Nossa vida é feita de fases. Para a mulher, uma dessas etapas é conhecida como menopausa. Esse é o período que marca o fim da vida reprodutiva feminina, dando início a um momento de novas descobertas e experiências.
Então, que tal conhecer os sintomas da menopausa? Identificá-los é muito importante para que você possa entender as mudanças pelas quais o seu corpo está passando ou, um dia, vai passar.
Continue a leitura para descobrir como a menopausa funciona e quais são as dicas para aliviar os incômodos desse período de forma saudável e consciente.
Quando a menopausa acontece?
Acontece em anos diferentes para cada mulher. No entanto, normalmente ela surge por volta dos 45 aos 55 anos, variando de acordo com o organismo. Quando ocorre antes, é chamada de menopausa precoce. Nesse caso, já é possível perceber os sintomas da menopausa aos 40 anos, por exemplo.
O que a menopausa causa no corpo e como acontece?
Agora, vamos entender como e por que a menopausa acontece. Quando a mulher nasce, ela já tem um estoque de óvulos determinado geneticamente. Estes são os gametas femininos, que dão origem ao feto quando se juntam com o espermatozoide.
Tais óvulos são descartados a cada ciclo menstrual, quando não ocorre a fecundação, ou seja, a gravidez. Assim, à medida que as menstruações forem acontecendo, esse estoque vai diminuindo.
A menopausa, então, marca o momento em que não há mais óvulos para serem utilizados. Dessa forma, não existe a motivação para que a menstruação ocorra, fazendo com que a mulher perca a sua capacidade reprodutiva.
Mas não é só isso. Essa transição também faz com que o corpo da mulher passe por outras mudanças, normalmente associadas a alterações hormonais. Há uma diminuição, por exemplo, na produção de estrogênio e progesterona, o que provoca os sintomas da menopausa.
Quais os sintomas físicos da menopausa?
“Mas como eu sei que estou entrando na menopausa”, você deve estar se perguntando. Agora que já sabemos como ela funciona, vamos conhecer os sintomas físicos que estão associados a essa fase da vida da mulher.
Ausência de menstruação
O principal sintoma desse momento é a ausência de menstruação. Antes da menopausa, a mulher passa por períodos nos quais pode ficar vários meses sem menstruar, até que os ciclos parem definitivamente.
Essa etapa recebe o nome de climatério, que inclui os sintomas da pré-menopausa, como as ondas de calor. A menopausa é decretada quando a mulher fica 12 meses consecutivos sem menstruar. Assim, é declarado o término do climatério e o início de uma nova fase.
Ondas de calor
O segundo sintoma da menopausa é provavelmente o mais famoso de todos: as temidas sensações de calor intenso. Conhecidas também como calores, elas são causadas por conta do desequilíbrio hormonal e caracterizadas por ondas de calor que parecem chegar de repente.
Esses calorões são bem intensos e acompanhados, muitas vezes, de suores também consideráveis. Estão, também, associados a um grande desconforto para as mulheres que convivem com eles.
Cansaço
Depois, temos o cansaço. É comum que as mulheres que se encontram no climatério ou na menopausa se sintam muito cansadas, por vezes até exaustas.
Essa modificação na energia também tem relação com a questão hormonal, que faz com que a vitalidade feminina seja prejudicada. No entanto, com o devido tratamento, é possível recuperá-la e viver uma vida normal.
Então, lá vai uma dica: não leia esses sintomas como uma sentença, mas sim como uma forma de educá-la sobre o assunto.
Alterações vaginais
Outro sintoma muito frequente é a presença de alterações vaginais. Elas são, normalmente, a secura da região, que passa a ficar menos lubrificada no decorrer do dia e durante as relações sexuais.
Além disso, é possível sentir uma certa sensibilidade na região, que pode ou não estar associada a outros sinais, como a atrofia da região. Isso faz com que a penetração seja dificultada, podendo ser dolorosa. Mas com o acompanhamento do ginecologista, você pode ter opções para contornar esse problema.
Dores na relação sexual
Por conta das alterações vaginais, como falamos, é comum que as mulheres nessa fase sofram com dores durante a relação sexual. É válido ressaltar que esse não é um sintoma normal. A dispareunia, como é chamada, não deve nunca ser normalizada.
Por isso, se você está passando por isso, não ache que há a necessidade de ser assim para sempre. Há tratamentos que podem ser implementados com o objetivo de melhorar essas questões, fazendo com que ocorra um maior conforto e as dores cessem.
