A importância do Novembro Azul para a saúde masculina

Na transição dos 40 para os 50 anos, os homens passam a receber constantes recomendações sobre as consultas de rotina com o urologista.

Afinal, esse é um passo necessário para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer de próstata — algo que é debatido incansavelmente pela campanha do Novembro Azul.

Inspirado nesse movimento e em sua relevância social, preparamos um post que explica os principais aspectos dessa doença e por que é tão importante falar da saúde do homem. Confira!

O que é o Novembro Azul?

O Novembro Azul é uma iniciativa que busca promover o debate público sobre a saúde do homem, alertando a respeito do câncer de próstata.

Isso porque, como mostram os dados de 2022 do Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de tumor foi responsável por 71.730 casos, representando três a cada 10 homens com câncer no país. Por conta disso, atualmente, é o que tem a maior incidência sobre a população masculina.

Mas não é só isso: ele também é o segundo tipo com mais casos de falecimentos entre homens, alcançando 15.841 no último levantamento da entidade.

No Brasil, a campanha foi promovida pela primeira vez em 2011. Isso ocorreu graças a uma das ONGs mais ativas na promoção de saúde e conscientização a respeito do câncer: o instituto Lado a Lado pela Vida.

Desde então, vem sendo incorporada e difundida a nível nacional em ações do Ministério da Saúde com foco no cuidado com a saúde do homem.

Quais são os sintomas do câncer de próstata?

Os sintomas dessa doença variam conforme o seu estágio. Nos iniciais, muitos homens não apresentam sinais perceptíveis de mudança no corpo. Por outro lado, quando o câncer se expande e começa a comprometer as funções do trato urinário e o desempenho da vida sexual, os sintomas ficam bastante claros.

Abaixo, mostraremos alguns deles. Veja!

Dor óssea

Não raramente, os homens apresentam dores ósseas na região pélvica, lombar e abdominal. A depender do nível do desconforto causado, elas podem ser bastante incapacitantes para andar e correr no dia a dia.

Dores ao urinar

O ato de urinar se torna mais complicado, já que a passagem da urina fica comprometida. Isso causa não só dores, mas também incontinência urinária.

Impotência sexual

Como a próstata é o principal foco do tumor, ela tem a funcionalidade alterada, o que causa impactos diretos na capacidade de ereção. Alguns homens vivenciam esse problema parcialmente, outros de forma total.

Quais são os seus fatores de risco?

Entre os principais fatores de risco que influenciam no desenvolvimento do câncer de próstata, está a predisposição genética: quem tem parentes que já tiveram esse tipo de câncer têm mais probabilidade de apresentá-lo.

Outro fator de risco é a obesidade, já que ela contribui gradativamente para a desregulação hormonal no corpo masculino. Diante desse cenário, o tumor é diretamente estimulado.

Qual é a importância do cuidado da saúde masculina?

A mensagem do Novembro Azul é clara: o cuidado com a saúde masculina envolve o abandono de estigmas e de mitos relacionados ao acompanhamento médico.

Em outras palavras, é preciso contar com o auxílio profissional de um urologista e realizar o toque retal. Exame clínico feito pelo médico, esse é um procedimento simples, rápido e indolor.

A ida ao consultório desse profissional é a forma mais eficiente de averiguar o estado da próstata e identificar possíveis alterações — sejam elas benignas ou malignas. Além disso, em caso de suspeitas ou necessidade de avaliações mais minuciosas, o urologista pode solicitar exames complementares.

Dessa forma, não só é feita a prevenção do câncer de próstata, mas também o seu diagnóstico precoce. Isso é algo crucial para um tratamento mais eficiente e com probabilidades de cura. Por isso, reforçamos: a partir dos 50 anos, é importante ir, pelo menos, duas vezes por ano ao médico para uma consulta de rotina.

Quais são os tipos de câncer de próstata?

O câncer de próstata, assim como outros tipos de cânceres, também tem subcategorias que o definem. A mais frequente recebe o nome de adenocarcinoma, identificada pelo toque retal.

Além dela, é possível que ocorra o sarcoma, que evolui na parte interna da próstata. Contudo, os casos clínicos dele são bastante reduzidos.

Por fim, há o carcinoma neuroendócrino, que se desenvolve nas células e é o formato mais raro dos três apresentados.

Qual é o tratamento do câncer de próstata?

Os tratamentos para câncer de próstata variam de acordo com o estado da doença, podendo, por conta disso, trazer resultados diferentes. Em fase inicial, por exemplo, é possível tratar com radioterapia.

Como reforça a cartilha do Instituto Nacional de Câncer, o procedimento é realizado em etapas consecutivas de aplicação. Ele é totalmente indolor e com potencial de não só conter a expansão do tumor, mas eliminá-lo por completo.

Outra possibilidade é a remoção cirúrgica. Contudo, esse processo demanda a retirada da próstata para que o objetivo seja alcançado, já que é nessa estrutura que ele se desenvolve. Em fase avançada, em que o câncer atinge outras partes do organismo — principalmente o trato urinário —, não é possível fazer cirurgia.

As alternativas são, sobretudo, paliativas. Ou seja, focadas na redução dos sintomas e na obtenção de uma melhor qualidade de vida. Aqui, além da radioterapia, temos a terapia hormonal e a quimioterapia.

A terapia hormonal é um procedimento que atua no controle de hormônios masculinos (como a testosterona e a diidrotestosterona), contribuintes do contínuo desenvolvimento do tumor. Já a quimioterapia, mais conhecida entre as pessoas, funciona à base de fármacos (geralmente injetados de maneira intravenosa) que agem no crescimento e na proliferação do câncer.

Então, tirou suas principais dúvidas sobre o câncer de próstata? O Novembro Azul é essencial para trazer luz aos cuidados com a saúde masculina, como no caso dessa patologia. Porém, é importante que os homens comecem a levar o assunto adiante com familiares, amigos e conhecidos, para que o combate seja mais efetivo e, consequentemente, mais vidas sejam salvas.

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Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).