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Endometriose é uma doença inflamatória, benigna, caracterizada pelo crescimento do endométrio (tecido que reveste o útero) fora do órgão. Durante a vida reprodutiva da mulher, as células do endométrio que revestem o útero descamam a cada menstruação.
Quando isso não acontece, o tecido invade outros órgãos e partes da área pélvica, chegando a ovários, trompas, intestino e bexiga. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 190 milhões de meninas e mulheres em idade reprodutiva no mundo sejam acometidas pela endometriose.
Quais são os sintomas da endometriose?
Em alguns casos, a doença pode ser assintomática, ou seja, sem apresentar quaisquer sintomas. Mas, em boa parte dos casos, as mulheres com endometriose sentem dores. Tais dores são pequenos sinais que atrapalham durante seu dia a dia e podem impactar diretamente na qualidade de vida:
- Cólicas menstruais intensas;
- Dores durante a relação sexual;
- Dor pélvica;
- Dores ao urinar ou ao evacuar;
- Fadiga, constipação ou diarreia no período menstrual;
- Dificuldade de engravidar.
No entanto, não é a intensidade da dor que define a extensão da doença. O diagnóstico pode levar de entre 7 a 9 anos e muitas vezes a endometriose só é descoberta quando a mulher encontra dificuldade para engravidar.
Ainda que a maioria das mulheres considere a dor algo normal, esta é uma doença que pode levar à infertilidade. Sendo assim, o primeiro passo para diagnosticar o problema é realizar uma consulta com um médico ginecologista. Junto ao exame ginecológico clínico, também se somam exames de imagem, a ser solicitado pelo médico conforme os sintomas relatados. Nesse sentido, podem ser necessários ultrassom, ressonância magnética e até laparoscopia.
Quais as principais causas da Endometriose?
Existem alguns fatores que são apontados como causas para endometriose, sendo os principais:
- Menstruação retrógrada: o sangue menstrual volta para a cavidade pélvica, através das trompas de falópio, em vez de sair do corpo. Essas células endometriais aderem às paredes pélvicas e às superfícies dos órgãos pélvicos, onde crescem e continuam a engrossar e a sangrar ao longo de cada ciclo menstrual;
- Transformação de células peritoneais: os hormônios ou fatores imunológicos transformam células peritoneais (que revestem o lado interno do abdome) em células semelhantes ao endométrio;
- Cirurgia: após uma cirurgia, como uma cesariana, pode haver o implante de células endometriais fora da cavidade do útero.
Qual seria o tratamento da doença?
Não existe um tratamento único e padrão para o controle da endometriose. O médico vai avaliar o grau da doença e definir a melhor conduta.
Uma das terapias prescritas são medicamentos hormonais que suspendem a menstruação. Quando há lesões maiores que comprimam outros órgãos ou manutenção do quadro doloroso mesmo após uso de medicamentes, a cirurgia minimamente invasiva para remoção desses focos de endometriose pode ser indicada.
Além disso, em casos extremos em que a doença invade a parede do útero, o que conhecemos como adenomiose, a retirada do órgão é uma alternativa, também diante da falha do tratamento clínico, e geralmente indicada em situações em que a mulher já tem filhos e não pretende engravidar novamente.
Na menopausa, a doença tende a regredir espontaneamente devido ao fim da menstruação e à queda na produção dos hormônios femininos.
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).