Por Dr. Jacyr Pasternak, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein / CRM SP 11 034
Em meio à pandemia de coronavírus, outra doença comum em nosso dia a dia tem sido discutida amplamente, mas, ao mesmo tempo, não está ganhando o destaque que deveria em relação à prevenção e aos cuidados. Sim, estamos falando sobre a gripe.
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Apesar de já circular em nossa sociedade há mais tempo, inclusive com as suas variantes, o vírus da influenza pode ser bastante perigoso e, até mesmo, mortal, especialmente para crianças menores de 2 anos, idosos, doentes crônicos e obesos. Não por acaso, a campanha de vacinação contra a doença acontece todos os anos, geralmente nas primeiras semanas do outono.
Mas você sabe quais são os sintomas da gripe, como tratar e quando procurar um médico? Respondemos a estas e a outras questões muito importantes relacionadas ao assunto neste texto. Continue a leitura e saiba como cuidar da sua saúde!
O que é a influenza?
É uma infecção causada pelo vírus da influenza, mais conhecida como gripe. Trata-se de um quadro agudo do sistema respiratório, com altas taxas de transmissão e também responsável por muitas hospitalizações, especialmente dos grupos de alto risco.
Atualmente, existem quatro tipos diferentes do vírus da gripe: A (H1N1/H2N2/H3N2), B (Victoria/Phuket), C e D. Alguns são mais leves do que outros, e outros ainda podem ser subdivididos em outros grupos.
É justamente por causa dessa variedade que existem as vacinas trivalentes e tetravalentes: enquanto a primeira combate duas cepas do vírus A e uma do vírus B, a segunda combate duas cepas do vírus A e duas do vírus B.
Quais são os principais sintomas da gripe?
Vale a pena conhecer as diferenças entre o resfriado e a gripe. O resfriado tem um quadro mais leve e é causado por rinovírus ou coronavírus (diferente do responsável pela COVID-19).
Já a gripe se apresenta de maneira mais grave. É importante ficar atento aos sintomas, já que a doença costuma ter melhoras depois de cinco dias a partir do início dos sintomas. Mas também é comum que eles se estendam por mais de uma semana e, até mesmo, que a pessoa acometida demore semanas para se restabelecer de forma completa, especialmente pela fraqueza decorrente da doença.
1. Febre
É comum que um quadro de gripe apresente febre superior a 38°C, mas isso não significa que não é preciso estar atento ao sintoma nem buscar manter a temperatura sob controle de acordo com a orientação médica.
2. Dor de garganta
Por ser uma doença que ataca as vias respiratórias, é comum que a garganta seja afetada em um episódio de gripe.
3. Tosse
A tosse é outro sintoma inicial bastante possível, e é comum que ela seja inicialmente seca.
4. Dor no corpo
As dores no corpo também são uma queixa recorrente, e podem vir acompanhadas de fadiga e prostração que podem demorar semanas para irem embora.
5. Dor de cabeça
A dor de cabeça em si é um sintoma da gripe, mas ela também pode ser originada das inflamações no rosto decorrentes da doença.
Como tratar os sintomas de gripe?
Na maioria dos casos, as pessoas saudáveis superam uma gripe sem grandes intervenções: um tratamento de suporte, com antitérmicos, analgésicos, hidratação e repouso são suficientes para que o organismo se restabeleça.
Em algumas situações, medicamentos antivirais são administrados para combater especificamente os vírus e apenas um médico pode indicá-los.
Vale lembrar que os antibióticos devem ser utilizados somente contra infecções bacterianas, o que não inclui as enfermidades causadas pelo vírus influenza.
Em caso de dúvidas, má evolução do quadro ou se você pertence a um grupo de risco, não deixe de falar com um médico o quanto antes.
Gripe x COVID-19: qual a diferença?
Como você pôde perceber, a gripe e a COVID-19 são infecções respiratórias causadas por vírus de fácil propagação e que sofrem modificações ao longo do tempo. Os sintomas das duas doenças também podem ser parecidos, o que ajuda a confundir ainda mais.
Mas existem algumas diferenças: em primeiro lugar, as famílias dos vírus causadores das doenças são distintas. O tempo da incubação também é diferente: enquanto a gripe demora cerca de 4 dias para se manifestar, a COVID-19 pode levar entre 5 e 14 dias para causar os sintomas — além dos casos assintomáticos.
Em relação à mortalidade, o risco da gripe está ligado a condições como fatores de risco, região, sazonalidade etc. Já a COVID-19 tem se apresentado mais letal em diferentes cenários.
Quando procurar um médico?
Mesmo antes da pandemia do novo coronavírus, era essencial estar atento aos sintomas de uma gripe, tendo um acompanhamento médico capaz de indicar os melhores tratamentos — tanto para o alívio dos sintomas quanto para evitar a progressão da doença.
Agora, apenas uma avaliação médica é capaz de identificar cada quadro e indicar as direções corretas para cada pessoa. Portanto, fique atento à evolução dos sintomas, especialmente após os primeiros cinco dias. E para os pacientes de risco, a indicação é buscar um profissional em casos de febre, prostração e falta de apetite (que pode levar a uma rápida e perigosa desidratação).
Qual é a importância da vacina contra a gripe?
Felizmente, a vacina existente contra a influenza é capaz de amenizar bastante a gravidade dos quadros gripais. Isso porque ela é capaz de deixar o sistema imunológico da pessoa vacinada até 80% mais protegido contra o vírus — o que significa que, caso ela seja contaminada, terá poucas chances de desenvolver a forma grave da doença.
Tenha em mente que, apesar de o novo coronavírus estar tão em foco nos últimos meses (e com razão), os vírus da influenza são milhares de vezes mais comuns e circulam por toda parte. Por isso, se você tem direito, fique de olho no calendário de vacinação do Ministério da Saúde todos os anos.
E ainda que não faça parte dos grupos imunizados gratuitamente, nem costume ter grandes problemas com os sintomas da gripe, saiba que muitos laboratórios e hospitais referenciados oferecem a vacina no mesmo período — vale a pena conferir.
O Einstein é um desses locais! Para saber mais, conferir em quais unidades a vacina está disponível e agendar a sua vacinação, fale com a gente!