A Atenção Primária à Saúde (também conhecida como Atenção Básica) é o primeiro contato que as pessoas têm com os sistemas de saúde. Esse é o passo inicial, que busca entender a complexidade de cada caso (individual ou coletivo) para, assim, direcioná-lo para o atendimento mais adequado.
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Além disso, a Atenção Básica, no Brasil, abrange outras áreas, como a Saúde da Família. Por conta disso, recebe diversos incentivos e programas governamentais para implementar as melhores medidas de prevenção e tratamento de doenças.
Neste post, vamos falar mais sobre a importância da Atenção Primária, seus princípios, entre outros pontos interessantes. Acompanhe para saber mais!
O conceito de Atenção Primária à Saúde
O conceito de Atenção Primária à Saúde (APS) não é apenas implementado no Brasil, mas também, nos sistemas de saúde de outros países. Isso nada mais é que uma medida sistematizada de cuidados, realizada por órgãos da saúde, que visa a entender as necessidades da população para, enfim, criar estratégias que melhor atendem a cada indivíduo.
Com isso, é possível fazer uma melhor gestão de como agir para prevenir doenças, realizar diagnósticos mais certeiros, providenciar tratamentos mais eficientes e promover a reabilitação dos pacientes. Ou seja, nada mais é que a busca por uma melhor organização do atendimento, visando à promoção da saúde.
Para isso, são necessárias ações sanitárias, tecnológicas e científicas. Realizar pesquisas e análises regionais também é fundamental para obter melhores resultados e, assim, entender o contexto da saúde básica do Brasil.
Os princípios da APS, inclusive, tiveram tamanha influência no Sistema Único de Saúde (SUS), que o órgão adotou o nome Atenção Básica à Saúde (ABS), com o intuito de evidenciar a busca pela integração de atenção e assistência à saúde.
As diferenças entre Atenção Primária e Atenção Secundária
A Atenção Primária, como mostramos, funciona como porta de entrada para os cuidados com a saúde. Por isso, no Brasil, fazem parte dela as UBS (Unidades Básicas da Saúde), mais a Equipe de Saúde da Família (ESF) e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), somados à atuação dos agentes comunitários de saúde.
Já os demais níveis de atenção evoluem, de acordo com a complexidade de cada quadro. Por exemplo, a Atenção Secundária é voltada para o atendimento urgente, como o hospitalar e ambulatorial — compondo as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e o Serviço de Atendimento Móvel à Urgência (Samu).
Há também a Atenção Terciária, que age quando o paciente precisa de atendimento especializado ou de tratamentos que envolvem tecnologias mais refinadas. Esse é o caso das áreas que atendem a altos riscos, como cardiologia, diálise, neurologia, oncologia, entre muitas outras.
Os princípios da Atenção Básica
Para entender melhor a Atenção Primária à Saúde, é essencial conhecer os seus princípios, que estabelecem recursos e ações para garantir o atendimento eficiente às necessidades do paciente. Veja quais são os principais:
- primeiro contato — o ideal é que a Atenção Básica seja o local em que os pacientes procuram pelos serviços de saúde, com pontos de atendimento acessíveis e bem organizados para acolher a demanda da população;
- longitudinalidade — isso visa à relação em longo prazo entre os profissionais e os pacientes para conhecer mais detalhadamente cada quadro e, assim, providenciar um melhor atendimento;
- integralidade — esse princípio busca fazer com que o atendimento esteja de acordo com as necessidades de saúde do grupo que busca os serviços no primeiro contato;
- coordenação — essa fase está relacionada à clareza e à organização do tratamento de dados dos atendimentos, como prontuários, históricos, encaminhamentos e avaliações médicas etc.;
- abordagem familiar — a centralização da família é importante para os cadastros, análise de predisposição de doenças, entre outros pontos;
- enfoque comunitário — todo o trabalho precisa ser realizado de modo a atender a toda a comunidade, da melhor maneira possível, principalmente, às necessidades específicas da região.
A Atenção Primária no Brasil
O conceito de APS foi usado pela primeira vez na Inglaterra, no início do século XX. Por meio do Relatório Dawson, foi lançado um modelo que procurava dividir os atendimentos em primário, secundário, domiciliar e suplementar.
Inspirados nessa ideia, outros países, especialmente, os mais desenvolvidos, passaram a aderir a essa organização. Dessa maneira, foi sendo transmitida, também, a importância da regionalização para atender melhor à população de cada região, de acordo com as suas demandas.
Ainda em 1924, as ideias de Atenção Primária à Saúde começavam a ser implementadas no Brasil. Em 1940, por exemplo, foi criado o Sesp (Serviço Especial de Saúde Pública), que realizava prevenção e tratamento de doenças infecciosas.
No entanto, o custo era elevado para atender a esse tipo de sistema de saúde. Por isso, foi necessário realizar alterações. Além disso, países pobres ou em desenvolvimento sequer tinham acesso a esses cuidados básicos.
