • Para os pés: tênis no lugar de sandálias e chinelos.

6. Tenha uma alimentação saudável

Procure manter uma alimentação saudável em todas as suas refeições do cotidiano. Na prática, isso significa reduzir alimentos e bebidas que:

  • São ricos em açúcar e adoçantes artificiais, já que isso contribui para causar não apenas diabetes, mas também resistência à insulina — o que, por sua vez, desencadeia o aparecimento de manchas na pele, como a acantose nigricans;
  • São fontes consideráveis de sódio (ou seja, sal), pois isso afeta o nível de hidratação do corpo, levando ao ressecamento da pele e também à retenção de líquido — o que causa sensação de inchaço e flacidez;
  • Têm grande volume de álcool, já que ele altera a circulação sanguínea, afeta o funcionamento do fígado e ainda pode comprometer os rins. Tudo isso pode provocar manchas na pele, crises inflamatórias e o agravamento de doenças cutâneas (como é o caso da rosácea e do melasma).

Fora todos esses pontos citados, é importante lembrar que a alimentação é a principal forma que os seres vivos têm para obter nutrientes importantes para o funcionamento do organismo. Logo, uma dieta inadequada pode levar a casos de desnutrição, obesidade, colesterol alto, hipertensão e muito mais.

Isso sem mencionar que a falta de vitaminas, minerais, proteínas e afins vai afetar diretamente a aparência da pele. Prova disso é o colágeno — responsável pela firmeza, sustentação, resistência e uniformidade da pele — que se trata de uma proteína.

Segundoestudo da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, ela chega a representar até 30% de todas as proteínas no nosso corpo. Outra comprovação é que muitas vitaminas têm papel antioxidante. Ou seja, combatem os radicais livres que aceleram o envelhecimento cutâneo. O mesmo estudo cita alguns exemplos: como a C e a E.

7. Estabeleça uma rotina de cuidados

A sétima dica é estabelecer uma rotina de cuidados que você possa seguir em casa. A famosa skin care, como ficou popular na internet. Lembrando que a ideia é que não seja algo extenso, mas sim prático e simples. Por exemplo, hábitos de higienizar, esfoliar, hidratar, retirar maquiagem, passarprotetor solar e muito mais.

Isso é importante para que tanto o corpo quanto o rosto recebam a devida atenção, fiquem sempre limpos, estejam protegidos e devidamente hidratados.

Porém, antes de escolher os produtos que você usará nesse processo diário, lembre-se de se consultar com um dermatologista. Ele vai lhe auxiliar a escolher os itens mais adequados para o seu tipo de pele e que vão lhe ajudar a conter problemas como ressecamento, oleosidade, acne, manchas etc.

8. Escolha cosméticos adequados

No primeiro tópico nós já falamos sobre cosméticos, mas vamos retomar o assunto aqui. Afinal de contas, eles são grandes aliados no cuidado da pele, ajudando a hidratá-la, a higienizá-la e a renová-la.

Além disso, esses produtos também podem ter a finalidade de estimular a produção de colágeno, controlar a oleosidade, reduzir a acne, atenuar manchas, controlar inflamações, suavizar marcas de expressão e por aí vai. Portanto, vale a pena inseri-los na sua skin care.

Para tanto, fica a mesma dica passada no tópico anterior: passar primeiramente por uma avaliação dermatológica para saber quais os cosméticos mais indicados para atender às suas necessidades e particularidades.

Dermatologistas identificam as necessidades específicas da sua pele

Como foi mostrado até aqui, cuidar da pele é essencial. Não só por uma questão de aparência e autoestima, mas de bem-estar psicológico e físico.

Afinal, estamos falando de um órgão do corpo que também está sujeito a diversos tipos de disfunções, lesões e doenças. Para se ter ideia, como reforça oportal da Sociedade Brasileira de Dermatologia, há mais de três mil enfermidades possíveis.

Por isso, é importante que você faça um acompanhamento médico com o profissional especialista nos cuidados e intervenções para a saúde da pele: o dermatologista. Ele vai avaliar as características da sua epiderme e a partir daí:

  • Orientar quanto à sua rotina de cuidados em casa (a skin care);
  • Prescrever cosméticos adequados à sua pele;
  • Identificar problemas de saúde, as causas deles e as melhores formas de tratá-los;
  • Solicitar exames complementares (como os de imagem e de sangue) se necessário.

Além disso, o dermatologista também vai acompanhar o estado de saúde e da aparência dos seus cabelos e unhas. Afinal, são partes do corpo que também precisam de atenção, rotina de cuidados e avaliação periódica para identificação de doenças.

Alterações estéticas

Outro ponto importante quanto ao acompanhamento com o dermatologista diz respeito à realização de procedimentos clínicos e cirúrgicos que visam mudar a estética facial e corporal, trazer mudanças físicas e corrigir disfunções anatômicas.

A indicação deles precisa ser avaliada por esse profissional de saúde não só para garantir que os objetivos sejam alcançados, mas principalmente para que eles sejam feitos com eficiência, segurança e respaldo científico. Aqui dá para incluir desde peelings e limpezas de pele até as aplicações de ácido hialurônico e as sessões de laser.

Como mostrado, os cuidados com a pele englobam mudanças no estilo de vida, rotina constante de autocuidado e acompanhamento médico dermatológico. Dessa forma, é possível não só conquistar bons resultados na aparência e no rejuvenescimento, mas principalmente na saúde da pele (e também do cabelo e das unhas). Portanto, não deixe para amanhã. Comece hoje mesmo a redobrar a atenção quanto à sua pele!

Gostou de se informar com o nosso post? Então, aproveite para saber mais sobre o que é o câncer de pele e como se prevenir!

Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

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