A obesidade já é considerada um problema epidêmico, pois registra um grande índice de casos ao redor do mundo. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE, em 2019, um em cada quatro brasileiros está obeso, totalizando 61,7% da população adulta.
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O dado acende uma luz vermelha sobre o assunto, uma vez que quando não assistida corretamente, a doença pode evoluir e causar uma série de complicações no organismo da pessoa. As causas da obesidade variam desde fatores genéticos até maus hábitos alimentares e sedentarismo.
Com os cuidados adequados, é possível reverter o quadro. Entender quais são os estágios e riscos de estar obeso é o primeiro passo para levar uma vida mais saudável. Neste post, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre obesidade. Confira!
O que é a obesidade?
Cientificamente, a obesidade se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura no tecido adiposo. Ela é classificada como uma patologia crônico-degenerativa e inflamatória, que pode ocorrer em decorrência de má alimentação, fatores metabólicos, hormonais, genéticos e psicológicos, além do sedentarismo.
De maneira individual ou em conjunto, esses fatores influenciam o funcionamento do balanço energético do organismo humano, que nada mais é do que a quantidade de calorias que você consome em relação à energia que o corpo gasta no decorrer do dia.
Quando a pessoa gasta menos do que ingere, apresenta um balanço energético desequilibrado, o que significa que as calorias excedentes ficarão armazenadas em forma de gordura corporal — situação que, em longo prazo, gera a obesidade.
É importante frisar que essa condição não consiste em uma enfermidade única. Ela faz parte de um grupo diversificado de alterações metabólicas e demais complicações que têm origem no excesso de peso, como litíase bilar, diabetes tipo 2, apneia do sono e osteoartrite.
Os indivíduos que sofrem de obesidade costumam ter um metabolismo lento, de modo a sobrecarregar as reações catabólicas (reações de degradação que produzem energia, como a digestão), acarretando a Síndrome Metabólica (SM). Ela traz fatores de risco cardiometabólico, aumento da gordura no fígado, obesidade abdominal com hipertensão, entre outros.
Quais são os tipos de obesidade?
Os tipos de obesidade variam conforme a localização da gordura no corpo. Atualmente, há três categorias da doença. Cada uma delas impacta a saúde de um modo diferente, podendo ser mais ou menos grave, mas todas requerem atenção e cuidados médicos. Veja quais são elas.
Obesidade abdominal
Consiste no acúmulo de gordura na região da cintura e abdômen e, em alguns casos, pode se distribuir na área do peito e do rosto. Embora seja mais comum em homens, também pode acometer mulheres e é um fator de risco para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e trombose.
Obesidade periférica
Nesse caso, a gordura se distribui em ‘’forma de pera’’, e fica concentrada nos quadris, coxas e nádegas, sendo mais comum em mulheres. Ela pode causar problemas circulatórios, como varizes, osteoartrite nos joelhos e insuficiência venosa, em decorrência da sobrecarga depositada nas articulações.
Obesidade homogênea
É o tipo de obesidade que mais demora a ser percebida, pois não gera grande impacto na aparência física. A gordura não fica acumulada em uma área específica, distribuindo-se pelo corpo, porém, não deixa de ser perigosa.
Quais são as complicações causadas pela obesidade?
Não é à toa que a obesidade tem preocupado a comunidade médica, visto que pode favorecer o desenvolvimento de uma série de doenças. Se não forem devidamente tratadas, essas enfermidades acabam interferindo nas funções do organismo e na qualidade de vida do indivíduo. Conheça algumas das principais doenças atreladas à obesidade.
Diabetes tipo 2
Pessoas obesas não produzem níveis regulares de insulina — substância responsável por absorver a glicose nas células do organismo, a fim de assegurar o seu aproveitamento nas atividades celulares. A escassez de insulina gera o acúmulo de glicose, dando origem à diabetes tipo 2.
