Enquanto o mundo ainda não superou a pandemia de Covid-19, outra doença que existe há décadas na África começou a se espalhar de forma preocupante por vários países: popularmente chamada de varíola símia, (erroneamente chamada de varíola dos macacos) – uma zoonose silvestre, que ocorre geralmente em regiões de florestas africanas.
O vírus pertence à família dos orthopoxvírus e acredita-se que o reservatório sejam os roedores, mas ele pode acidentalmente infectar humanos. Desde que um paciente foi diagnosticado com monkeypox no Reino Unido no dia 13 de maio, já são mais de 11.595 casos confirmados da doença em 40 países, segundo dados atualizados todos os dias pelo site Our World in Data (números referentes a 15 de julho).
Devido ao aumento de casos de pacientes suspeitos/confirmados, os cientistas do mundo todo estão cada vez mais preocupados, pois a doença está sendo transmitida entre pessoas fora do continente africano.
Neste post, você vai descobrir o que é varíola símia (monkeypox), quais são as suas principais características e os cuidados que devemos ter para tratar e prevenir essa doença. Continue a leitura e confira!
O que é monkeypox?
Monkeypox (também chamada de varíola símia) é uma zoonose, ou seja, uma doença transmitida por animais e acredita-se que o reservatório sejam os roedores. Seu nome teve origem em 1958, após a descoberta do vírus em macacos de um laboratório dinamarquês que apresentavam lesões parecidas às da varíola humana.
O primeiro caso registrado em humanos foi em 1970, na República Democrática do Congo. Além do mais, essa doença também é comum em outros países da África, tais como Camarões, Nigéria, República Centro-Africana, entre outros.
É importante ressaltar que, no atual surto, não se sabe a origem da transmissão. Por enquanto, o que se sabe é que a transmissão está acontecendo entre humanos (contato de pessoa para pessoa).
É o mesmo vírus da varíola humana?
O vírus da varíola humana provocou grandes epidemias no passado e foi erradicado graças à vacinação. A monkeypox, porém, é causada por um vírus similar.
Na realidade, existem dois tipos de vírus: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo. O primeiro, que está por trás do atual surto, causa infecções mais leves e a doença é autolimitada (não precisa de tratamento e desaparece sozinha), enquanto o segundo, infelizmente, é mais letal.
Como ocorre o contágio?
Ainda não se sabe a fonte de infecção dos casos relatados até o momento. O principal meio de transmissão da monkeypox é por meio do contato direto com lesões na pele ou por gotículas expelidas por alguém infectado e pelo contato com objetos compartilhados pelo paciente contaminado, como roupas de cama e utensílios domésticos.
O problema, contudo, é que ela tem um estágio de incubação muito longo. Em geral, essa fase pode durar até 21 dias, dificultando o isolamento do paciente. Além do mais, pode demorar igual período para a cicatrização completa das feridas, que é quando a pessoa deixa de ser contagiosa. Ou seja: o paciente só deixa de transmitir a doença quando a crosta cai completamente e uma pele nova é formada.
Quais são os principais sintomas?
Em geral, os sintomas iniciais são bastante genéricos, como febre e vermelhidão na pele. Contudo, pode acontecer de o paciente apresentar dores de cabeça, musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. Após esses sintomas, surgem as lesões bolhosas na pele. Elas afetam o rosto e depois se espalham pelo corpo, formando uma crosta que depois cai.
No entanto, a maioria dos casos relatados até o momento ocorreram possivelmente após relação sexual, quando a pele íntegra de uma pessoa tem contato com alguma lesão do paciente infectado. Nesses casos, os primeiros sinais foram o aparecimento das lesões, seguido da febre e dor no corpo. E, por fim, dor intensa das lesões, o que pode levar à necessidade de internação.
Pacientes com mais de 100 lesões, por exemplo, podem necessitar de internação para controle adequado da dor. Outros critérios para a hospitalização são infecções bacterianas de pele ou de pulmão secundárias (com evolução para sepse), acometimento ocular e alterações neurológicas (encefalite).
Segundo a infectologista Paula Tuma, gerente de controle de infecções do Hospital Israelita Albert Einstein: “O surgimento de uma doença infecciosa sempre preocupa e é preciso pensar em como contê-la”. No caso da monkeypox, os casos mais leves podem passar despercebidos e representar um baixo risco de transmissão.
O diagnóstico é feito após análise clínica do paciente e das lesões. A confirmação ocorre por meio do exame RT-PCR, que vai identificar a presença do material genético do vírus na lesão. O resultado sai em torno de 3 dias.
No Brasil, atualmente não existe um medicamento específico para a monkeypox. O tratamento é apenas para melhora dos sintomas.
Existe vacina para essa doença e como fazer para se prevenir?
Historicamente, a vacinação contra a varíola comum mostrou ser protetora contra a monkeypox. Entretanto, ela não está mais disponível em grande escala por conta da erradicação da doença na década de 1980 e do encerramento das campanhas de vacinação para esta doença.
Uma boa estratégia para a prevenção é fazer bloqueios, imunizando os contatos próximos de pessoas com diagnóstico confirmado e profissionais da saúde, por exemplo.
Além do mais, higienizar as mãos com água e sabonete ou álcool gel são medidas importantes para evitar ao máximo a exposição ao vírus. É preciso, também, evitar o contato e a utilização de objetos de pessoas que tenham sido infectadas e apresentem lesões na pele. E uso de máscara cirúrgica bem acoplada à face ao entrar em contato com pacientes suspeitos ou confirmados.
Se interessou pelo conteúdo apresentado? Então confira também a história e a importância da vacinação para se manter informado e saber como se proteger de doenças!