Conheça a história da vacinação e sua importância para a população

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A vacinação tem papel essencial na proteção da sociedade há décadas. Sua importância voltou a ganhar destaque após a pandemia da Covid-19, com o desenvolvimento de uma grande variedade de imunizantes. Que tal conhecer um pouco da história da vacinação e entender como elas agem no organismo?

Continue a leitura, veja o histórico do desenvolvimento dos imunizantes, quem os produz e quais serão os avanços esperados nos próximos anos.

Qual é a história da vacinação?

Pesquisas mostram que os primeiros conceitos de imunização começaram a ser utilizados na China, no século X. A primeira doença a ganhar uma vacina foi a varíola, e o método utilizado pode ser considerado estranho — se comparado ao que vemos atualmente.

Os chineses da época utilizavam fragmentos das feridas das pessoas contaminadas, os armazenavam em forma de pó e os passavam sobre as erupções de outras pessoas que também estavam contaminadas. Isso estimulava o sistema imunológico e acelerava a recuperação do paciente.

Já a vacinação como conhecemos, no entanto, surgiu apenas no século XVIII, mais precisamente, em 1796. O nome do responsável pelo achado foi Edward Jenner, e a doença, novamente, a varíola. Jenner percebeu, por meio de observação, que as pessoas que lidavam com vacas contaminadas pelo vírus da varíola (na forma bovina) tinham menos reações ao contrair a doença na forma humana.

A partir disso, ele desenvolveu uma fórmula utilizando o material do agravo que atingia as vacas e inoculou o conteúdo em uma criança. Ela adoeceu, mas de forma sutil, e não chegou a se contaminar com a forma humana da varíola. Surgiu, então, um dos pilares da Medicina Preventiva dos dias atuais.

Quem produz as vacinas?

Os imunizantes são produzidos por diferentes instituições — de farmacêuticas e empresas privadas a instituições públicas. Confira!

Laboratórios nacionais e internacionais

Boa parte das vacinas é feita em laboratórios especializados que contam com profissionais como farmacêuticos, veterinários, biomédicos, médicos, engenheiros químicos, biólogos e vários outros, instalados em todo o mundo.

Institutos especializados

Institutos também podem participar desse processo, doando conhecimento e fornecendo a pesquisa aos laboratórios para que, juntos, elaborem diferentes tipos de imunizantes.

Empresas privadas

As empresas privadas também podem colaborar com parte da pesquisa, do incentivo financeiro à área de testes clínicos, em prol do desenvolvimento rápido e eficaz de vacinas.

Como as vacinas funcionam no organismo?

Antes de explicar o papel das vacinas, é importante entender como o organismo reage quando se depara com um agente infeccioso pela primeira vez. Nessa situação, seja um vírus, uma bactéria ou qualquer outro microrganismo, é ativada a resposta imunológica primária.

Nela, além do combate, as células de defesa atuam reconhecendo o agente causador da doença. Elas o investigam, guardam informações e calculam a melhor estratégia para combatê-lo. Caso não consigam conter o avanço do microrganismo, nós adoecemos.

De qualquer forma, a informação é guardada em nossas células, no processo conhecido como memória celular. Assim, da próxima vez que entramos em contato com o microrganismo, as células de defesa sabem exatamente o que fazer, e o combatem muito mais rapidamente.

O objetivo das vacinas é ativar e ensinar o sistema imunológico a combater esses agentes infecciosos, antes mesmo que o corpo tenha tido contato com eles. Para isso, são usadas diferentes tecnologias.

Uma delas, mais comum, é a do vírus inativado – usada na vacina da gripe, por exemplo. Neste caso, o imunizante carrega o vírus causador da doença em uma forma inativada (incapaz de gerar a infecção). Outra é a do vírus atenuado, no qual o microrganismo está ativo, mas enfraquecido – também é incapaz de gerar a doença em pessoas saudáveis.

Seja qual for a tecnologia usada no imunizante, nossas células aprendem informações sobre os agentes infecciosos e, caso entrem em contato com o microrganismo, dali em diante, sabem como reagir para evitar a doença.

Quais as vacinas mais aguardadas?

Agora que você já sabe como essas vacinas funcionam, fica a dúvida: quais são os imunizantes mais aguardados no momento? O que podemos esperar? Saiba mais, a seguir!

Dengue

A dengue é uma doença causada por um vírus que, por sua vez, é transmitido aos humanos a partir da picada do mosquito Aedes aegypti. Muitos surtos da doença já aconteceram no Brasil e em outras regiões do mundo, gerando sintomas, por vezes, graves e colocando os pacientes em risco de morte.

Uma vacina contra a dengue está em processo de desenvolvimento pelo Instituto Butantan, em São Paulo. A técnica envolve o uso de vírus atenuados, que utilizam o microrganismo sem a devida “força” para causar a doença. Assim, há uma resposta imunológica e proteção contra o agente causador do problema.

Em 2023, uma nova vacina contra a dengue foi aprovada pela Anvisa, a Qdenga, da farmacêutica Takeda, que promove proteção contra os quatro sorotipos do vírus.

HIV

Uma das vacinas mais esperadas é contra o vírus HIV, causador da aids. Apesar de não ter cura, a doença pode ser controlada com o uso de uma série de medicamentos que atenuam a ação do vírus no corpo, evitando consequências mais graves.

Como o HIV tem alto potencial de mutação, torna-se difícil elaborar uma vacina contra esse vírus. Apesar disso, há alternativas em curso, como a que está sendo produzida e testada pela farmacêutica Moderna, uma das mais promissoras.

Gostou de conhecer a história da vacinação e entender mais sobre esse conceito? Esperamos que sim! Afinal, esse tipo de informação é indispensável para os cidadãos, ajudando na construção de uma preocupação com o coletivo e, claro, na prevenção de doenças.

Para continuar se informando, acesse os mitos e verdades da vacinação, e fique por dentro de mais detalhes!

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