Quando o objetivo é cuidar da saúde, é importante compreender a importância da vacinação. Afinal, ela é um dos maiores progressos da medicina — graças à imunização, milhões de pessoas são protegidas no mundo todo contra várias doenças.
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Para reforçar a importância das vacinas, o Brasil comemora, em 9 de junho, o Dia Nacional da Imunização. Devido aos estudos e à persistência de cientistas que dedicaram suas vidas para desenvolvê-las é que registramos, por exemplo, a erradicação da varíola em quase todo o planeta, assim como diminuímos a incidência de várias doenças graves, tais como caxumba, gripe, poliomielite, rubéola, sarampo e tétano.
Neste conteúdo, você saberá a importância da vacinação para o controle e prevenção de enfermidades. Confira!
Como as vacinas surgiram?
As vacinas foram criadas diante da necessidade de reduzir o número de óbitos causados por doenças contagiosas. O início do combate a essa doença remete à China, onde médicos injetavam crostas de pele de pessoas infectadas em indivíduos saudáveis para que manifestassem a doença de forma branda, pois supunham que os sobreviventes não adoeceriam novamente.
Esse método foi muito importante para as pesquisas futuras sobre vacinação. Dentre elas, o estudo do médico inglês Edward Jenner (1749-1823), apontado como a primeira pesquisa científica da área para a descoberta da vacina.
Jenner inoculou o líquido presente nas lesões de uma ordenhadeira infectada pela varíola bovina em um menino de oito anos, que manifestou uma pequena infecção, curando-se em poucos dias. Depois foi inoculado pus de varíola humana no mesmo menino, e ele não desenvolveu a doença.
Em 1798, divulgou sua descoberta e sofreu resistência, mas em pouco tempo, ela foi reconhecida no país e alastrou-se pelo mundo.
E a imunização no Brasil?
No Brasil, a vacinação surgiu em 1804, com a chegada da vacina contra a varíola. Entretanto, a partir de 1830, o número de pessoas imunizadas começou a declinar, por causa de muitas controvérsias, gerando uma fobia na população da época. Devido a essa resistência, a vacinação se tornou obrigatória por meio de um decreto imperial.
No entanto, a relutância persistia. Em 1904, foi lançado um decreto bastante rígido sobre a obrigatoriedade da imunização, com risco de multas e demissões, que levou à Revolta da Vacina.
Oito décadas depois, com o advento do Ministério da Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Programa Nacional de Imunização, essa realidade mudou. Com a conscientização sobre a importância da vacinação, muitas doenças foram controladas e outras exterminadas.
Entretanto, informações falsas, compartilhadas em alguns meios de comunicação, têm feito ressurgir o movimento antivacina em todo o planeta. Isso tem causado o aparecimento de doenças que já estavam erradicadas em determinadas regiões.
Como as vacinas atuam no nosso organismo?
Quando um indivíduo é infectado pela primeira vez por uma determinada espécie de vírus, o sistema imunológico cria anticorpos para combatê-lo. Só que essa reação não é feita em velocidade suficiente para neutralizar a manifestação da doença, já que o organismo ainda não conhece aquele vírus, levando ao desenvolvimento da enfermidade.
Se o mesmo vírus adentrar o corpo outra vez, o sistema imunológico produzirá defesas em uma agilidade suficiente para evitar que o paciente adoeça uma segunda vez. Esse processo é chamado imunidade.
Com a inoculação dos mesmos antígenos que provocam uma doença (enfraquecidos ou mortos), a vacina estimula o organismo receptor a produzir anticorpos específicos. Dessa forma, se você for contaminado, as células B adormecidas do seu corpo reconhecerão o vírus invasor imediatamente, multiplicando-se para eliminá-lo.
Esse retorno imune rápido e mais intenso é denominado resposta secundária, o que é bastante eficaz, pois toda a “programação” para o ataque viral é realizada quando o paciente é vacinado.
É normal ter febre
Uma sensação de mal-estar pode surgir após a imunização, pois quando o antígeno é injetado, o corpo reage com a produção de anticorpos, causando febre. Esses sintomas somem rapidamente. Fique tranquilo.
O que é o calendário de vacinação e por que ele é importante?
Em 1973, o Programa Nacional de Imunização (PNI) foi criado pelo Ministério da Saúde para erradicar a proliferação de várias doenças mediante a imunização em massa. Sua missão é combater e evitar surtos epidêmicos por meio das vacinas. Para atingir esse objetivo, o Calendário Nacional de Vacinação foi criado.
Ele inclui pessoas de todas as idades. Ao todo, são 19 vacinas para mais de 20 doenças, a fim de proteger todos os cidadãos. As vacinas mais importantes, de acordo com cada etapa da vida são:
- ao nascer: BCG (dose única) e Hepatite B;
- 2 meses: Penta (1ª dose), Vacina Poliomielite (1ª dose), Pneumocócica (1ª dose), Rotavírus Humano (1ª dose);
- 3 meses: Meningocócica C (1ª dose);
- 4 meses: Penta (2ª dose), Vacina Poliomielite (2ª dose), Pneumocócica (2ª dose), Rotavírus Humano (2ª dose);
- 5 meses: Meningocócica C (2ª dose);
- 6 meses: Penta (3ª dose), Vacina Poliomielite (3ª dose);
- 9 meses: Febre Amarela (1ª dose);
- 12 meses: Tríplice Viral (1ª dose), Pneumocócica (Reforço), Meningocócica (Reforço);
- 15 meses: DTP (1º reforço), Vacina Poliomielite (1º reforço), Hepatite A (uma dose), Tetra viral (uma dose);
- 4 anos: DTP (2º reforço), Vacina Poliomielite (2º reforço), Varicela atenuada (uma dose), Febre Amarela (2ª dose);
- meninas (9 a 14 anos): HPV (duas doses com intervalo de seis meses);
- meninos (11 a 14 anos): HPV (duas doses com intervalo de seis meses);
- 11 a 12 anos: Meningocócica ACWY (dose única ou reforço);
- 10 a 19 anos: Hepatite B (uma a três doses a depender da situação vacinal), Febre Amarela (uma dose), Dupla Adulto (Reforço a cada 10 anos), Tríplice Viral (duas doses a depender da situação vacinal), Pneumocócica 23 Valente (uma dose) — para pacientes de risco;
- 20 a 59 anos: Hepatite B (3 doses a depender da situação vacinal), Febre Amarela (a depender da situação vacinal), Tríplice viral (se nunca foi vacinado: receber duas doses até os 29 anos e uma dose até 49 anos), Dupla adulto (reforço a cada 10 anos), Pneumocócica 23 Valente (uma dose) — para pacientes de risco;
- 60 anos ou mais: Hepatite B (três doses a depender da situação vacinal), Febre Amarela (a depender da situação vacinal e da condição de saúde), Dupla adulto (reforço a cada 10 anos), Influenza (dose anual), Pneumocócica 23 Valente (uma dose) — para pacientes de risco;
- gestantes: Hepatite B (três doses a depender a situação vacinal), Dupla adulto (3 doses a depender da situação vacinal), dTpa (uma dose a partir da 20ª semana de gestação ou até 45 dias após o parto).
Esperamos que este conteúdo tenha ajudado você a compreender a importância da vacinação para a prevenção e controle de doenças. Para garantir a imunização correta da sua família, verifique o cartão vacinal de todos e dirija-se até uma clínica ou posto imunológico para tomar as vacinas que faltam.
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