É fato que ter uma rotina saudável, com alimentação adequada e prática de exercícios, reduz muito o risco de doenças, especialmente as cardiovasculares. Além disso, passar em um cardiologista anualmente para fazer uma avaliação é essencial, a fim de reduzir a probabilidade de sofrer um ataque do coração. Os sinais do infarto são diversos e devem ser considerados para evitar graves situações.
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Vários fatores podem causar um ataque cardíaco. Em geral, ele está relacionado à formação lenta e gradativa de placas de gordura nas artérias.
Como esse é um assunto delicado, mas de grande importância em função de sua gravidade, elaboramos um conteúdo com informações valiosas. Conheça os sinais de infarto mais evidentes para se prevenir e garantir maior qualidade de vida.
O que é infarto?
Infarto agudo do miocárdio, ou simplesmente infarto, é uma condição ocasionada pela interrupção do fluxo de sangue para o coração, levando à perda do tecido cardíaco afetado. Em geral, a obstrução das artérias do órgão é causada por placas de gordura ou coágulos, que prejudicam o fluxo sanguíneo.
Para facilitar a compreensão, vamos conhecer um pouco mais sobre a circulação sanguínea.
O músculo cardíaco atua como uma bomba natural, a fim de transportar sangue rico em oxigênio para as células do nosso corpo. Esse funcionamento é essencial para nutrição e a realização das tarefas vitais do nosso organismo.
Quando o coração bate, o sangue inicia seu percurso pela maior e mais espessa artéria que temos: a aorta. Outras artérias, que são ramificações dela, fazem o líquido vermelho chegar a todas as partes do corpo. Duas ramificações específicas da aorta originam as artérias coronárias direita e esquerda, interligadas a pequenas veias que irrigam o coração.
O infarto acontece quando uma dessas artérias fica obstruída, comprometendo a chegada de sangue oxigenado ao músculo cardíaco. Sem a irrigação necessária, a área que para de receber sangue morre.
Quais são os tipos de infarto?
Existem cinco tipos de infarto. Conheça-os a seguir:
Tipo 1
É a variação mais comum e acontece quando há acúmulo de gordura na parte interna da artéria coronária. Como consequência, essa placa gordurosa sofre uma fissura, erosão ou ruptura, formando um coágulo que impede o fluxo sanguíneo. O ataque pode ocorrer a qualquer momento.
Tipo 2
O tipo 2 acontece quando o consumo e a oferta de oxigênio para o coração ficam desequilibrados. Manifesta-se nas seguintes situações:
- após cirurgias não cardíacas;
- anemia profunda;
- arritmias frequentes;
- crise tireotóxica (excesso de circulação de hormônios da tireoide);
- hipertensão (pressão alta) ou hipotensão (pressão baixa).
Tipo 3
Também chamado de infarto fulminante, é o mais temido de todos os tipos, pois pode provocar morte súbita antes mesmo que algum tratamento seja realizado. Em geral, a falta de oxigênio e nutrientes mata as células do coração. Outra causa corresponde às lesões que prejudicam a frequência cardíaca, resultando em arritmias graves.
Tipo 4
Trata-se do infarto relacionado ao procedimento de angioplastia coronariana, técnica realizada para desobstruir uma artéria entupida através da colocação de um stent — uma espécie de microtubo — e restabelecer o fluxo sanguíneo. Nesse caso, a eliminação de uma placa de gordura pode gerar partículas que obstruem vasos próximos.
Também pode acontecer devido à formação de coágulos dentro do stent, uma situação chamada de trombose de stent.
Tipo 5
Por fim, o tipo 5 pode se manifestar após a cirurgia para corrigir artérias cardíacas obstruídas, a cirurgia de revascularização do miocárdio (as famosas ponte de safena ou mamária). A ponte de safena é feita por meio da remoção de um pedaço da veia safena da perna, a fim de fazer uma ponte entre os vasos cardíacos e a aorta e restabelecer o fluxo sanguíneo.
Quais são os principais sinais de infarto?
Felizmente, o corpo humano emite diversos sinais antes de ocorrer um infarto, justamente para alertar que há algo errado com o nosso coração. Confira 15 maneiras de identificar o ataque cardíaco por meio dos sintomas mais evidentes:
- fadiga: cansaço elevado, mesmo não tendo feito esforço físico durante o dia todo. Costuma surgir alguns dias ou semanas antes;
- dor no estômago: pressão abdominal intensa e uma forte dor no estômago de forma repentina;
- dor no peito: não se limita ao lado esquerdo, como muita gente acredita, e pode se estender a qualquer outra região peitoral, causando rigidez;
- náusea, tontura e falta de ar: sintomas que podem ocorrer juntos, sem razão aparente;
- suor frio repentino: condição mais comum em mulheres que pode indicar arritmia, hipertensão ou infarto;
- espasmo no pescoço e na mandíbula: dor aguda no pescoço ou na mandíbula de forma gradual ou súbita;
- dor torácica: é mais comum em homens e pode ocorrer no peito em direção ao coração. Forte pressão ou sensação de peso no peito também são comuns;
- dores nos braços: é a dor que inicia no peito irradia para os braços, ombros e cotovelos. Em alguns casos, a dor no peito não ocorre, mas ocorre nos braços e nas costas (entre os ombros). Dormências e formigamentos também podem ser sentidos;
- tosse: a tosse contínua é um sinal que deve ser considerado por causa da acumulação de secreções nos pulmões. Em alguns casos, o paciente pode escarrar sangue;
- inquietação: antes do infarto, a pessoa pode passar meses sofrendo de ansiedade, agitação e insônia. Por meio desses sintomas, o nosso organismo sinaliza que há algo de errado;
- batimentos cardíacos rápidos e irregulares: batimentos desregulados e acelerados, especialmente se forem acompanhados de dificuldades para respirar, tonturas e fraqueza, podem indicar que um ataque cardiovascular está prestes a ocorrer;
- inchaço corporal: inchaço no abdômen, pés, pernas e tornozelos, além de perda de apetite ou aumento de peso repentino, também são sinais que devem ser considerados;
Vale lembrar, ainda, que o sedentarismo, embora não se trate de um dos sinais de infarto, é uma condição que potencializa o comprometimento dos músculos cardíacos. Portanto, é fundamental praticar exercícios de forma regular para fortalecer seu corpo e diminuir a probabilidade de infarto.
Além disso, a obesidade também é uma condição que deve ser mencionada, em função do acúmulo de gordura visceral, que pode ser canalizada para as artérias cardiovasculares e obstruí-las, levando ao ataque cardíaco.
Como é feito o diagnóstico?
Como o infarto é uma condição grave, é preciso ser rapidamente diagnosticado para que o tratamento seja iniciado o quanto antes. Isso ajuda a aumentar as chances de sobrevivência do paciente e evitar sequelas no coração ou em outros órgãos.
O diagnóstico é realizado por meio dos sintomas relatados pela observação clínica do médico. Além disso, são feitos testes específicos, como eletrocardiograma e exame de sangue para detectar enzimas que são liberadas em caso de ataques cardíacos.
Portanto, sinais de infarto existem, justamente, para avisar a pessoa de que algo não vai bem com o coração. Não hesite em visitar seu cardiologista pelo menos uma vez ao ano para saber como está a saúde de um dos principais órgãos do seu corpo.
Revisão Técnica: Juliana Soares, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein