Esclarecemos 5 dúvidas comuns sobre a teleconsulta

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A telemedicina e teleconsulta são ferramentas clínicas importantes, que foram desenvolvidas a partir da novas tecnologias de comunicação e da possibilidade de avaliar o paciente, mesmo que ele esteja em lugares distantes geograficamente.

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Ela tem benefícios consideráveis, mas também, algumas limitações. Por isso, é fundamental entender como funciona, se está indicada para todos os problemas de saúde do paciente e como obter esse serviço.

Quer saber mais sobre a teleconsulta? Então, não deixe de ler este conteúdo que fizemos para você.

1. O que é teleconsulta?

A teleconsulta é uma forma de atendimento clínico utilizado por meios virtuais. Normalmente, é viabilizada via plataforma específica ou de empresas que usam os recursos para executar uma videochamada.

Também denominada de consulta médica remota, deve necessariamente ser medida por recursos tecnológicos disponíveis para todos os envolvidos. Assim, constitui uma alternativa para otimizar os casos clínicos que podem ser resolvidos a distância.

Uma das indicações da teleconsulta é a possibilidade de interagir virtualmente com especialistas em determinada doença ou condição rara, ajudando outro médico a tomar as decisões clínicas mais adequadas ao caso.

Ela foi estabelecida pela resolução do Conselho Federal de Medicina e autorizada pelo Ministério da Saúde, considerando alguns aspectos importantes no que se refere às normas para seu pleno funcionamento.

2. Como funciona a teleconsulta?

A consulta clínica virtual deve seguir alguns preceitos básicos:

  • concordância do paciente com esse tipo de atendimento;
  • manutenção do sigilo das informações fornecidas durante o processo;
  • armazenamento do resultado final no sistema de registro das instituições clínicas.

Pela resolução CFM nº 2.227/18, preconiza-se que a teleconsulta seja utilizada após a primeira consulta presencial. A exceção são os casos excepcionais, como nas comunidades geográficas e florestais, além das plataformas de petróleo.

Também determina que o intervalo para atendimentos virtuais, no caso de pacientes com diagnóstico de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, entre outras, não seja superior a 120 dias.

Dr. Marcelo Pires Prado, ortopedista, traumatologista e cirurgião do pé e tornozelo do Hospital Israelita Albert Einstein / CRM SP 72 817, esclarece que diante das tecnologias existentes, é possível fazer inclusive exames clínicos à distância — desde que tenha outro profissional clínico para ajudar nessa análise.

Prado ressalta que os demais exames laboratoriais e radiológicos realizados nos estabelecimentos distantes geograficamente já podem ser enviados via aplicativos de mensagens e e-mails. Também, podem ser armazenados na nuvem, auxiliando o médico na tomada de decisão clínica.

3. Quais são as diferenças da teleconsulta em relação à consulta presencial?

Na teleconsulta não haverá contato físico do profissional clínico que estará avaliando o paciente. Porém, outras formas de análise do estado geral do paciente são adaptadas à realidade virtual.

Devido a essa limitação, alguns especialistas clínicos solicitam uma equipe de apoio local para facilitar a teleconsulta, principalmente, para executar alguns procedimentos simples, a fim de ajudar no fechamento do diagnóstico. Esse é o caso dos ortopedistas, cardiologistas, pediatras etc., que necessitam de informações coletadas em tempo real.

Todavia, dependendo do estado clínico do paciente, é possível que esses mesmos especialistas consigam realizar uma consulta de acompanhamento, orientando, inclusive, sobre a necessidade de internação hospitalar.

Prado enfatiza que, devido ao cenário da pandemia pelo novo coronavírus, a demanda pela teleconsulta aumentou significativamente. O procedimento traz resultados exitosos para toda a classe médica e os pacientes.

Pediatras, psiquiatras, cardiologistas, nutrólogos, geriatras e tantos outros profissionais de saúde tiveram que se adaptar rapidamente para atender a uma demanda de pacientes que conseguem explanar seus problemas pela teleconsulta.

4. Qual é a diferença entre teleconsulta, telemedicina e telessaúde?

Muitas pessoas confundem esses três termos, mas cada um tem um fundamento diferenciado. Porém, todos estão interligados pela tecnologia e pela importância na atenção à saúde via plataformas digitais.

O termo telessaúde se refere a todos os procedimentos que podem ser realizados com o intuito de encurtar distâncias geográficas e facilitar o processo de ensino, aprendizagem e assistência. Engloba o preceito da educação a distância, mediada por cursos de capacitação, atualização, especialização, e com a possibilidade de incluir a telecirurgia nesse contexto.

A telessaúde inclui, ainda, a tele-educação sanitária, a tele-epidemiologia e outras vertentes relacionadas a redes de administração e gestão em saúde, com foco no levantamento de dados.

A telemedicina é um dos componentes da telessaúde com foco na assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesão e promoção da saúde, conforme definido pela Resolução CFM nº 2.227/18.

Sendo assim, a telemedicina e a teleassistência médica podem ser intermediadas por recursos tecnológicos em tempo real (síncrona) ou offline (assíncrona), sendo permitidas em todo o território nacional.

Para tanto, os profissionais e instituições que desejarem implantar esses serviços devem contar com infraestrutura tecnológica. Isso inclui computadores com acesso à internet, prontuário eletrônico e outros requisitos obrigatórios relacionados à segurança e ao sigilo das informações obtidas.

Já a teleconsulta é um dos serviços que podem ser ofertados dentro do rol daqueles descritos pela telemedicina. O objetivo é avaliar individualmente o paciente, formalizar uma prescrição digital, além fornecer outros esclarecimentos pertinentes ao caso clínico.

5. Quais são os benefícios da teleconsulta? 

Um dos benefícios mais avaliados com a implantação da telemedicina e da teleconsulta é a agilidade no atendimento, a diminuição da superlotação em hospitais para tratamento de problemas de menor gravidade e, consequentemente, a redução de custos.

Isso significa que as ferramentas da telemedicina (como o envio de laudos online para os médicos, com consequente apuração rápida do diagnóstico), aliadas à teleconsulta, podem reduzir as complicações clínicas do paciente, se identificadas no tempo adequado.

Além disso, a drástica redução do fluxo de pessoas dentro do ambiente hospitalar, que foram orientadas de forma virtual pelos profissionais a utilizar outros métodos, é um importante fator para mitigar os eventos adversos em saúde.

A teleconsulta, como parte das atividades da telemedicina, é uma estratégia segura, eficaz e promissora para resolver o cenário da pandemia do novo coronavírus, bem como otimizar outros atendimentos virtuais. Para tanto, os profissionais e as instituições clínicas devem prover uma infraestrutura adequada e treinamento dos funcionários para que esse serviço garanta melhorias a saúde da população.

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