Quem fuma poderá ter câncer de laringe? A resposta para essa e outras perguntas

4 minutos para ler

A laringe é um órgão que faz parte do sistema respiratório e promove a conexão entre a faringe e a traqueia. Trata-se do principal responsável pela produção da voz, além de garantir a proteção do pulmão e dos brônquios durante a deglutição, impedindo a passagem de saliva e alimentos para as vias respiratórias.

Casos de formação de tumores nesse tecido podem estar associados a prejuízos na fala e a distúrbios alimentares, que se traduzem, por exemplo, em rouquidão, perda da voz e dificuldade para engolir a comida. Em quadros mais graves, pode ocasionar complicações como pneumonia aspirativa e doença pulmonar crônica. 

Vídeo: Quem fuma terá câncer de laringe?

Veja, a seguir, as respostas para as cinco perguntas mais frequentes sobre essa condição:

1. Fumar aumenta o risco de desenvolver câncer de laringe?

Fumar é um dos principais fatores de risco ligados ao surgimento de câncer na laringe. Embora isso não signifique que todo fumante terá a doença, serve de alerta para que esse hábito seja abandonado. Quanto mais se utilizam cigarros, tabaco e vapes, maiores são os riscos de desenvolver esse ou outro tipo de tumor maligno.

A predisposição familiar (histórico da doença entre os parentes) também deve ser um ponto de atenção para a condição. O mesmo vale para as pessoas que consomem bebidas alcoólicas em excesso ou que se expõem à radiação sem proteção.

2. Rouquidão é um sinal da doença?

A rouquidão ou as falhas na voz são dois sinais bem comuns de câncer de laringe. Geralmente, eles aparecem precocemente e servem de indícios para a pessoa procurar ajuda médica.

É importante salientar que nem toda rouquidão é sinônimo de câncer. Inclusive, na maioria dos casos, ela tem outras causas, como infecções virais. Mas, se o sintoma for persistente e durar mais de três ou quatro semanas, recomenda-se consultar um especialista.

Outros sinais relacionados à doença incluem:

  • Dor de garganta crônica;
  • Dificuldade de engolir;
  • Engasgos frequentes;
  • Presença de nódulos ou massas no pescoço.

3. De que forma o diagnóstico do câncer é feito?

O otorrinolaringologista é o médico especialista mais recomendado para fazer a análise clínica do paciente e conduzir o diagnóstico de uma suspeita de câncer na laringe. Nesses casos, costuma-se solicitar a realização de uma laringoscopia, um exame em que é possível visualizar as paredes do órgão e as pregas vocais à procura de lesões.

Testes auxiliares podem ser necessários, como uma tomografia computadorizada na região. A biópsia do material suspeito é chave para a confirmação do diagnóstico. 

4. Como essa condição é tratada?

O tratamento do câncer de laringe varia de acordo com sua localização e seu tamanho. 

Normalmente, em casos de tumores iniciais, os médicos tendem a favorecer a abordagem cirúrgica. Minimamente invasivas, as intervenções com laser ou robótica de cabeça e pescoço permitem remover os tumores sem prejuízos à fala ou à deglutição. Alinhada à radioterapia localizada, o tratamento pode ser um sucesso, com sequelas mínimas.

Nos casos de tumores mais avançados, o tratamento pode incluir, além de cirurgia e radioterapia, alguns ciclos de quimioterapia e imunoterapia. Quanto mais tardiamente o tratamento for iniciado, maiores são os riscos de sequelas, associados a uma diminuição na capacidade de se comunicar e de engolir alimentos. 

Vale destacar que, com o avanço da medicina, novas técnicas foram desenvolvidas para aprimorar a preservação das funções da laringe durante as cirurgias. Até mesmo em pacientes submetidos à laringectomia total, quando todo o órgão é retirado, em que a reabilitação da voz torna-se possível por meio de próteses fonatórias tráqueo-esofageanas. 

5. É possível prevenir o câncer de laringe?

A melhor forma de se prevenir contra a doença é evitar seus fatores de risco. Deve-se abandonar o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas.

Outra boa prática envolve ficar atento aos sintomas e buscar ajuda o quanto antes. Rouquidão não é normal, especialmente se ela persistir por mais de três ou quatro semanas. O mesmo vale para a formação de nódulos na garganta.


Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes (CRM-SP 203006/RQE 91325), médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein. 

Posts relacionados