Doenças cardiovasculares
A gordura que se aloja ao redor dos órgãos localizados na cavidade abdominal eleva consideravelmente o risco de entupimento das artérias, impedindo que o coração trabalhe em sua totalidade. Essa situação aumenta a pressão arterial e pode, até mesmo, provocar infartos e derrames.
Doenças hepáticas
Uma das maiores preocupações em relação ao excesso de peso é a esteatose hepática, que é o acúmulo de gordura no fígado. Isso prejudica a função do órgão e pode ocasionar cirrose ou câncer, que necessitam de intervenções mais invasivas, como o transplante.
Refluxo gastroesofágico
O esfíncter liga o esôfago e o estômago e, quando perde a sua eficácia — o que pode acontecer com indivíduos obesos —, o ácido estomacal acaba retornando pela válvula, causando o refluxo gastroesofágico. Esse problema traz muita irritação nas paredes do órgão, dor no peito e regurgitação, e, se negligenciado, pode resultar em um câncer no esôfago.
Apneia obstrutiva do sono
Ao se acumular na parede da traqueia e nos músculos da língua, a gordura dificulta a passagem de ar pelas vias aéreas, o que faz com que a pessoa sofra de apneia obstrutiva do sono. Trata-se da interrupção da respiração enquanto dorme, e que agrava os quadros de hipertensão e arritmias, por exemplo.
Como descobrir se você está obeso?
A melhor forma de saber se você está acima do peso ou obeso é por meio do cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC). Esse é o parâmetro oficialmente utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para checar qual é o peso ideal que uma pessoa deve ter.
Para tanto, basta dividir o seu peso pela sua altura elevada ao quadrado. A classificação da obesidade é a seguinte:
- menor que 17: abaixo do peso;
- de 17 a 18,4: abaixo do peso;
- de 18,5 a 24,9: normal;
- de 25 a 29,9: acima do peso;
- de 30 a 34,9: obesidade I;
- de 35 a 39,9:obesidade II (severa);
- superior a 40: obesidade III (mórbida).
Suponhamos que você tenha 1,60m de altura e 100kg. O cálculo seria:
IMC= 100 ÷ (1,60 x 1,60)
Nesse caso, o resultado seria 39,06, o que caracteriza obesidade II (severa).
Quais são os índices de obesidade no mundo e no Brasil?
De acordo com um levantamento da OMS, em 2016, mais de 1,9 bilhão de pessoas adultas acima de 18 anos no mundo estavam acima do peso, e 650 milhões delas eram obesas. No Brasil, uma pesquisa do IBGE apontou que 96 milhões de indivíduos estão acima do peso e 41 milhões são considerados obesos.
O desenvolvimento da obesidade está ligado a fatores genéticos, transtornos alimentares, ambientais e determinantes reguladores. As mudanças sociais e de hábitos influenciam diretamente o ganho de peso das populações, como mostram os dados da pesquisa Vigitel, que afirma que o brasileiro teve uma alimentação menos saudável nas últimas décadas.
O consumo de feijão, alimento básico no país, caiu de 67,5%, em 2012, para 61,3%, em 2016, por exemplo. O estudo ainda diz que somente uma, entre três pessoas adultas, comem hortaliças e frutas durante a semana.
A Atenção Primária, ou seja, o tratamento preventivo, é fundamental para evitar e reduzir os casos de obesidade. Isso inclui programas de alimentação e atividade física, que incentivem as pessoas a adotar uma dieta balanceada e a praticar exercícios físicos regularmente.
Nos casos em que a doença já se instalou, é imprescindível buscar ajuda médica para entender as causas específicas do problema e receber orientações sobre qual é o melhor caminho para tratá-la, como reeducação alimentar ou cirurgia bariátrica.
Nesse sentido, é preciso ressaltar os perigos da automedicação para emagrecer. Além de muitos dos remédios disponíveis no mercado não serem funcionais, também podem provocar efeitos colaterais sérios, e que pioram a situação do paciente. A obesidade é uma patologia grave e requer o acompanhamento de médicos especialistas, o que permite a você recuperar a saúde sem correr perigo.
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