Tire 5 dúvidas sobre o teste genético de ancestralidade

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Provavelmente, você já ouviu falar do teste genético de ancestralidade, não é mesmo? O assunto está em alta ultimamente, o que se deve ao fato de mexer com a curiosidade das pessoas em desvendar suas origens.

O exame revela os dados de até oito gerações antepassadas, como país de origem e características físicas, permitindo que você remonte a sua árvore genealógica. A possibilidade de descobrir tendências ao desenvolvimento de determinadas doenças é outro motivo que explica a popularidade do teste. Afinal, ao ter essa informação em mãos, você pode adotar hábitos que ajudem a prevenir e evitar a patologia.

Ficou interessado em saber mais sobre essa novidade? Neste post, vamos tirar suas dúvidas sobre o teste genético de ancestralidade. Confira!

1. O que é o teste genético de ancestralidade?

Por definição, o teste genético de ancestralidade consiste em uma análise do DNA autossômico, mitocondrial, bem como dos cromossomos X e Y. Sua finalidade é revelar as origens geográficas e, por consequência, as características genéticas de uma pessoa.

Dependendo do tipo de exame, pode-se fazer um estudo da linhagem paterna e materna, para o público masculino, e da linhagem materna para as mulheres. Isso porque o haplogrupo paterno é definido pelo cromossomo Y, que não é herdado pelo sexo feminino. Assim, é possível entender sua composição genética, características herdadas e tendências a problemas de saúde, tendo como base o DNA dos seus ancestrais.

2. Quando ele surgiu?

Apesar de ter ganhado popularidade nos últimos anos, o teste genético de ancestralidade já era realizado desde da década de 1980. Na época, a pessoa interessada em saber quais eram as suas origens tinha que pagar cerca de 10 mil dólares, o que atualmente seria algo em torno de 52 mil reais.

Devido ao seu preço, durante muito tempo, ficou restrito apenas a quem tinha alto poder aquisitivo, além de demorar meses para ficar pronto. Porém, com a evolução da tecnologia e finalização do sequenciamento do genoma, no ano de 2003, a realização do teste ganhou muito mais praticidade e se tornou mais barato, ficando acessível para o bolso daqueles que desejam conhecer mais sobre o seu passado.

De acordo com a MIT Technology Review, em 2019, mais de 26 milhões de pessoas já haviam feito o teste no mundo. Aqui no Brasil, não é diferente — a solicitação desse serviço tem sido cada vez mais recorrente.

3. Como funciona?

Ao contrário do que muita gente pensa, o teste genético é muito simples, sendo feito por diversos laboratórios. Para tanto, pode-se utilizar um swab para coletar a secreção presente na parte de dentro da bochecha ou efetuar um furo no dedo para colher uma pequena amostra de sangue.

Após esse processo, é feita a extração do DNA das células recolhidas, para que, posteriormente, possa ser sequenciado e analisado. Em seguida, ocorre o estudo e definição dos polimorfismos presentes no DNA da pessoa, que depois vão ser comparados com os polimorfismos cadastrados nos bancos de dados que representam as populações das mais diversas regiões do mundo.

Dessa forma, é possível fazer um rastreamento da ancestralidade geográfica do indivíduo, o que possibilita uma viagem à sua origem por meio das características identificadas na sua genética. Por último, é apresentado o resultado a partir de porcentagens, por exemplo, 15 % da África, 30% do sul da Europa.

 4. O que ele indica?

Muitas vezes, a história da origem de uma família acaba se perdendo ao longo do tempo, fazendo com que a geração atual tenha dificuldades para encontrar informações completas sobre os seus antepassados. O teste de ancestralidade ajuda a desvendar esse mistério, além de trazer dados que beneficiam o seu futuro. Veja o que o exame pode indicar. 

De onde vieram seus antepassados

É de conhecimento popular que o brasileiro é fruto de miscigenação, ou seja, da mistura de várias raças. Logo, uma única pessoa pode carregar em seu DNA características de familiares africanos e europeus. Com o teste de ancestralidade, você pode descobrir de quais regiões do mundo vieram os seus antepassados e, assim, entender melhor a história e evolução da sua família.

Possíveis parentes

O laboratório responsável por fazer o teste pode identificar em seu banco de dados pessoas que tenham trechos de DNA iguais ao seu. Portanto, existe a possibilidade de descobrir um primo distante que mora do outro lado do mundo, por exemplo, o que contribui para reconectar seus laços familiares.

Como o seu organismo interage com medicamentos

As informações do seu genoma também indicam como o seu organismo pode reagir diante de determinado medicamento — dado importante para que o seu médico possa receitar as medicações mais adequadas para o seu perfil, garantindo uma ação mais eficaz no tratamento de patologias.

Tendências a doenças

A partir dessa análise, a pessoa pode descobrir características físicas e da saúde dos seus ancestrais, o que pode apontar tendências a doenças. Sabendo disso, você pode se prevenir para não desenvolver as mesmas enfermidades que os seus antepassados já tiveram, como diabetes, câncer, fibrose cística e hipertensão arterial.

5. Quais são os tipos de testes de ancestralidade?

Geralmente, para chegar ao resultado da ancestralidade, é necessário que o laboratório faça dois tipos de exames. São eles o teste de DNA mitocondrial e o teste do cromossomo Y que, juntos, apresentam um leque completo de informações. Saiba como cada exame funciona.

Teste do DNA mitocondrial

Trata-se do exame que pode ser feito por pessoas de ambos os sexos, pois considera as mitocôndrias (estruturas celulares responsáveis pela produção de energia), e que são herdadas somente da mãe do indivíduo. Nessa situação, são emitidos os dados referentes à progenitora e é definida a linha das mulheres que pertencem à família.

Teste do cromossomo Y

O estudo do cromossomo Y traz informações à tona originadas da linhagem masculina da pessoa. Esse cromossomo é passado somente de pai para filho, não faz parte da genética das mulheres, e sua análise é crucial para esclarecer suas origens quanto aos antecessores do sexo masculino.

Quem é que nunca teve curiosidade sobre os seus antepassados? O teste genético de ancestralidade veio para solucionar essa questão, já que traça uma linha dos seus parentes distantes por meio do seu DNA. Além de ter a oportunidade de expandir o conhecimento da sua família, o recurso também é um ótimo aliado para cuidar da sua saúde, prevenir-se contra doenças que passam de geração para geração e ter uma vida longeva.

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Revisão técnica: Artur Codeço, coordenador médico do Hospital Israelita Albert Einstein

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