Suores noturnos
Além dos fogachos, sobre os quais já falamos, há também a presença de suores noturnos em algumas mulheres que se encontram na menopausa. Como o nome já diz, eles costumam aparecer enquanto se dorme, prejudicando a qualidade do sono.
Uma característica dessa sudorese é que ela é abrupta, ou seja, aparece de forma repentina e vai embora tão rápido quanto surgiu.
Incontinência urinária
Novamente, os hormônios. Além de serem responsáveis por todos esses sintomas, a mulher na menopausa também pode apresentar alguns graus de incontinência urinária. Esse é nome dado à dificuldade ou incapacidade de segurar a urina.
Isso acontece por conta da perda da força muscular na região, o que pode fazer com que o xixi escape em alguns momentos, como quando damos risada ou espirramos. Novamente, há tratamento e você poderá recuperar o controle da urina com as técnicas corretas.
Pele seca
Você já reparou que à medida que envelhecemos, nossa pele vai mudando, certo? Essas mudanças são mediadas por vários fatores, sendo a taxa hormonal um dos principais. Como na menopausa há uma mudança nos hormônios disponíveis, é normal que alterações cutâneas estejam presentes.
Uma delas é a pele ficar mais seca, perdendo o seu viço e apresentando sinais como descamação. No entanto, não se preocupe: é completamente possível controlar esse problema com alterações em sua rotina de cuidados e o uso de produtos adequados para esse momento. A orientação de um dermatologista é essencial.
Queda capilar
Além das alterações na pele, devemos ficar atentos à possibilidade de um aumento da queda dos cabelos durante a menopausa. Esse sintoma também pode ser controlado, mas costuma ser bem prejudicial para a autoestima das mulheres que estão passando por esse processo.
Vale lembrar que o afinamento dos fios também é comum nessa etapa. Assim, é interessante buscar o uso de medicamentos que desacelerem esse processo, caso seja o seu desejo.
Ganho de peso
Outra possibilidade para quem está na menopausa é o ganho de peso. Esse é um processo relativamente natural, associado também à diminuição na presença de hormônios circulantes no organismo.
Para driblar essa questão, é essencial realizar a prática frequente de atividades físicas e cuidar da alimentação. Assim, mesmo com os hormônios em baixa, você consegue manter um peso saudável.
Dores pelo corpo
A menopausa ainda pode estar associada a problemas com dores pelo corpo. Normalmente, elas atingem as articulações, mas podem ser ósseas caso a pessoa desenvolva algum grau de osteoporose.
Por conta disso, é muito importante que as mulheres que se encontram em idade de “entrar na menopausa” observem a saúde de seus ossos. Isso pode ser feito de maneira simples, com a realização de alguns exames que observam a densidade óssea.
Boca seca
A ocorrência da sensação de boca seca também pode estar presente nesses momentos da vida da mulher. Esse é um sintoma desconfortável, que está associado à diminuição da produção de saliva.
Caso você sinta a sua boca mais seca, fique de olho! Afinal, esse problema pode estar associado a uma maior chance de desenvolver cáries e outros problemas bucais. Então, mantenha as consultas com o dentista em dia, tudo bem?
Perda de massa muscular
Por fim, o último sintoma físico sobre o qual falaremos hoje é a perda de massa muscular. Esse é um processo que ocorre progressivamente e que também pode estar relacionado a outros sinais, como o ganho de peso e o cansaço.
Sendo assim, é interessante realizar atividades físicas frequentes, a fim de otimizar o ganho de músculos e diminuir a perda desse tipo de estrutura no corpo. Sem contar que essa prática faz muito bem para a saúde feminina!
Quais os sintomas psicológicos e emocionais?
Chegou a hora de você entender quais são as manifestações emocionais e psicológicas que estão associadas à menopausa. Vamos lá?
Dificuldade para dormir
Uma das principais consequências da menopausa é a dificuldade para dormir. Seja por conta do desconforto físico, do próprio cansaço ou dos calores, essas mulheres nem sempre dormem bem.
Naturalmente, a falta de sono de qualidade contribui para que outros problemas surjam, como o cansaço mental e os problemas na concentração. Sendo assim, essa é a base do que precisa ser resolvido nesse momento.
Cansaço mental
Dormir mal faz com que nos sintamos muito cansados. Essa é uma consequência normal. Por isso, é comum que as mulheres na menopausa se sintam exaustas, psicologicamente falando.
Sinais de que alguém está estafado mentalmente incluem a dificuldade de se concentrar, de entender tarefas simples, lembrar de datas e outras informações, além de dores de cabeça, que afetam o bem-estar físico também.
