O que é rinite? Saiba quais as possíveis causas

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É só o tempo ficar seco para que os espirros intermináveis comecem. Se você se identificou com essa situação, está na hora de saber o que é rinite, pois é provável que sofra desse mal. Ela costuma ser mais recorrente no inverno — quando a incidência de chuva é menor e, consequentemente, a umidade relativa do ar fica muito baixa.

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Presente na vida de muitas pessoas, se não for acompanhada adequadamente, a rinite pode desencadear problemas mais graves. Por isso, quanto antes o paciente entender o que é a doença, mais facilidade terá para lidar com os seus sintomas de forma segura. Confira, abaixo, tudo o que você deve saber sobre o assunto!

O que é rinite?

A rinite se caracteriza como uma inflamação da mucosa nasal, de modo a provocar irritação, inchaço e obstrução do nariz, o que dá origem à coriza e a uma série de espirros. Ela está classificada em quatro grupos. Veja quais são eles e as suas particularidades.

Rinite infecciosa

Trata-se do tipo mais frequente, que é popularmente conhecido como resfriado comum. Sua causa está relacionada a vírus ou bactérias autolimitadas, ou seja, que ocorrem por um período determinado. Nesse caso, o vírus fica nas membranas mucosas do nariz, bem como nas cavidades sinusais, causando a infecção do trato superior.

Rinite alérgica

Basicamente, a rinite alérgica acontece como uma reação imunológica do corpo quando partículas estranhas ao organismo são inaladas. Elas são chamadas de alérgenos, como poeira, fungos, ácaros e pelos de animais.

Rinite não alérgica

Por sua vez, a rinite não alérgica é definida como uma condição que acarreta espirros crônicos, além de entupimento do nariz e coriza. Apesar de se parecer com a rinite alérgica, ela se diferencia por não englobar o sistema imunológico.

Rinite mista

Esse tipo pode se manifestar em decorrência de mais de um agente causador, como vírus e bactérias simultaneamente. Seus sintomas se assemelham aos dos outros tipos citados anteriormente. 

Além dessas classificações, a rinite também pode ser aguda ou crônica. A primeira costuma durar menos de quatro semanas, enquanto a segunda apresenta uma duração superior a 12 semanas, prolongando os sintomas e desconfortos da doença.

Quais são as diferenças entre rinite e sinusite

Ao contrário do que muita gente pensa, rinite e sinusite não são a mesma coisa, embora apresentem sintomas parecidos. Conforme dissemos, a rinite consiste em uma inflamação na mucosa nasal.

Já a sinusite é a inflamação dos seios paranasais, mais especificamente, das cavidades que estão situadas ao redor do rosto, como as bochechas, entre os olhos e a área acima deles. Seus principais sintomas são cefaleia, obstrução e secreção, podendo ocorrer ou não sangramento nasal.

As causas da sinusite variam, influenciando diretamente o seu período de duração. A sinusite aguda, que está associada a agentes infecciosos, pode durar até quatro semanas, enquanto a sinusite crônica pode ocorrer por conta de problemas anatômicos. Entre eles, estreitamento da cavidade nasal, drenagem dos seios paranasais e desvio de septo. Uma crise pode se estender por, no máximo, 12 semanas.

Quais são as causas da rinite?

As causas da rinite estão relacionadas ao ambiente em que a pessoa vive. Conhecê-las é fundamental para que você consiga evitá-las no seu dia a dia e, assim, reduzir as chances de sofrer com os sintomas da patologia. Fique de olho em quais são os principais agentes causadores da rinite.

Poeira

Para a maioria das pessoas, a poeira é inofensiva, no entanto, quando está em grande quantidade, pode causar rinite alérgica. Em pessoas mais sensíveis, a poeira também pode causar coceira na pele e nos olhos.

Ácaros

São a causa mais comum da rinite e, apesar de existirem sempre, costumam se intensificar no inverno. Isso porque o frio faz com que muitas pessoas mantenham os ambientes fechados. Combinado com umidade, a falta de uma corrente de ar contribui para a alta proliferação de ácaros e, por consequência, a irritação da mucosa nasal.

Pólen das plantas

Quando você está perto de flores, costuma ter crises de espirros? Esse pode ser o resultado do contato do pólen das plantas com a mucosa do nariz e que, geralmente, acontece no período da manhã e em dias com maior incidência de vento.

Pelos e penas de animais

As penas e pelos de animais domésticos, por serem muito finos e conterem pedaços de pele e poeira, também irritam a mucosa nasal, estimulando a coriza e os espirros.

Fungos

Em locais úmidos, os fungos encontram o ambiente perfeito para se multiplicar, a ponto de causar rinite. A situação é mais recorrente no outono, quando o clima é naturalmente mais úmido.

Produtos químicos

Os produtos químicos também são vilões para quem já sofre com a rinite. Itens como cloro de piscina, desinfetante de limpeza, perfumes doces ou amadeirados, que têm um cheiro mais forte, irritam o nariz.

Tempo seco

Nos períodos de estiagem, as micropartículas de poeiras e demais substâncias tóxicas ficam acumuladas no ar. Portanto, ficam mais fáceis de serem inaladas, trazendo problemas para o trato nasal superior.

Alterações hormonais

Não são apenas os fatores externos que causam rinite. Alterações hormonais que ocorrem no corpo humano, como puberdade, ciclo menstrual, gravidez, menopausa, e mudanças endócrinas, como hipotireoidismo, contribuem para o aparecimento da doença. Em alguns casos raros, o distúrbio se manifesta no ato sexual.

Quais são os sintomas?

Na maioria dos casos, o paciente com rinite sofre obstrução nasal, crise de espirros, prurido (coceira) nasal intenso, e coriza na cor clara e em quantidade abundante. Nos casos mais intensos, a pessoa pode ter coceira nos olhos e lacrimejamento, sangramento nasal, coceira na faringe, no palato (céu da boca) e no conduto auditivo externo.

Quando a rinite se estende por um período maior e o paciente não faz o tratamento apropriado, pode ocorrer a perda do paladar e do olfato temporariamente. Ainda pode haver respiração pela boca, tosse, ronco nasal, falta de ar, rouquidão, fadiga, olheiras e olhos inchados.

Quais são os fatores de risco?

Há algumas pessoas que estão mais suscetíveis a desenvolver os sintomas da rinite e passar por quadros mais graves. Esse é o caso de quem já tem doenças do trato respiratório, como bronquite e asma, além de pacientes com conjuntivite alérgica ou dermatite. Normalmente, os principais fatores de risco para ter rinite são:

  • genética (histórico de alergias na família);
  • contato com ar excessivamente poluído;
  • permanência em ambientes mal ventilados, quentes ou úmidos.

A genética é um dos fatores mais recorrentes para rinite. Um indivíduo que é filho de pais que sofrem da doença tem mais chances de desenvolvê-la quando entra em contato com o agente alérgeno, pois passa a ser reativa à substância, tendo dificuldades para tolerar a proximidade, o que resulta em sintomas desconfortáveis.

Agora, você já sabe o que é rinite e o momento de tratá-la. Mesmo que os seus sintomas incomodem e atrapalhem a vida das pessoas, muita gente acaba não buscando ajuda médica para tratar a patologia. Com isso, em longo prazo, o quadro pode se agravar. Logo, é recomendável se consultar com um otorrinolaringologista, médico especialista no cuidado com o nariz, garganta e seios da face, que está devidamente capacitado para orientar sobre o melhor tratamento.

Achou este post interessante? Aproveite para aprender mais sobre outro problema respiratório comum, como a rinite, e entender as principais informações sobre resfriado.

Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituo Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

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