Ao falar em reabilitação, é possível que você associe automaticamente esse tratamento àquele realizado por muitos dependentes químicos que estão em busca de restaurar o equilíbrio físico e mental. Contudo, o conjunto de técnicas envolvidas nesse procedimento serve para diversas finalidades.
Esse é o caso de pacientes em recuperação das sequelas da COVID-19. Afinal, os problemas de saúde ocasionados afetam o dia a dia do indivíduo, podendo trazer limitações no trabalho e na vida pessoal. Assim, a reabilitação ajuda no ‘’resgate’’ do paciente, proporcionando maior autonomia, controle da doença e qualidade de vida.
Quer entender mais sobre o que é reabilitação, quais são os principais tipos, para quem ela é indicada e outras informações relevantes? Continue a leitura!
O que é reabilitação?
Esse conceito se refere a um tratamento terapêutico que envolve uma equipe multidisciplinar, formada por nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros etc. Esse atendimento foca em ajudar pessoas a recuperarem a saúde física e mental, tendo plenitude nas funcionalidades físicas, sensoriais, intelectuais, psicológicas e sociais.
Em outras palavras, é como se o paciente pudesse ser ‘’resgatado’’, dentro das limitações de cada um, com a reabilitação. Para isso, o processo envolve:
- identificar problemas e necessidades no paciente;
- relacionar o que foi identificado a fatores modificáveis;
- selecionar as medidas adequadas para tratar o paciente;
- planejar e coordenar intervenções terapêuticas;
- avaliar os efeitos.
Para quem a reabilitação se destina?
Esse tratamento terapêutico é destinado a pessoas que têm o risco de sofrer — exigindo intervenção da medicina preventiva — ou que têm algum problema de saúde. É o caso de quem sofreu AVC (Acidente Vascular Cerebral): em alguns casos, pode levar a óbito ou deixar sequelas graves.
Foi o que aconteceu com o cantor Arlindo Cruz, que ficou com limitações na fala e nos movimentos. Agora, ele passa por tratamento de reabilitação focado na recuperação motora. Essa intervenção também poderia ser indicada para quem teve infarto, ficou um período acamado ou sofreu lesão na medula espinhal.
Outro exemplo é o do ex-BBB Rodrigo Mussi, que passou pela reabilitação para estimular a recuperação física e cognitiva após sofrer um grave acidente de carro.
Além disso, pessoas mais velhas têm uma maior propensão a sofrerem quedas ou fraturas e a desenvolverem algumas doenças, como Parkinson, Alzheimer e artrite. Nesses casos, a reabilitação pode ser essencial. A mesma lógica serve para quem sofre de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.
A reabilitação também é recomendada se alguma patologia comprometer o sistema respiratório, como asma brônquica, hipertensão pulmonar, fibrose cística etc.
Como ela pode ser usada para tratar as sequelas de COVID-19?
A reabilitação pode ser destinadas para pacientes pós-COVID, visando devolver a qualidade de vida. Afinal, essa patologia pode trazer diversas consequências em alguns casos, principalmente para quem não tomou a vacina.
Entre as sequelas, podemos citar fraqueza muscular, cansaço, abalo psicológico, queda da circulação do oxigênio — mesmo com pouco esforço — etc. O tratamento terapêutico envolve exercícios físicos (como alongamento, aquecimento e aeróbicos) e respiratórios, atividades educativas e terapias emocionais. Como resultados, muitos passam a fazer atividades rotineiras, como tomar banho e levantar da cama, sem cansar.
Antes de iniciar o tratamento, o paciente precisa passar por uma avaliação do seu histórico por uma equipe multidisciplinar. Depois, é possível montar um planejamento para recuperar as funcionalidades do indivíduo.
Quais são os tipos de reabilitação?
Existem diversos tipos de reabilitação, já que ela é destinada a qualquer tipo de auxílio necessário para que um paciente recupere as funcionalidades. Então, para facilitar a sua compreensão, saiba que esse tratamento pode ser classificado de acordo com a sua complexidade.
Dentro da reabilitação de alta complexidade, podemos encontrar:
- reabilitação neurológica — voltada para estabilizar sequelas de doenças neurológicas, causadas por AVC, paralisia cerebral etc.;
- reabilitação cardiopulmonar -— focada em aprimorar a capacidade do coração;
- reabilitação oncológica — faz parte do tratamento do câncer, voltada para aumentar a qualidade de vida e a autonomia do paciente;
- reabilitação neuropsicológica — ajuda no tratamento de alterações cognitivas (memória, atenção etc.) e comportamentais, causadas por disfunções no cérebro;
- atendimento fonoaudiológico — destinado a reabilitar diversas áreas, como linguagem, audição, voz, deglutição e alterações do equilíbrio ou vestibulares;
- reabilitação do assoalho pélvico — focada na maior sustentação dos órgãos internos, como útero, bexiga e reto, sendo destinada para quem sofre de incontinência urinária, por exemplo.
Já em relação às práticas de baixa complexidade, estão:
- reabilitação ortopédica — voltada para tratar disfunções crônicas ou traumáticas, como artrose e tendinite;
- reabilitação esportiva — fisioterapia voltada para tratar a dor osteoarticular e preparar para a atividade física, além de promoção da saúde e do envelhecimento saudável;
- reabilitação cardiovascular — para pacientes com baixo risco que precisam ser supervisionados por educadores físicos ou fisioterapeutas, enquanto fazem exercícios;
- Telerreabilitação — fisioterapia de telessaúde, que envolve tecnologias de comunicação para reabilitação remota, útil até para pacientes que estão se recuperando de COVID-19.
Como vimos, a reabilitação é importante por contribuir para uma maior autonomia do paciente, conforme a gravidade de cada caso. Essa é uma maneira de potencializar funcionalidades físicas, sensoriais, intelectuais, psicológicas e sociais.
Um tratamento de reabilitação bem-sucedido depende da motivação do paciente e de sua rede de apoio, como amigos e familiares. É o caso de dependentes químicos, que recebem auxílio para evitar recaídas, além de se recuperar física, mental e espiritualmente.
Então, tirou as suas principais dúvidas sobre reabilitação? Agora, aproveite para conferir outro artigo do nosso blog e entenda a importância de uma estrutura hospitalar de qualidade para cuidar dos pacientes!
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).