Redução da libido
Seja por conta da falta de lubrificação, das dores nas relações sexuais, das mudanças hormonais ou do cansaço generalizado no corpo e na mente, o fato é que muitas mulheres acabam notando uma diminuição na libido durante a menopausa.
A boa notícia é que isso não é permanente e é possível ter uma vida sexual saudável e feliz em qualquer etapa das nossas vidas. Não se esqueça disso!
Esquecimento
A falta de sono e o cansaço mental contribuem para que a pessoa na menopausa se sinta mais esquecida, tendo dificuldades de retenção de informações e até de aprendizado.
Felizmente, esse problema pode ser solucionado com o suporte adequado. Conforme o tratamento for feito, tanto esse quanto outros sintomas tendem a melhorar consideravelmente. Então, pode ficar tranquila.
Problemas de concentração
Tudo isso contribui, também, para que as mulheres na menopausa se vejam frente a uma concentração comprometida.
Então, se você se sente avoada e acha que tem dificuldades em focar em temas diversos, não se preocupe: isso é natural. No entanto, é algo que pode ser revisto a partir do tratamento adequado.
Ansiedade
Ansiedade também é muito comum nesse período. E se você quer saber quais os sintomas mais graves da menopausa, este pode ser um deles, já que pode evoluir para outros disturbios psicoemocionais.
A ansiedade surge devido às alterações hormonais, mas também está relacionada ao momento desconhecido na vida da mulher. Frente a tantas mudanças, é normal que elas se sintam inseguras sobre a nova fase que está começando. E tudo bem!
Nesses casos, é importante ter uma conversa aberta com os profissionais responsáveis pelo seu tratamento e sempre se informar, como você está fazendo agora. Uma ajuda terapêutica pode contribuir com a redução dos sintomas psicológicos da menopausa.
Mudanças de humor
Além de tudo isso, é normal que as mulheres na menopausa apresentem mudanças de humor. Você provavelmente sabe que a TPM (tensão pré-menstrual) gera essas alterações, certo? Isso acontece por causa dos hormônios. E nesse momento da vida não é diferente.
Então, é comum que você se veja com picos de irritabilidade e tenha uma paciência menor. Sensações de tristeza e até choros mais fáceis também podem estar presentes.
Todas as mulheres vão apresentar esses sintomas?
A resposta é não. A menopausa, assim como as menstruações e todos os outros momentos da vida das mulheres, é muito particular. Cada uma apresentará sintomas diversos, que podem variar tanto em intensidade como em outros detalhes.
Sendo assim, é fundamental que você tenha em mente que a história de outras pessoas não será necessariamente a mesma que a sua. Conheça, sim, os sintomas. Isso é essencial para que você possa identificá-los. Mas não se apegue a eles e viva suas próprias experiências, sem medo ou pressão.
Como aliviar os sintomas da menopausa?
Os sintomas da menopausa parecem assustadores, mas a verdade é que nem sempre eles devem acompanhá-la por muito tempo. Em boa parte dos casos, eles fazem parte de uma transição do organismo, mas tendem a melhorar com o passar dos meses.
No entanto, há hábitos que podem contribuir para a melhora dos sintomas caso eles estejam incomodando muito. Confira alguns deles a seguir!
Faça terapia de reposição hormonal
Uma das possibilidades de tratamento para a menopausa é a terapia de reposição hormonal. Como o nome indica, ela consiste em uma otimização das taxas de hormônios no corpo da mulher, feita por meio da suplementação dessas substâncias.
No entanto, essa terapia não deve ser feita por muito tempo, pois pode trazer alguns possíveis riscos para a saúde. Sendo assim, é fundamental que você dialogue abertamente com o seu médico sobre os prós e contras, verificando se o tratamento é ou não indicado para o seu caso.
Controle a ansiedade
O segundo passo está em controlar a ansiedade. É claro que nem sempre isso é fácil, mas é algo que é possível com a implementação de algumas medidas que, por incrível que pareça, não são tão complexas assim.
Uma boa ideia é a realização de atividades como a yoga, o pilates ou a meditação, que permitem que você se conecte com a própria mente, relaxe bastante e ainda ajuda na questão física. Além disso, investir em psicoterapia pode ser uma boa estratégia, ajudando você a se conhecer melhor nessa sua nova fase.
Mande o estresse para longe
Outra dica muito importante é mandar o estresse para bem longe. Nada de viver estressada. Para isso, novamente, atividades como yoga e a terapia são ótimas estratégias. Mas isso não é tudo. É preciso, também, dedicar um tempo especial para si mesma.
