Labirintite é o nome popular da inflamação no labirinto, estrutura que fica na região interna do ouvido e auxilia na audição e na noção de equilíbrio e posicionamento corporal. Na maioria das vezes, o quadro é provocado por vírus, mas há casos em que a infecção é de origem bacteriana.
Um sintoma comum é a tontura, sensação de cabeça “leve” e de alteração no equilíbrio e posicionamento do corpo, condição que, em alguns casos, provoca desmaios.
Outro sinal é a vertigem, que costuma ser considerada como sinônimo de tontura — o que não é correto. A vertigem é a falsa percepção de movimento, a sensação de que a cabeça e o mundo estão girando, mesmo quando a pessoa está imóvel.
É importante frisar que os dois casos podem comprometer a segurança na hora de realizar atividades cotidianas como andar de bicicleta, dirigir ou operar máquinas — situações que devem ser evitadas até que tudo esteja resolvido.
Tontura e vertigem nem sempre são sinais de labirintite
Há casos em que esses sintomas podem indicar outras questões relacionadas à saúde, como problemas de origem metabólica, hormonal, cardiovascular e até mesmo psicológica. Por isso, é importante procurar um médico para descartar outras doenças.
Sinais repentinos e intensos
Os sintomas da labirintite geralmente surgem de repente, são intensos e podem durar vários dias. Tendem a desaparecer naturalmente algum tempo depois, mas retornam quando se faz movimentos rápidos com a cabeça.
Além de vertigem e tontura, estes são outros sinais que podem indicar labirintite:
- náusea e vômito;
- alterações gastrointestinais;
- dificuldade de focar os olhos;
- zumbido nos ouvidos, audição diminuída ou perda de audição em um dos ouvidos;
- perda de equilíbrio;
- sudorese.
Se além de tontura e vertigem houver alguns dos sintomas descritos acima, deve-se marcar uma consulta médica para que se possa determinar a causa. Casos de desmaios, convulsões, fala arrastada, febre acima de 38 graus, fraqueza, paralisia, vômitos que não cessam, dor no peito e visão dupla pedem atendimento médico imediato.
Quais são as causas?
A maioria dos casos de labirintite deriva de uma infecção viral, que inflama o labirinto. Geralmente, o quadro se instala depois de um resfriado ou gripe. No entanto, há outros fatores que também podem causar o problema: outras infecções, traumas cerebrais, medicamentos, acidentes vasculares cerebrais (conhecidos como derrame) e até doenças como esclerose múltipla.
Também estão no grupo de risco pessoas que têm otites e outras inflamações no ouvido, diabetes, hipertensas, com colesterol alto, que tomam muito café e fazem uso contínuo de alguns medicamentos prescritos ou de venda livre, como os que contêm ácido acetilsalicílico.
O que fazer durante a crise?
- Deitar-se em um quarto escuro e, se possível, dormir, pois o cansaço acentua o mal-estar;
- Evitar ambientes com luz intensa e barulho;
- Evitar ver televisão ou ficar no celular e na frente do computador;
- Beber muita água;
- Não fumar nem comer chocolate ou tomar café e bebidas alcóolicas, pois pioram os sintomas.
Como é o tratamento
Geralmente, o médico prescreve medicamentos para controlar os sintomas — anti-histamínicos, antieméticos, sedativos, corticosteróides, vasodilatadores, labirinto-supressores. Dependendo do quadro, podem ser indicados também anticonvulsivantes e antidepressivos, além de antibióticos para tratar infecção bacteriana ativa.
Os sintomas mais intensos duram geralmente de dois a três dias. Uma melhora significativa ocorre depois de uma a três semanas, e a recuperação total acontece em um ou dois meses.
Revisão técnica: Erica M. Zeni – Médica da Unidade Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein, graduação e residência em Clínica Médica Universidade Estadual de Campinas, residência Medicina Interna pela Universidade de São Paulo, pós-graduação Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, Buenos Aires, Argentina.