Por isso, no ano de 1978, foi criada uma política internacional chamada “Saúde Para Todos no Ano 2000”, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A ideia era que os países-membros buscassem medidas para adotar a APS e melhorar o nível de saúde mundial.
Todas essas ações contribuíram para a criação do SUS, na década de 1990, que busca dar assistência médica à população, utilizando-se de muitos dos princípios da Atenção Primária. Inclusive, o foco da APS tem sido a Saúde da Família, a fim de melhor atender a todos.
A importância da Atenção Primária à Saúde
A APS tem uma grande importância para promover a saúde, bem-estar e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos brasileiros. Ao procurar uma unidade de atendimento básico, como a UBS, os pacientes têm a possibilidade de fazer consultas médicas e check-ups que auxiliam na prevenção de doenças.
Além do mais, esse atendimento médico também ajuda no diagnóstico precoce de complicações, o que possibilita maiores chances de alcançar um tratamento efetivo. A Atenção Básica ainda permite o direcionamento dos casos mais graves para os níveis mais complexos de atendimento, como o terciário.
A Saúde da Família
Como visto, a abordagem familiar é um dos princípios da Atenção Primária. A ESF é uma iniciativa criada em 1994, que visa a garantir os cuidados com a saúde de toda a família, integrando o atendimento médico básico de todos os moradores de uma residência. O objetivo é avaliar também os casos em conjunto, principalmente, no que diz respeito às doenças hereditárias e questões sanitárias.
Implementação do Consultório Virtual na Atenção Básica
Criado pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Albert Einstein, o Consultório Virtual na Atenção Primária à Saúde tem como finalidade promover e facilitar o contato entre as pessoas que utilizam os serviços do SUS e os profissionais da saúde. Sua implementação teve início em maio de 2020, sendo que o final de dezembro foi o prazo limite para que os médicos, enfermeiros e dentistas aderissem à ferramenta.
A inserção da tecnologia no atendimento da saúde pública já vinha sendo discutida nos últimos anos, e a pandemia da COVID-19 acabou por acelerar esse processo. O uso da plataforma permitiu que as pessoas pudessem realizar consultas e dar continuidade aos seus tratamentos por meio da telemedicina, sem a necessidade de comparecer a uma unidade física do SUS.
O atendimento no Consultório Virtual se dá por meio de uma plataforma que possibilita a solicitação de exames, emissão de atestados e prescrição de medicamentos. A iniciativa beneficia, principalmente, os pacientes de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, que necessitam de acompanhamento médico frequente, bem como da renovação das suas receitas para a retirada ou compra das suas medicações.
Como é feito o atendimento remoto
No Consultório Virtual, as consultas não necessariamente precisam ser realizadas pela plataforma oferecida pelo Ministério da Saúde. Elas podem ser feitas por computador, telefone ou WhatsApp, uma vez que levam em conta a estrutura disponível na gestão local, bem como os principais canais de comunicação aos quais os pacientes têm acesso.
Basicamente, para se consultar on-line, a pessoa precisa agendar o seu atendimento no site da instituição médica, fornecendo seus dados pessoais e motivo da consulta. No dia e horário marcados, basta se conectar à plataforma indicada pelo site em que foi feito o agendamento para conversar com o médico.
Assim como acontece no atendimento físico, o profissional deve seguir os mesmos preceitos éticos, mantendo o sigilo da consulta. Além disso, deve respeitar as orientações do Ministério da Saúde quanto à notificação compulsória, com atenção especial ao Protocolo de Manejo Clínico da COVID-19, e registrar os dados clínicos do paciente no Prontuário Eletrônico do Cidadão para assegurar a condução adequada do caso a cada consulta.
Telemedicina e Atenção Primária à Saúde
Embora tenha se popularizado mais recentemente, a telemedicina não é exatamente uma novidade no Brasil. As primeiras experiências no país aconteceram na década de 1990, quando uma empresa inovou ao fazer uso da tecnologia para efetuar exames de eletrocardiograma a distância.
Nos últimos anos, houve um incentivo governamental para a adesão da telemedicina, o que possibilitou a formação de equipes e núcleos de pesquisas em universidades especificamente para lidar com essa questão.
A pandemia que se estabeleceu em 2020 alterou o modo de funcionamento da Atenção Primária, em decorrência das medidas de distanciamento social. Foi nesse ponto que o atendimento médico on-line entrou em cena como alternativa para facilitar o acesso à saúde.
A partir dela, as pessoas que residem nos locais mais afastados dos centros urbanos ou são do grupo de risco para COVID-19 podem receber acolhimento médico adequado, sem sair de casa. Para os hospitais, a modalidade também é benéfica, tendo em vista que reduz a superlotação nas áreas de emergência.
Fica evidente que Atenção Primária à Saúde é uma das áreas mais importantes do atendimento médico no país, pois é primordial para a condução eficiente do quadro do paciente. Com ela, é possível democratizar e aumentar a acessibilidade aos níveis de atenção considerados complexos e, assim, prevenir e tratar inúmeras doenças, promovendo mais bem-estar para toda a população.
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