Sim, a gente sabe que a vida é muito corrida e há muitas coisas que devemos fazer. Mas tire um tempinho todos os dias para descansar e fazer algo que você gosta, como ver a sua série preferida, brincar com o seu animal de estimação ou ouvir música. Coisas simples são fundamentais para o relaxamento do corpo e da mente.
Mantenha a hidratação em dia
Manter o corpo hidratado é essencial para todas as fases da vida. E não é para menos, já que o nosso corpo é composto principalmente por água. No entanto, durante a menopausa, essa preocupação não deve se tornar algo do passado.
Nessa fase, o seu organismo também exige um grande aporte de água, sobretudo por conta de pontos como o ressecamento da pele. É fundamental supri-lo de dentro para fora, facilitando que as reações aconteçam e o seu corpo fique mais saudável e ativo nesse período.
Pratique atividades físicas
Por falar de corpo ativo, vale ressaltar a importância das atividades físicas! Esse tipo de prática não pode ficar de fora do planejamento de uma mulher na menopausa.
Além de ajudar no controle do peso, os exercícios ajudam a combater o estresse, permitem um maior equilíbrio dos hormônios e colaboram até para que você possa dormir melhor.
A boa notícia é que você não precisa necessariamente se matricular na academia. Caso não goste desse tipo de atividade, escolha uma que faça você feliz. Caminhada, dança, corrida, natação, hidroginástica: há muitas opções e certamente uma delas será perfeita para o seu dia a dia.
Organize seu sono
Como mencionado anteriormente, as atividades físicas são ótimas para ajudar na regulação do sono, principalmente se não forem praticadas durante a noite. E dormir bem é algo fundamental nesse período.
Além de fazer exercícios, invista em uma boa higiene do sono. Ou seja: tente dormir e acordar sempre no mesmo horário e evite o uso de eletrônicos por cerca de duas horas antes de se deitar.
Pouco a pouco, seu organismo vai entendendo que aquela é a hora de dormir. Invista também em chás e outras estratégias que talvez ajudem.
Capriche nas vitaminas
Durante a menopausa, é comum que o corpo da mulher precise de algumas vitaminas e substâncias extras para funcionar a todo vapor. Então, converse com o seu médico sobre a necessidade de suplementação ou mudanças alimentares que podem ajudar nesse momento.
Alguns dos nutrientes (vitaminas ou não) que ajudam nessa fase são a vitamina D, o ômega 3, o cálcio e o zinco. Tenha uma orientação adequada com o profissional responsável.
Tenha uma alimentação variada
Uma das melhores maneiras de obter nutrientes é por meio da alimentação. Então, capriche em seus alimentos!
A dica é investir em uma dieta bem variada, com poucos alimentos processados e mais “comida de verdade”. Faça pratos coloridos e busque o equilíbrio sempre que se alimentar. Lembrando que esse hábito também ajuda na manutenção de um peso mais saudável.
Não se esqueça das consultas ginecológicas
Por fim, não podemos deixar de orientar sobre manter suas consultas ginecológicas em dia. A frequência ideal será determinada pelo seu médico, como veremos a seguir, mas é muito importante não faltar.
Nessas consultas, você não só vai tirar as suas dúvidas sobre os assuntos referentes à menopausa, mas também fazer exames de check-up para avaliar se está tudo bem.
Essa é uma época em que a vigilância sobre vários problemas de saúde aumenta, por isso a atenção ginecológica é parte essencial de todo esse processo.
Com que frequência a mulher na menopausa deve ir ao ginecologista?
Novamente, cada caso varia de mulher para mulher. Há algumas que precisarão de consultas mais frequentes, principalmente quando fizerem algum tipo de tratamento envolvendo o uso de hormônios.
No entanto, na maioria dos casos, as consultas periódicas com o ginecologista podem ser feitas anualmente, sem maiores problemas. Apesar disso, é sempre importante tirar as suas dúvidas com o médico que acompanha a sua saúde e seguir as orientações passadas por ele. Assim, não tem erro.
Gostou de saber mais sobre os sintomas da menopausa? É claro que eles não são nada agradáveis, mas informação é algo fundamental para que você possa buscar melhorias para a sua própria saúde. Então, agora, você está ainda mais próxima do seu bem-estar e qualidade de vida!
Para continuar se informando, confira o podcast Saúde por Elas, do Hospital Israelita Albert Einstein. Ele está disponível de forma gratuita no Spotify e traz histórias inspiradoras de mulheres. Esperamos que goste dos episódios!
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).